"Ninguém vai me intimidar", diz Romero Jucá a jornalista sobre operação da Polícia Federal
O
líder do governo no Senado e presidente nacional do PMDB, Romero Jucá
(RR), afirmou nesta quinta-feira (28), em uma breve declaração a
jornalistas no Congresso Nacional, que “ninguém” vai intimidá-lo. A
afirmação foi feita quando Jucá foi questionado por repórteres sobre a
operação da Polícia Federal (PF) que teve como alvos filhos e enteados
do peemedebista.
Na manhã desta quinta, policiais federais deflagraram a Operação Anel de
Giges para cumprir mandados de busca e apreensão e condução coercitiva
(quando a pessoa é obrigada a ir prestar depoimento) contra filhos e
enteados do líder do governo no Senado.
“Eu só quero dizer o seguinte, eu vou falar daqui a pouco, mas eu quero
deixar algo claro: ninguém vai me intimidar. A partir daí, deduzam.
Deduzam, é o que eu tenho a dizer”, afirmou o parlamentar de Roraima.
Depois, em nova entrevista, Jucá falou em “retaliação” de uma juíza de
Roraima. “Eu estou pegando as informações. Isso é uma ação da Justiça de
Roraima, de uma juíza que está acionada no Conselho Nacional de
Justiça, portanto, é uma retaliação. Na hora que eu tiver os dados, vou
soltar uma nota”, disse.
A assessoria da PF informou que, durante a investigação, foi
identificado o desvio de R$ 32 milhões dos cofres públicos por meio do
superfaturamento na compra da Fazenda Recreio – propriedade localizada
em Boa Vista – e na construção do empreendimento Vila Jardim, projeto
financiado com recursos do programa Minha Casa Minha Vida na capital de
Roraima.
Leia a íntegra da nota divulgada pela assessoria de Jucá:
Nota à imprensa
Repudio mais um espalhafatoso capítulo de um desmando que se desenrola
nos últimos anos, desta vez contra minha família. Como pai de família
carrego uma justa indignação com os métodos e a falta de razoabilidade.
Como senador da República, que respeita o equilíbrio entre os poderes e o
sagrado direito de defesa, me obrigo a, novamente, alertar sobre os
excessos e midiatização.
Não tememos investigação. Nem eu nem qualquer pessoa da minha família.
Investigações contra mim já duram mais de 14 anos e não exibiram sequer
uma franja de prova. Todos os meus sigilos, bancário, fiscal e contábil
já foram quebrados e nenhuma prova. Só conjecturas.
Em junho de 2016, foi pedida a prisão de um presidente de um poder, de
um ex-presidente da República e de um Senador com base em conjecturas.
Em setembro agora, por absoluta inconsistência jurídica, o inquérito foi
arquivado. Desproporcional e constrangedor, esse episódio poderia ter
sido evitado. Bem como poderia ter sido evitado o de hoje. Bastava às
autoridades pedirem os documentos anexados que comprovam que não há
nenhum crime cometido.
Recebo essa agressão a mim e a minha família como uma retaliação de uma
juiza federal, que, por abuso de autoridade, já responde a processo no
Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Tornarei público todos os documentos
que demonstrarão a inépcia da operação de hoje.
G1
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