Além dos problemas de saúde com os quais convive desde que recebeu uma facada, Bolsonaro é submettdo a procedimento de remoção de lesões na pele
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A saída de Bolsonaro para realização de procedimentos médicos foi solicitada por
seus advogados. O relatório apresentado pela defesa sinalizava que o
ex-presidente deveria ser submetido a um procedimento de remoção de lesões
na pele. Não havia necessidade de internação.
O
procedimento foi realizado no Hospital DF Star neste domingo, 14 de setembro,
em regime ambulatorial e com alta no mesmo dia.
O documento
apresentado pelos médicos descreve a existência de um "nevo
melanocítico", uma pinta na pele normalmente benigna, e uma "neoplasia
de comportamento incerto", lesão sem natureza definida e que precisava de remoção para análise.
O
procedimento realizado consiste na remoção e na sutura dessas
lesões, com estimativa de 30 minutos de duração. Depois de 10 a 15 dias,
ele deve retornar ao hospital para a retirada dos pontos.
A saída de
Bolsonaro foi autorizada por Alexandre de Moraes, que determinou a escolta do
ex-presidente e a necessidade de apresentar ao STF, em até 48 horas após
a finalização do procedimento, o atestado de comparecimento, com a data
e os horários dos atendimentos.
Da mesma
forma, o ministro afirmou que, conforme decidido em 30 de agosto, os
carros usados por Bolsonaro deverão passar por vistoria antes de saírem
da casa do réu.
Bolsonaro
cumpre prisão domiciliar em caráter preventivo, sem relação com o
cumprimento de pena pela condenação pela trama golpista. O ministro
Alexandre de Moraes entendeu que ele desrespeitou medidas cautelares
impostas pelo tribunal, durante o curso do julgamento da ação penal pela
tentativa de golpe.
O estado de
saúde do ex-presidente é o fator principal analisado por seus advogados
para pedir ao STF que a pena em regime fechado aplicada pela Primeira
Turma do tribunal seja cumprida em prisão domiciliar. A ideia é evitar
uma prisão no Complexo da Papuda, em Brasília, ou em uma sala da Polícia
Federal.
Sua defesa pode solicitar que ele permaneça em domiciliar com os laudos médicos feitos até aqui ou solicitar um novo relatório.
Em agosto,
ele obteve autorização para ir ao hospital fazer exames a fim de
analisar um agravamento do quadro de refluxo e soluços constantes,
problemas com os quais convive desde que recebeu uma facada na eleição
presidencial de 2018.
Segundo
boletim médico divulgado na ocasião, "os exames evidenciaram imagem
residual de duas infecções pulmonares recentes possivelmente
relacionadas a episódios de broncoaspiração. A endoscopia mostrou
persistência da esofagite e da gastrite, agora menos intensa, porém com a
necessidade de tratamento medicamentoso contínuo".
Um
interlocutor próximo ao ex-presidente diz acreditar que o Supremo não
colocará Bolsonaro para cumprir sentença fora de casa porque haveria
risco de morte, e isso politicamente seria ruim para todos.
Além disso, aliados relatam que seu quadro psicológico está abalado, ainda que não cheguem a classificar como depressão.
O caminho
para pavimentar o pedido vem sendo traçado nas últimas semanas. O
movimento começou quando Bolsonaro decidiu não ir ao STF acompanhar seu
julgamento – seus advogados alegaram que a ausência se deu por motivos de
saúde. Como as sessões eram muito longas, ele não aguentaria permanecer
o tempo todo no tribunal, devido às crises de soluço e vômitos, segundo
aliados.
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