terça-feira, 8 de julho de 2025

Lula diz que não aceita “interferência ou tutela de quem quer que seja”

Presidente Lula reage ao apoio de Donald Trump a Jair Bolsonaro e afirma que o Brasil não aceita interferência externa

Lula reage ao apoio de Trump a Bolsonaro e afirma que Brasil não aceita interferência externa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (07/06) que o Brasil é um país soberano e não aceita “interferência ou tutela de quem quer que seja”, em resposta indireta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que recentemente defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A declaração foi feita por Lula por meio de publicação no X (antigo Twitter), e também divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) como nota à imprensa.

Sem mencionar diretamente Trump ou Bolsonaro, o presidente brasileiro reforçou a independência das instituições nacionais.

“A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”, escreveu Lula.

Trump defende Bolsonaro e Lula reage

O posicionamento ocorre após Trump, em postagem na plataforma Truth Social, pedir que o Brasil “deixe Bolsonaro em paz”. O ex-presidente norte-americano classificou como “terrível” o que chamou de perseguição judicial contra Bolsonaro e afirmou que o ex-presidente brasileiro é um “líder forte” que “realmente amava seu país” e que Bolsonaro não é culpado de nada, exceto de “lutar pelo povo”.

A manifestação veio um dia após o republicano anunciar novas tarifas contra países que apoiarem o que chamou de “políticas antiamericanas dos Brics”, grupo que reúne algumas das principais economias emergentes — incluindo o Brasil — e que realizou cúpula no Rio de Janeiro neste fim de semana.

Bolsonaro é réu no STF

Jair Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de tentar articular um golpe de Estado após ser derrotado nas eleições de 2022 por Lula.

Blog JURU EM DESTAQUE com Polêmica Paraíba - Pedro Nery

Lula rebate publicação de Trump sobre Bolsonaro

Presidente Lula reage a post de Donald Trump sobre Bolsonaro e defende soberania e independência das instituições brasileiras: ‘Brasil não aceita tutela de ninguém’


Lula respondeu a uma postagem de Trump sem citar o nome do presidente norte-americano - Montagem de fotos: Casa Branca/Abe McNatt - 27.06.2025 e Ricardo Stuckert/PR - 09.06.2025 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu nesta segunda-feira (07) à postagem feita por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, que criticou o julgamento de Jair Bolsonaro pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Entretanto, ele não citou o republicano.

“A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”, afirmou Lula na rede social X (antigo Twitter).

Mais cedo, Trump havia publicado na Truth Social uma mensagem em que dizia estar acompanhando uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro.

Ele classificou a decisão do STF como um ataque político e defendeu o ex-presidente brasileiro como um líder que “lutou pelo povo”.

Na publicação, Trump escreveu: “Tenho acompanhado, como o mundo inteiro, enquanto atacam Bolsonaro dia após dia, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo.”

O presidente dos EUA também afirmou que “o único julgamento que deveria acontecer é o julgamento dos eleitores do Brasil — isso se chama eleição” e finalizou com um apelo: “Deixem Bolsonaro em paz!”

Papel das instituições brasileiras

A resposta de Lula veio poucas horas depois da mensagem de Trump e reafirma o papel das instituições brasileiras diante do processo judicial que levou Bolsonaro a se tornar réu por tentativa de golpe de Estado e outros crimes ligados aos atos de 8 de janeiro.

A denúncia contra o ex-presidente foi aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF.

A investigação aponta envolvimento direto de Bolsonaro na tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, entre outras acusações. As penas, somadas, podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Blog JURU EM DESTAQUE com R7, em Brasília

"Bolsonaro não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo", diz Trump

Donald Trump defende Jair Bolsonaro e diz que o ex-presidente do Brasil e seus apoiadores são vítimas de “caça às bruxas”

Trump e Bolsonaro
Donald Trump pede para que deixem "Bolsonaro em paz" - (Foto: Alan Santos/Secom / arquivo)

O presidente americano, Donald Trump, afirmou, em publicação feita nesta segunda-feira (07), que o Estado brasileiro realiza uma "perseguição" contra o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), sua família e seus apoiadores. O republicano afirma que acompanhará a situação de "muito perto" e que o "único julgamento que deveria estar acontecendo é um julgamento pelos eleitores do Brasil".

"Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo", diz Trump.

Ele comparou a "perseguição política" que o ex-presidente vem sofrendo, com a que ele alega ter sofrido antes das eleições americanas ano passado e pede para que "deixem Bolsonaro em paz!".

"O Brasil está fazendo uma coisa terrível no tratamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu tenho assistido, assim como o mundo, como eles não fizeram nada além de ir atrás dele, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano!", afirmou Trump em sua rede social, a Truth Social.

O republicano definiu o ex-mandatário brasileiro como um "líder forte", que no cargo "amava seu país" e era um "negociador muito duro".

"Sua eleição foi muito apertada e agora, ele está liderando nas pesquisas. Isso não é nada mais, nada menos, do que um ataque a um oponente político — algo que eu sei muito sobre! Aconteceu comigo, vezes 10, e agora nosso país é o 'MAIS QUENTE' do mundo!".

"O Grande Povo do Brasil não vai tolerar o que eles estão fazendo com seu ex-presidente", afirma o presidente americano.

Ele diz que acompanhará "à caça às bruxas de Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores, muito de perto".

"O único julgamento que deveria estar acontecendo é um julgamento pelos eleitores do Brasil — chama-se eleição. Deixe Bolsonaro em paz!", completa a nota.

Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe de Estado

Em 26 de março de 2025, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), de maneira unânime, aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e tornou Bolsonaro e mais sete réus por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes.

Na ação penal, além de Bolsonaro, se tornaram réus Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin, Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

A partir da decisão da Primeira Turma, eles passaram a ser réus em uma ação penal que os acusa de: organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado; tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito; dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Bolsonaro ainda é acusado de liderar a organização criminosa.

No dia 10 de junho Bolsonaro foi interrogado por Alexandre de Moraes no STF, e afirmou que sempre atuou “dentro das quatro linhas” da Constituição, destacou que golpe de Estado "é uma coisa abominável" e reiterou que a possibilidade de ruptura institucional "nem sequer foi cogitada" em seu governo.

“Só tenho uma coisa a afirmar a Vossa Excelência. Da minha parte, ou da parte dos comandantes militares, nunca se falou em golpe. Golpe é uma coisa abominável. O golpe até seria fácil de começar, o after day [dia seguinte] é que seria imprevisível e danoso para todo mundo. O Brasil não poderia passar por uma experiência dessas", afirmou na ocasião.

Esta foi a primeira e única vez que Moraes e Bolsonaro interagiram frente a frente no andamento das investigações. O ex-presidente compareceu ao STF também em março para acompanhar o recebimento da denúncia da PGR pela Primeira Turma.

Estados Unidos já confirmaram a "grande possibilidade" de sanções contra Alexandre de Moraes

Em maio deste ano, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou que há “grande possibilidade” de o governo americano impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação que tornou Bolsonaro réu.

Em paralelo, a Trump Media, empresa de Trump, e a plataforma de vídeos Rumble, processaram Moraes nos EUA e exigindo sua responsabilização por censura, na Justiça Federal da Flórida. A ação integrou uma outra feita em fevereiro.

O processo da empresa de Trump detalha que, por meio de decisões judiciais sigilosas, Moraes exigiu o bloqueio e a retirada de conteúdos de usuários brasileiros que hoje vivem nos Estados Unidos, mesmo quando as publicações são protegidas pela Constituição americana.

Segundo Trump Media e a Rumble, tais ordens, que elas classificam como "censura", têm o objetivo de “silenciar o discurso político legítimo nos Estados Unidos, minando proteções fundamentais garantidas pela Primeira Emenda” e violando a legislação americana sobre liberdade de expressão. As empresas alertam no processo que “permitir que Moraes silencie um usuário em uma plataforma digital americana colocaria em risco o compromisso histórico dos EUA com o debate aberto e robusto”.

Enquanto o processo contra Bolsonaro corria na Suprema Corte, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal licenciado anunciou em março que moraria nos EUA, por tempo indeterminado, em busca de apoio para punir o que ele chama de “violadores dos direitos humanos”.

“Para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos. Aqui, poderei focar em buscar as justas punições que Alexandre de Moraes e sua Gestapo da Polícia Federal merecem”, disse (veja na íntegra), disse Eduardo.

Blog JURU EM DESTAQUE com Gazeta do Povo - Por 

"Deixem Bolsonaro em paz", diz Trump ao criticar ação contra o ex-presidente

Nas redes sociais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, definiu o processo penal contra o líder da direita no Brasil como uma "caça às bruxas"

Donald Trump e Jair Bolsonaro - Fotos: Mandel Ngan e Nelson Almeida/AFP 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua rede social, a Truth Social, nesta segunda-feira (o7). O republicano afirmou que Bolsonaro está sofrendo um ataque político como aconteceu com ele.

“Estarei assistindo a caça às bruxas de Jair Bolsonaro, de sua família e de milhares de seus apoiadores, muito de perto. O único julgamento que deveria estar acontecendo é o julgamento pelos eleitores do Brasil — isso se chama eleição. Deixem Bolsonaro em paz!”, escreveu Trump.

Na publicação, o presidente dos EUA não menciona diretamente as ações judiciais contra Bolsonaro, mas fala em perseguição e reafirma a inocência do ex-presidente.

“Eu tenho assistido, assim como o mundo, como eles não fizeram nada além de ir atrás dele, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo”, disse.

Bolsonaro é réu na ação penal do STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga a trama golpista após as eleições de 2022. Ele é acusado por cinco crimes, entre eles organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, e golpe de Estado.

Caso seja condenado, o ex-presidente pode pegar até 39 anos de prisão, segundo especialistas consultados pela CNN antes do julgamento.

Na publicação, Trump afirma ter conhecido Bolsonaro e reconhece que ele foi um “líder forte” e um bom negociador. Ambos já trocam elogios desde as eleições de 2018.

“Eu tenho assistido, assim como o mundo, como eles não fizeram nada além de ir atrás dele, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo”, disse.

Bolsonaro é réu na ação penal do STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga a trama golpista após as eleições de 2022. Ele é acusado por cinco crimes, entre eles organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, e golpe de Estado.

Caso seja condenado, o ex-presidente pode pegar até 39 anos de prisão, segundo especialistas consultados pela CNN antes do julgamento.

Na publicação, Trump afirma ter conhecido Bolsonaro e reconhece que ele foi um “líder forte” e um bom negociador. Ambos já trocam elogios desde as eleições de 2018.

Em maio, o ex-presidente chegou a se encontrar com o conselheiro sênior do Departamento de Estado dos Estados Unidos para o Hemisfério Ocidental, Ricardo Pita. Pouco depois, Bolsonaro afirmou que Trump acompanha o que acontece no Brasil, incluindo a ação do STF.

Bolsonaro está inelegível até 2030 após julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação. O motivo é a realização de uma reunião com embaixadores, em julho de 2022, em que o então presidente atacou, sem provas, o sistema eleitoral.

Posteriormente, Bolsonaro foi condenado novamente à inelegibilidade pelo TSE, desta vez por abuso de poder político e econômico durante as cerimônias do Bicentenário da Independência, em 7 de setembro de 2022, durante a campanha eleitoral.

Blog JURU EM DESTAQUE com CNN Brasil - Brenda Silva, da CNN, em Brasília

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Trump diz que o Brasil está fazendo 'coisa terrível' com Bolsonaro: 'Deixem ele em paz'

Donald Trump criticou publicamente o tratamento dado a Jair Bolsonaro, chamando os processos contra o ex-presidente de “perseguição”

Enquanto isso, Bolsonaro enfrenta graves problemas de saúde e pressões políticas, cancelando agendas e tentando manter influência em meio às incertezas sobre seu futuro na direita brasileira

Trump diz que Brasil está fazendo 'coisa terrível' com Jair Bolsonaro: 'Deixem ele em paz'
© Getty
(ESTADÃO CONTEÚDO) O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o Brasil está fazendo uma "coisa terrível" no tratamento concedido ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

A declaração ocorreu em publicação do presidente americano em sua rede social, a Truth Social. "Deixem Bolsonaro em paz", disse Trump, chamando os processos judiciais contra o ex-presidente brasileiro de "perseguição".

Bolsonaro sai de cena com alerta médico e freia corrida contra o tempo diante de STF e eleição

(FOLHAPRESS) O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cancelou todas as agendas públicas e ficará em "repouso absoluto" durante o mês de julho. A decisão ocorre no momento em que, segundo aliados, ele mantinha uma busca por manter consigo o capital político em meio à crescente pressão para indicar um sucessor do seu espólio eleitoral. 

A interrupção das agendas foi comunicada na terça-feira (1º) após consulta médica de urgência. Bolsonaro, 70 anos, apresenta crises constantes de soluços e vômitos, que o impedem inclusive de falar, segundo o ex-presidente.

Nota assinada pelos médicos Claudio Birolini e Leandro Echenique afirmou que o objetivo é "garantir a completa recuperação de sua saúde após a cirurgia extensa e internação prolongada, episódio de pneumonia e crises recorrentes de soluços".

"Durante esse período, ele ficará afastado de suas atividades habituais, incluindo agendas públicas e atividade político-partidária, retornando tão logo esteja plenamente restabelecido."

Na quarta-feira (02), um novo boletim informou que o ex-presidente foi submetido a uma endoscopia. O procedimento revelou que Bolsonaro sofre de uma esofagite.

"Será intensificado o tratamento medicamentoso, que havia sido iniciado há alguns dias. Seguem as orientações para moderação da fala, dieta regrada e repouso familiar", diz o comunicado.

Os dois médicos estiveram à frente da cirurgia abdominal e tratamento de Bolsonaro em abril, quando o ex-mandatário passou 21 dias internado depois de se sentir mal em uma agenda no interior do Rio Grande do Norte.

A interrupção das agendas ocorre após tensão entre bolsonaristas após ato na avenida Paulista, em São Paulo, mais esvaziado em comparação aos anteriores.

Na véspera da manifestação, Bolsonaro relatou mal-estar e teve episódios de vômitos. Segundo aliados, ele já vinha enfrentando dificuldades para dormir e reclamando de bastante cansaço.

No sábado, hospedado no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, ele optou por não receber ninguém e se manteve mais recluso até o momento de seguir para a Paulista.

O ex-presidente está inelegível em razão de condenações no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e também é réu no caso da trama golpista. A expectativa entre assessores de ministros e advogados envolvidos no processo é que o julgamento ocorra em setembro.

No ato, ele indicou que não pretende, por ora, falar de uma eventual passagem de bastão. No entanto, declarou que não seria necessário ser presidente para comandar o país. "Se vocês me derem, na ocasião das eleições do ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil", declarou.

Enquanto o presidente discursava, ao seu lado estavam dois governadores cotados como presidenciáveis para 2026: o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Outros dois chefes do Executivo estaduais também são vistos como possíveis nomes na disputa pela direita e centro-direita no próximo ano: Ratinho Jr. (PSD-PR) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO).

"Se vocês me derem isso [maioria de deputados e senadores], não interessa onde eu esteja, aqui ou no além, quem assumir a liderança vai mandar mais do que o presidente da República", acrescentou Bolsonaro na Paulista.

Interlocutores do ex-presidente dizem que, nas últimas duas ou três semanas, sobretudo depois das oitivas do STF, aumentou a pressão para que ele passe por fim o bastão para alguém.

O movimento, no entanto, é visto por quem convive com Bolsonaro como improvável no momento, senão impossível. Afinal, conseguir reunir apoiadores e se colocar como um importante ator político é um dos poucos trunfos do ex-presidente frente ao Supremo hoje.

Além disso, há uma avaliação frequente de que ele precisa do seu capital político para se defender juridicamente. Então, ainda que queiram logo a indicação de um sucessor, seus aliados sabem que é importante para sua defesa insistir numa candidatura.

Um interlocutor de Caiado diz ter visto na fala do ex-presidente um sinal de que possa estar sentindo uma perda de poder, por isso essa reação.

O governador de Goiás é pré-candidato pelo União Brasil e já prometeu indulto ao ex-presidente, assim como os outros três governadores que são cotados para a sucessão de Bolsonaro.

A medida, inclusive, foi colocada como pré-requisito pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, para eventual apoio a uma candidatura à Presidência no próximo ano.

Ainda que quase ninguém fale abertamente com Bolsonaro sobre a possibilidade de ele não ser candidato, ele externa irritação com esses movimentos exteriores e deixa isso chegar aos seus aliados.

A pressão vem inclusive de setores do empresariado, assim como de líderes de partidos da direita e centro-direita, que conversam com aliados do governador de São Paulo, na torcida para que Tarcísio seja indicado à sua sucessão.

Um aliado de Tarcísio, contudo, diz que essa insistência para que ele passe o bastão neste momento é negativa tanto para o governador quanto para o ex-presidente. Há um temor grande de que qualquer sinal dele seja interpretado como uma deslealdade junto ao seu padrinho político.

O governador de São Paulo nega publicamente qualquer pretensão eleitoral que não a de disputar a reeleição no próximo ano.

Um dos aliados de Tarcísio disse à Folha que o desejo de Bolsonaro de contar com a maioria do Congresso Nacional é uma utopia. Para ele, o ex-presidente, quando muito, teria ingerência apenas sobre os parlamentares do PL, algo notado pelo entorno bolsonarista.

O esvaziamento do último ato faz com que integrantes do PL optem também por diminuir a quantidade de manifestações. A avaliação é de que isso pode eventualmente cansar a militância. O próximo ato ocorrerá em 7 de setembro, e os organizadores esperam um público muito superior, até pelo peso simbólico que o feriado tem para o bolsonarismo.

Notícias ao Minuto

Veneziano diz que não aguarda rompimento de Cícero ou Adriano

Veneziano diz que oposição não crê em rompimento de Cícero Lucena ou Galdino Galdino e cobra definição de candidato do seu grupo

Vídeo: Veneziano diz que oposição não crê em rompimento de Cícero ou Galdino e cobra definição de candidato
Senador Veneziano Vital do Rêgo em entrevista ao programa Meio-dia Paraíba - Foto: Fábio Augusto

O senador Veneziano Vital (MDB) afirmou que a oposição não aguarda um rompimento do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), ou do presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino (Republicanos), da base governista e deu um prazo para que haja a definição da chapa majoritária do seu grupo. As declarações foram feita durante entrevista ao programa Meio-dia Paraíba, da Rádio Pop, na última sexta-feira (04).

Mesmo diante de declarações de integrantes da oposição sinalizando a possibilidade de adesão a Cícero e Adriano, caso rompam com o governo, Veneziano garantiu que o grupo tem duas pré-candidaturas postas e não espera uma definição da situação.

“Não somos dependentes nem da candidatura do prefeito Cícero, caso ele venha se desligar do grupo ou o grupo leve a se desligar dele, nem também do presidente Adriano. Nós temos duas colocadas posições: Pedro e Efraim e outras que, até o final do ano, podem se apresentar”, pontuou.

Veneziano defendeu, no entanto, que a oposição defina quem será o nome escolhido para disputar o Governo do Estado ainda este ano. “O que eu tenho falado há um bom tempo é que não podemos deixar que viremos 2025 para 2026 sem que esse candidato esteja apresentado”, concluiu.

Assista

Blog JURU EM DESTAQUE com Paraíba Já

Oposição mira mais um nome da base do governador da Paraíba

Depois do prefeito Cícero Lucena, agora é o deputado estadual Adriano Galdino: oposição mira mais um nome da base do governador João Azevêdo

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Após lançar sinais públicos de aproximação com o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), agora a oposição paraibana voltou seus olhos para outro nome estratégico da base governista: o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino (Republicanos).

A investida foi feita pelo senador Efraim Filho (União Brasil), pré-candidato ao governo do Estado em 2026, durante entrevista ao Blog do Jordan Bezerra, nas festividades de São Pedro, em São Mamede. Ao comentar o cenário político, Efraim foi direto: “A missão da oposição é construir pontes. Cícero e Adriano, se quiserem vir, serão bem recebidos. Aqui eles encontrarão palavra e compromisso”.

A declaração ocorre em um momento de intensas articulações e reposicionamentos para as eleições de 2026. Após os gestos de lideranças como Cássio Cunha Lima (PSD), Pedro Cunha Lima (PSD) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB), a oposição busca ampliar sua base e atrair nomes que demonstram sinais de insatisfação com a gestão do governador João Azevêdo (PSB).

Efraim criticou os 16 anos de domínio do PSB na Paraíba, classificando o atual governo como “engessado”, e defendeu uma renovação no comando do Executivo estadual. Para ele, o momento é de escuta popular e formação de alianças com base em compromissos concretos. “Estamos dialogando com diversos segmentos e lideranças. A escolha da chapa será baseada em pesquisa, sintonia com o povo e capacidade de gestão”, disse.

Sobre a composição da majoritária, Efraim ressaltou que o segundo nome da chapa ainda está em aberto, mas que figuras como Pedro Cunha Lima, Romero Rodrigues e Veneziano Vital são peças-chave nas articulações. “Vamos definir até outubro, com possibilidade até mesmo de alianças com setores do PL ou dissidentes do atual governo”, adiantou.

Questionado sobre a disputa interna pela direção da federação União Brasil/PP na Paraíba, Efraim afirmou que está pronto para qualquer cenário. “Minha aliança é com o povo da Paraíba. Com partido A, B ou C, sigo firme no propósito de oferecer um novo modelo de gestão para o nosso Estado”, concluiu.

Blog JURU EM DESTAQUE com PB Agora

“Eu só sei ser descartado pelo povo e por Deus”, diz Cícero

Prefeito Cícero Lucena evita falar em plano B, mas cobra “bom senso” do PP na escolha do candidato ao governo da Paraíba nas eleições de 2026

Foto: Sérgio Lucena / Secom-JP - PUBLICIDADE

O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), evitou, nesta segunda-feira (07) comentar sobre uma eventual candidatura ao governo do Estado por outro partido, caso não seja o nome escolhido pelos Progressistas para disputar as eleições de 2026. No entanto, cobrou bom senso da base aliada e da legenda no momento de definir o cabeça de chapa.

“Eu não vou debater sobre isso. Eu vou reafirmar que espero que o partido e a base do governo tenham bom senso”, disse Cícero ao ser questionado sobre a possibilidade de uma candidatura alternativa, durante agenda pública.

Apesar de adotar um tom moderado, o prefeito voltou a defender critérios claros para a definição do nome governista e mandou um recado direto:

“Essa discussão será feita de forma interna dentro do partido. Agora, eu só sei ser descartado pelo povo e por Deus. É absoluto”, afirmou.

A declaração acontece em meio ao crescimento da movimentação política de Cícero dentro da base aliada. Considerado um nome forte para a sucessão estadual, ele tem reiterado que sua eventual candidatura é praticamente irreversível — o que amplia a expectativa em torno de uma decisão partidária nos próximos meses. As informações repercutiram no programa Arapuan Verdade.

Blog JURU EM DESTAQUE com PB Agora

Ex-prefeito de Araraquara é eleito novo presidente nacional do PT

Edinho Silva é eleito novo presidente nacional do PT; a sigla realizou seu processo de eleições diretas no último domingo


O prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva ( PT )
Ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva ( PT ) — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

O ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva foi eleito, nesta segunda-feira (07), o novo presidente nacional do PT (Partido dos Trabalhadores).

A sigla realizou, no último domingo (6), o PED (Processo de Eleições Diretas), que escolheu os novos dirigentes do partido nos níveis nacional, estadual e municipal.

O resultado foi proclamado mesmo com a indefinição sobre o pleito no diretório de Minas Gerais, que havia sido judicializado. A segunda instância do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios) derrubou uma liminar nesta segunda e permitiu que a eleição no estado seja feita.

Edinho tinha apoiado velado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ele pertence à CNB (Construindo Um Novo Brasil), corrente majoritária do PT, e substitui o senador Humberto Costa (PE) no comando do partido. Costa, por sua vez, estava como interino após Gleisi Hoffmann deixar a presidência da sigla para assumir a Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula.

Na eleição, Edinho superou o deputado federal Rui Falcão (SP), da corrente Novo Rumo; Valter Pomar, da Articulação de Esquerda; e Romênio Pereira, do Movimento PT.

Até o momento, a apuração está da seguinte forma:

  • Edinho Silva: 239.155 votos (73,48%)
  • Rui Falcão: 36.279 (11,15%)
  • Romênio Pereira: 36.009 (11,06%)
  • Valter Pomar: 14.006 (4,6%)

De acordo com Humberto Costa, ainda faltam coletar votos de uma grande de Pernambuco, da Bahia, do Pará e do Rio de Janeiro, além de Minas Gerais. Entretanto, isso não irá afetar o resultado da eleição, prosseguiu o senador.

Quem é Edinho Silva

Edinho já foi presidente do PT entre 2009 e 2013, eleito com mais de 90% dos votos entre os filiados. Além disso, foi deputado estadual por São Paulo de 2011 a 2015 e coordenou a campanha presidencial de Lula em 2022.

Foi prefeito de Araraquara por quatro mandatos, entre 2001 e 2008 e de 2017 a 2024.

Ainda esteve como Secretaria de Comunicação Social (Secom) no governo da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT).

É graduado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara, com mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). 

Blog JURU EM DESTAQUE com CNN Brasil - Douglas PortoGabriela Prado e Manoela Carlucci, da CNN, São Paulo e Brasília

"Como se não tivesse ninguém falado", diz Lula ao ignorar ameaça de Trump

Lula diz que ameaça de taxação de Trump não preocupa nações do Brics; “Cada país é dono do seu nariz", afirmou o presidente

Rio de Janeiro (RJ), 07/07/2025 - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante pronunciamento ao final do Brics.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
© Joédson Alves/Agência Brasil

A ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar em 10% países que se alinhem ao Brics, não causou preocupação durante a reunião de cúpula do bloco, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro de líderes dos 11 países-membros e dez nações parceiras, no Rio de Janeiro, terminou nesta segunda-feira (07).

"Na reunião do Brics ninguém tocou nesse assunto, ou seja, como se não tivesse ninguém falado. Não demos nenhuma importância a isso", disse Lula, em entrevista ao fim do encontro de líderes.

O presidente avaliou que a declaração de Trump - feita em seu perfil em uma rede social - foi irresponsável.

"Sinceramente, eu nem acho que eu deveria comentar, porque eu não acho uma coisa muito responsável e séria o presidente da república de um país do tamanho dos Estados Unidos ficar ameaçando o mundo através da internet", acrescentou.

Defesa da soberania

Lula disse, ainda, que os países são soberanos e que, se os Estados Unidos impuserem tarifas, os outros têm o direito de fazer o mesmo.

"Existe a lei da reciprocidade", destacou Lula. "Respeito é muito bom. A gente gosta de dar e gosta de receber. E é preciso que as pessoas leiam o significado da palavra soberania. Cada país é dono do seu nariz".

O presidente Lula comentou ainda as declarações de Trump sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o presidente dos EUA, Bolsonaro está sofrendo uma caça às bruxas e ele deve ser deixado em paz.

"Esse país [o Brasil] tem leis. Esse país tem regra. Esse país tem um dono chamado povo brasileiro. Portanto, deem palpite na sua vida e não na nossa", finalizou.

China responde à ameaça de Trump

Porta-voz do Ministério Exterior da  China responde a Donald Trump que Brics não visa os Estados Unidos, mas cooperação entre mercados emergentes

O grupo Brics se concentra na cooperação entre emergentes e não é contra outros países, afirmou a China


China responde a Trump que Brics não visa os EUA, mas cooperação entre emergentes
© getty
PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS) - A China respondeu nesta segunda-feira (07) à ameaça do presidente americano, Donald Trump, de aplicar uma tarifa adicional de 10% sobre os produtos de "qualquer país que se alinhe com as políticas antiamericanas dos Brics", sem detalhar quais. 

O grupo Brics se concentra na cooperação entre emergentes e não é contra outros países, afirmou a porta-voz do Ministério do Exterior, Mao Ning, em entrevista coletiva nesta tarde em Pequim, madrugada no Brasil.

"O mecanismo Brics é uma plataforma importante para a cooperação entre mercados emergentes e países em desenvolvimento", disse ela. "Defende abertura, inclusão e cooperação ganha-ganha e não tem nenhum país como alvo."

Acrescentou que, "no que diz respeito à imposição de tarifas, a China declarou repetidamente sua posição de que não há vencedores em guerras comerciais e tarifárias e o protecionismo não leva a lugar nenhum".

A cúpula do grupo Brics no Brasil, que termina nesta segunda-feira e tem o primeiro-ministro Li Qiang como representante chinês, divulgou na Declaração do Rio de Janeiro que se opõe "a medidas protecionistas unilaterais, que causam disrupções deliberadas nas cadeias globais de fornecimento e produção e distorcem a concorrência".

Acrescentou ter "sérias preocupações com o aumento de medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais que distorcem o comércio e são inconsistentes com as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio)".

Li Qiang, em destaque na cobertura chinesa, defendeu domingo na cúpula que os países do Brics sejam "a vanguarda na reforma da governança global".

Segundo ele, "mudanças que não eram vistas há um século estão se desenrolando hoje a um ritmo acelerado, as regras e a ordem internacionais estão sendo severamente desafiadas, e a autoridade e a eficácia das instituições multilaterais continuam a diminuir".

Notícias ao Minuto

O que é o Brics, grupo que se reuniu ontem e hoje no Rio?

Entenda o que é o Brics, grupo que se reuniu no domingo (06) e nesta segunda-feira (07) no Rio de Janeiro; Brasil é um dos fundadores do bloco de países do Sul Global

Brasília (DF), 11/10/2024 - Bandeiras de países-membros do BRICS. Foto: BRICS/Divulgação
© Brics/Divulgação

Um pouco mais de oito meses depois de o Museu de Arte Moderna (MAM) receber os holofotes do mundo para a reunião do G20 (grupo formado por 19 países e as uniões Europeia e Africana), o Rio de Janeiro ocupa novamente cenário de destaque no palco das relações internacionais. No domingo (06) e na segunda-feira (07), será realizada a reunião de Cúpula do Brics, sob a presidência brasileira.

Fórum das maiores economias fora do G7, que reúne as potências alinhadas aos Estados Unidos, o grupo é apontado como uma voz do Sul Global. Entenda mais sobre esse evento internacional com a série de perguntas e respostas abaixo, preparadas pela Agência Brasil.

O que é o Brics?

O grupo se define como um foro de articulação político-diplomática de países que formam o chamado Sul Global, buscando cooperação internacional e o tratamento multilateral de temas globais.

Além de buscar mais influência e equidade de seus integrantes em instituições como Organização das Nações Unidas (ONU), Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brics tem em seu radar a criação de instituições voltadas para seus participantes, como o Novo Banco de Desenvolvimento, chamado de banco do Brics.

Por não ser uma organização internacional, o Brics não tem um orçamento próprio ou secretariado permanente.

Quantos países fazem parte do Brics?

Atualmente, o grupo conta com 11 países-membros e dez países-parceiros.

Países-membros: África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia.

Países-parceiros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.

Qual a diferença entre país-membro e país-parceiro?

A modalidade país-parceiro foi criada durante a Cúpula de Kazan, na Rússia, em outubro de 2024. Esses países são convidados a participar dos encontros e dos debates. A principal diferença entre as categorias é que apenas os países-membros têm poder de deliberação, ou seja, votar nos encontros, por exemplo, para referendar a declaração final do grupo. 

Officials attend a plenary session in the outreach/BRICS Plus format at the BRICS summit in Kazan, Russia October 24, 2024. REUTERS/Maxim Shemetov/Pool
Cúpula de Kazan criou a modalidade de país-parceiro - REUTERS/Maxim Shemetov/Pool/Proibida reprodução

O Brics começou com quantos países?

O termo Brics nasceu em um estudo de 2001, formulado pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O'Neil, que projetou a crescente importância que Brasil, Rússia, Índia e China teriam na economia e na geopolítica global no Século 21.

A organização desses países enquanto grupo se deu em 2006. Cinco anos depois, em 2011, o acrônimo ganhou o “s”, de South Africa (África do Sul, em inglês).

Em 2024, o grupo passou a incluir Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. A Argentina chegou a ser convidada, mas sob a presidência de Javier Milei, recusou o ingresso. Em 2025, a Indonésia passou a fazer parte do Brics.

Também no ano passado, foi anunciado que os países-parceiros Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão passariam a fazer parte do Brics a partir de 1º de janeiro de 2025.

A Nigéria recebeu o status em 17 de janeiro. O mais recente parceiro é o Vietnã, que foi anunciado no último dia 13 de junho.

Mais de 30 nações já manifestaram interesse em participar do Brics, tanto na qualidade de membros como de parceiros.

O que é o Sul Global?

O Sul Global pode ser entendido como uma união entre países em desenvolvimento, em regiões como América Latina, África, Ásia Meridional e sudeste asiático.

Esses países apresentam similaridades, como passado de colonização, economias diversificadas e desafios sociais. As nações buscam articulações entre si para reivindicar reformas na ordem econômica e política global, reduzindo a dependência dos países desenvolvidos.

Apesar no nome, muitos desses países se localizam geograficamente no hemisfério Norte, como Rússia, China, Arábia Saudita e Egito.

Mais países podem entrar no grupo?

Segundo a presidência brasileira, não há previsão, no momento, de se realizar novo processo de expansão. Eventual manifestação de interesse de ingresso no Brics será avaliada caso a caso. A decisão final sobre a adesão é feita por consenso entre os líderes do grupo.

O Brics tem poder de decisão sobre temas internacionais?

O Brics não é uma organização internacional ou um bloco formal. Trata-se de um foro de coordenação e cooperação entre países do Sul Global. Consensos de discussões precisam ser implementados internamente pelos países, caso queiram seguir o encaminhamento.

Por que o encontro acontece no Brasil? É a primeira vez?

A reunião de cúpula acontece no país-membro que ocupa a presidência rotativa ─ em 2025, é a vez do Brasil. Por isso, foi escolhido o Rio de Janeiro. Ao longo da presidência brasileira em 2025, foram realizadas mais de 200 reuniões online e presenciais.

Em 2026, a cúpula será na Índia. No ano passado, o encontro foi em Kazan, na Rússia.

O Brasil sediou três edições da cúpula: Brasília (2019 e 2010) e Fortaleza (2014). 

Rio de Janeiro (RJ), 30/10/2024 -Fachada e entorno do Museu de Arte Moderna (MAM Rio), que vai receber a Cúpula do G20, no Parque do Flamengo. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Museu de Arte Moderna (MAM Rio) recebeu Cúpula do G20 no ano passado e recebe a do Brics neste ano - Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Brics representa quanto da população e da economia mundial?

Os 11 países representam 39% da economia mundial, 48,5% da população do planeta e 23% do comércio global. Em 2024, países do Brics receberam 36% de tudo que foi exportado pelo Brasil, enquanto nós compramos desses países 34% do total do que importamos.

Qual o potencial do Brics na área de energia?

Em termos de capacidade energética, o grupo representa 43,6% da produção mundial de petróleo e 36% de gás natural. O Brics detém 72% das reservas mundiais de minerais classificados como terras raras, elementos químicos fundamentais para diversas aplicações tecnológicas, desde eletrônicos até energia renovável.

Quais as prioridades brasileiras no Brics?

  • Cooperação em saúde global;
  • Comércio, investimento e finanças;
  • Combate à mudança do clima;
  • Governança da inteligência artificial;
  • Arquitetura multilateral de paz e segurança;
  • Desenvolvimento institucional do Brics.

O que é o Banco do Brics?

Criado em 2015, O New Development Bank (NDB), Novo Banco de Desenvolvimento, também conhecido como Banco do Brics, é um banco multilateral de desenvolvimento criado para mobilizar recursos para financiar projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento.

De acordo com o site da instituição, o NDB já aprovou 120 projetos e US$ 39 bilhões (equivalente a mais de R$ 210 bilhões) em financiamentos.

Países de fora do Brics, casos de Uruguai, Argélia e Bangladesh, também podem fazer parte. Os fundadores do Brics são os maiores depositantes de recursos do banco de fomento. A Colômbia já manifestou interesse em virar integrante. Por outro lado, a entrada no Brics não garante acesso ao NDB.

Em 2023, a ex-presidente Dilma Rousseff foi escolhida presidente do NDB, sendo reeleita em 2025.

Xangai, China, 13.04.2023 -  Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na posse da Presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento. Em seguida parrticipa de Reunião com a Presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Dilma Rousseff. Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) - Xangai - China.  Foto: Ricardo Stuckert/PR
Dilma Rousseff é a presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento, com sede em Xangai, na China - Ricardo Stuckert/PR

O que é o Arranjo Contingente de Reservas (ACR)?

O Arranjo Contingente de Reservas (ACR) é uma plataforma de apoio financeiro entre os integrantes do Brics para os casos de dificuldades no balanço de pagamentos do país (fuga de moedas estrangeiras, por exemplo).

O ACR está plenamente operacional e pode ser acionado a qualquer momento por iniciativa de um dos membros.

Por meio do ACR, os membros se comprometem a colocar à disposição reservas internacionais no valor de até US$ 100 bilhões, distribuídos da seguinte maneira: China (US$ 41 bilhões), Brasil (US$ 18 bilhões), Índia (US$ 18 bilhões), Rússia (US$ 18 bilhões) e África do Sul (US$ 5 bilhões).

Os novos membros do Brics podem solicitar adesão ao ACR. 

Brasília (DF), 03/07/2025 - Arte Entenda Brics.
Arte EBC

Blog JURU EM DESTAQUE com Agência Brasil - Edição: - Vinicius Lisboa - Bruno de Freitas Moura - repórter da Agência Brasil

China, Rússia e África do Sul reagem à ameaça de tarifas feita por Trump

Declarações da Rússia, China, África do Sul e Malásia reforçam o caráter cooperativo do bloco e criticam o uso de tarifas como instrumento de coerção nas relações internacionais

China, Rússia e África do Sul reagem à ameaça de tarifas feita por Trump
© Getty
Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a intenção de impor tarifas extras de 10% a partir de 1º de agosto sobre todos os países que, segundo ele, estariam alinhados à "política antiamericana dos BRICS", membros do bloco reagiram com diferentes tons e mensagens diplomáticas. 

A medida foi mencionada horas depois da divulgação da declaração final da cúpula dos BRICS no Rio de Janeiro, que defendeu a ampliação do uso de moedas locais nas transações entre os países do grupo, além de criticar barreiras comerciais impostas por grandes potências. Embora Trump não tenha especificado quais políticas considera antiamericanas, ele já vinha, desde a eleição de 2024, fazendo críticas ao bloco, especialmente em relação à ideia de abandonar o dólar em transações comerciais. Em discursos anteriores, chegou a sugerir tarifas de até 100% contra países que deixassem de utilizar a moeda americana.

Diante da nova ameaça, o Kremlin afirmou que o BRICS “nunca foi e nunca será direcionado contra quaisquer terceiros países”. “Vimos tais declarações do presidente Trump, mas é muito importante notar que a singularidade do BRICS é ser um grupo de países que compartilham abordagens e uma visão de mundo comum sobre como cooperar com base em seus próprios interesses”, declarou o porta-voz Dmitry Peskov.

A China também reagiu, por meio de pronunciamento do Ministério das Relações Exteriores. “O uso de tarifas não beneficia ninguém”, disse a porta-voz Mao Ning em coletiva de imprensa, acrescentando que Pequim se opõe ao uso de tarifas como ferramenta de coerção.

Já a África do Sul adotou um tom mais conciliador. O porta-voz do Ministério do Comércio, Kaamil Alli, afirmou que o país “não é antiamericano” e continua empenhado em negociar um acordo comercial com os Estados Unidos. “Ainda aguardamos uma comunicação formal dos EUA a respeito do nosso acordo comercial, mas nossas conversas continuam construtivas e frutíferas”, disse ele à Reuters. O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que esteve com Trump na Casa Branca em maio, reforçou o posicionamento ao afirmar que o BRICS “não busca competir com nenhuma outra potência” e que os blocos globais devem ser vistos como “complementares”.

A Malásia, admitida como país parceiro do BRICS em 2024, também se manifestou. Em nota, o Ministério do Comércio do país destacou que sua política externa e econômica é independente e voltada à facilitação do comércio, e não a alinhamentos ideológicos.

As reações ocorrem em meio à expectativa do governo brasileiro por um avanço nas negociações comerciais com os Estados Unidos antes do prazo final estabelecido por Trump, que se encerra em 9 de julho. O Palácio do Planalto ainda não comentou oficialmente as declarações do presidente americano. 

Trump diz que Brasil está fazendo 'coisa terrível' com Jair Bolsonaro: 'Deixem ele em paz'

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o Brasil está fazendo uma "coisa terrível" no tratamento concedido ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A declaração ocorreu em publicação do presidente americano em sua rede social, a Truth Social. "Deixem Bolsonaro em paz", disse Trump, chamando os processos judiciais contra o ex-presidente brasileiro de "perseguição".

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