No Dia Nacional de Prevenção e
Combate à Hipertensão (26 de abril), o cardiologista Luciano Drager, do
Hospital Sírio-Libanês, reforça a importância da conscientização e
prevenção contínua. “A pressão alta pode não causar sintomas por muito
tempo, e quando se manifesta, muitas vezes já está em um estágio
avançado. Por isso, é fundamental aferir a pressão regularmente, manter
uma alimentação com baixo teor de sal e praticar atividade física com
frequência, de preferência sob a supervisão de um profissional de
saúde”, orienta o especialista.
A hipertensão é caracterizada
pela elevação persistente dos níveis de pressão arterial. Em adultos,
ela é diagnosticada quando os valores estão iguais ou superiores a 140
mmHg na pressão sistólica (a chamada pressão máxima) e 90 mmHg na
diastólica (a pressão mínima).
A pressão sistólica representa a
força com que o coração bombeia o sangue; já a diastólica, a pressão nas
artérias quando o coração relaxa entre os batimentos.2 “Quando a
pressão está alta, o coração precisa trabalhar mais do que o normal para
garantir que o sangue circule adequadamente pelo corpo”, explica
Luciano.
Conheça a seguir os principais mitos sobre a hipertensão:
1. Apenas idosos podem desenvolver hipertensão.
Essa ideia é equivocada e pode
atrasar o diagnóstico. A hipertensão costuma aparecer entre os 30 e 50
anos, mas pode surgir em qualquer idade — até na infância. Antes dos 30,
é chamada de hipertensão de início precoce e pode estar ligada a outras
doenças, como obstrução das artérias dos rins ou apneia do sono,
exigindo investigação. Estresse, ansiedade, depressão, insônia, consumo
excessivo de sal e obesidade também elevam a pressão, o que explica o
aumento de casos entre jovens.
2. A hipertensão é facilmente percebida pelos pacientes.
A hipertensão é, na maioria das
vezes, assintomática — por isso é conhecida como uma “doença
silenciosa”. Um dos mitos mais comuns é que dor de cabeça seria um
sintoma da pressão alta. Na verdade, é o contrário: a dor de cabeça pode
contribuir para o aumento da pressão, e não ser causada por ela. Sinais
de alerta que exigem atenção imediata incluem dor súbita no peito e
fraqueza ou formigamento em um dos lados do corpo. Esses podem indicar
infarto ou derrame, complicações graves da hipertensão.
3. O diagnóstico da hipertensão é feito apenas pela aferição da pressão em consultório.
A aferição feita no consultório é
o ponto de partida, mas nem sempre confiável. Algumas pessoas
apresentam pressão alta apenas em ambientes médicos — é a chamada
hipertensão do avental branco. Por isso, exames complementares são
importantes, como a MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão
Arterial), que mede a pressão por 24h, e a MRPA (Monitorização
Residencial da Pressão Arterial), feita em casa, com orientação médica e
equipamento calibrado.
4. A hipertensão não tem influência hereditária.
A genética tem forte influência
na hipertensão. Quem tem pai e mãe com hipertensão corre maior risco de
desenvolver a doença. Embora não existam testes genéticos amplamente
usados, o histórico familiar é um importante sinal de alerta. Nesses
casos, é essencial monitorar a pressão, manter uma alimentação saudável e
praticar atividade física para prevenir ou controlar o problema.
5. Alimentação saudável e exercícios são suficientes para controlar a hipertensão.
Mudanças no estilo de vida — como
praticar exercícios, reduzir o sal, perder peso e moderar o álcool —
ajudam a controlar a pressão, especialmente nos casos leves. Ainda
assim, muitos pacientes precisarão de medicamentos, mesmo com hábitos
saudáveis. Exercícios aeróbicos e a redução do consumo de sal e álcool
estão entre as principais medidas de prevenção. Combinadas ao tratamento
médico, essas ações tornam o controle da pressão mais eficaz.
O monitoramento regular da
pressão, além da adoção de um estilo de vida equilibrado, são
fundamentais para prevenir complicações da hipertensão arterial. Também é
essencial buscar acompanhamento médico para diagnóstico e tratamento
precoces, mesmo na ausência de sintomas — já que se trata de uma doença
silenciosa. “O diagnóstico precoce é fundamental para iniciar o
tratamento no momento certo e evitar problemas como infarto e AVC. Com
orientação adequada, é possível controlar a pressão e manter uma boa
qualidade de vida”, conclui o cardiologista.
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