sexta-feira, 13 de junho de 2025

Feriadão de São João, na Paraíba

Governo da Paraíba decreta ponto facultativo e emenda garante seis dias de folga nas repartições públicas estaduais


Foto: reprodução
Foto: Reprodução

Paraíba -  O Governo da Paraíba decretou ponto facultativo para as repartições públicas estaduais da Administração Direta e Indireta nos dias 19, 20, 23 e 24 de junho. Servidores terão seis dias de folga, contando com o final de semana.

O ponto facultativo conta com o dia de Corpus Christi, comemorado na quinta-feira (19) e na sexta-feira (20), em antecipação ao Dia do Servidor Público, celebrado em 28 de outubro de 2025.

Além desses, também serão facultados os expedientes nos dias 23 e 24 de junho (segunda e terça-feira respectivamente), véspera e dia de São João.

  • Dia 19/06/2025 (quinta-feira) – Corpus Christi;
  • Dia 20/06/2025 (sexta-feira) – Em antecipação ao Dia do Servidor Público, que se comemoraria em 28 de outubro;
  • Dias 23 e 24/06/2025 (segunda e terça-feira) – Véspera e Dia de São João

A portaria assinada pelo secretário de Administração, Tibério Limeira, será publicada no Diário Oficial do Estado deste sábado.

Polêmica Paraíba com ClcikPB 

Termina hoje o prazo de inscrições para o Enem 2025

Estudantes têm até às 23h59 desta sexta-feira, 13 de junho, para se inscrever no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)

Enem: estudantes têm até esta sexta para se inscrever
Foto: Agência Brasil

O prazo de inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2025 termina às 23 horas e 59 minutos (no horário de Brasília) desta sexta-feira (13), após ter sido ampliado em uma semana pelo Ministério da Educação (MEC). O encerramento original das inscrições era 06 de junho.

Este 13 de junho é o último dia, também, para quem deseja ser tratado pelo nome social em todos os documentos do exame e para as solicitações de atendimento especializado, mediante o envio da documentação comprobatória da situação apontada no momento da inscrição, situações previstas, conforme regras do edital.

As inscrições devem ser feitas exclusivamente pela Página do Participante, no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável por todas as etapas do exame.

Taxa

Com a prorrogação do período de inscrições, o pagamento da taxa de inscrição poderá ser feito até a próxima quarta-feira.

O boleto no valor de R$ 85 ficará disponível na tela inicial da Página do Participante imediatamente após a inscrição. O pagamento poderá ser feito por Pix, cartão de crédito, débito em conta corrente ou poupança.

O MEC explica que sistema não gerará boleto para duas situações:

  1. estudantes de escolas públicas concluintes do ensino médio, em 2025, matriculados em qualquer modalidade de ensino – regular ou Educação de Jovens e Adultos (EJA)
  2. quem informar na inscrição que usará os resultados do Enem 2025 para tentar conseguir o certificado de conclusão do ensino médio ou declaração parcial de proficiência e que esteja inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico).

Quem precisa fazer a inscrição

Quem teve pedido de isenção da taxa de inscrição e as justificativas de ausência em 2024 aprovados pelo Inep precisa se inscrever no exame na Página do ParticipanteA aprovação das duas situações pelo Inep não representa a inscrição automática.

Os estudantes do 3º ano do ensino médio em escola pública, mesmo com inscrição pré-preenchida, precisam atualizar os dados solicitados e confirmar a inscrição.

O exame ainda representa uma oportunidade para o participante treineiro testar conhecimentos. O Inep define como treineiro no Enem aquele que concluirá o ensino médio após o ano letivo de 2025; ou que não está cursando ou não concluiu o ensino médio e quer se autoavaliar.

Aqueles interessados em obter o certificado de conclusão do ensino médio ou a declaração parcial de proficiência também devem se inscrever no Enem. Esta possibilidade de certificação está disponível somente aos candidatos com mais de 18 anos que não terminaram essa etapa dos estudos; e aqueles que conquistarem a pontuação mínima (igual ou maior que 450 pontos) em cada área do conhecimento das provas do Enem; e pelo menos 500 pontos na prova de redação.

Provas

A aplicação das provas do Enem 2025 está mantida para os dias 9 e 16 de novembro nas 27 unidades da federação.

As exceções são os municípios de Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará, onde os candidatos farão provas em 30 de novembro e 07 de dezembro, devido à realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), na capital paraense, no período.

Enem

O Enem avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. O exame é considerado a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (Prouni). 

Paraíba Já com Agência Brasil

Qual é a superstição por trás da Sexta-Feira 13?

A sexta-feira 13 é um dos dias mais conhecidos por sua ligação com superstições e crenças populares em diferentes partes do mundo

Qual é a superstição por trás da Sexta-Feira 13?
Qual é a superstição por trás da Sexta-Feira 13? - Créditos: depositphotos.com / ronniechua

A sexta-feira 13 é um dos dias mais conhecidos por sua ligação com superstições e crenças populares em diferentes partes do mundo. Ao longo dos séculos, essa data foi marcada por histórias, lendas e interpretações que associam o número 13 e o dia da semana sexta-feira a acontecimentos negativos ou azar. A combinação desses dois elementos resultou em uma tradição que desperta curiosidade e até mesmo receio em muitas pessoas.

O temor em torno da sexta-feira 13 não surgiu por acaso. Elementos históricos, religiosos e culturais contribuíram para consolidar essa reputação. Desde relatos bíblicos até eventos marcantes da Idade Média, diversos fatores ajudaram a moldar a visão que se tem desse dia. Além disso, a cultura popular, especialmente o cinema e a literatura, desempenhou papel fundamental na propagação do mito.

Por que a sexta-feira 13 é considerada um dia de azar?

A associação da sexta-feira 13 ao azar tem raízes profundas. No cristianismo, a sexta-feira é lembrada como o dia da crucificação de Jesus Cristo, um evento de grande sofrimento. Já o número 13, em várias culturas, é visto como um elemento que rompe a harmonia, pois o número 12 é frequentemente associado à completude, como nos 12 meses do ano ou nos 12 apóstolos. Quando esses dois símbolos se unem, surge uma data que, para muitos, carrega uma carga negativa.

Além das referências religiosas, há registros históricos que reforçam a má fama da sexta-feira 13. Um dos episódios mais conhecidos ocorreu em 13 de outubro de 1307, quando o rei Filipe IV da França ordenou a prisão em massa dos Cavaleiros Templários. Esse acontecimento ficou marcado como um dia de tragédia e perseguição, alimentando ainda mais as superstições em torno da data.

O cinema, a televisão e a literatura desempenharam papel importante na consolidação da sexta-feira 13 como um dia temido. Filmes de terror, como a famosa franquia “Sexta-Feira 13”, exploraram o medo e o mistério associados à data, tornando-a ainda mais presente no imaginário coletivo. Livros e histórias também contribuíram para a propagação de lendas e relatos assustadores relacionados ao dia.

  • Filmes de terror: Diversas produções utilizam a sexta-feira 13 como pano de fundo para narrativas de suspense e horror.
  • Literatura: Livros e contos populares frequentemente abordam a data como símbolo de azar.
  • Mídias sociais: Nos últimos anos, memes e postagens reforçam a fama do dia, mantendo a superstição viva entre diferentes gerações.

Existe superstição semelhante em outros países?

Embora a sexta-feira 13 seja vista como um dia de azar em muitos lugares, essa crença não é universal. Em países como Espanha e em algumas regiões da América Latina, a superstição está ligada à terça-feira 13. Nessas culturas, a terça-feira é associada ao deus romano Marte, símbolo de guerra e destruição, o que contribui para a má reputação do dia.

  1. Na Grécia, a terça-feira 13 é considerada um dia de má sorte.
  2. Em países anglo-saxões, a sexta-feira 13 mantém sua fama negativa.
  3. Algumas culturas não atribuem significado especial a nenhuma dessas datas.

Com o passar do tempo, a sexta-feira 13 tornou-se um fenômeno cultural que ultrapassa fronteiras e gerações. Mesmo sem comprovação científica, a superstição continua a influenciar comportamentos, inspirar histórias e despertar debates sobre o poder das crenças populares. A data permanece como um exemplo de como tradições e narrativas podem moldar a percepção coletiva sobre o acaso e o destino.

Blog JURU EM DESTAQUE com O Antagonista

Saiba porque a sexta-feira 13 é uma data tão polêmica

Independentemente de ser dia 13, a sexta-feira, para alguns povos, sempre representou (pasmem!) um dia ruim

Representação artística elaborada com Inteligência Artificial destacando o aspecto aterrorizante pelo qual a sexta-feira 13 costuma ser marcada - Crédito: Flavia Correia via DALL-E/Olhar Digital

Ela chega com ares de maldição, despertando receios profundos em quem acredita em azar. Para muitos, a sexta-feira 13 é sinônimo de tensão, acidentes e más decisões. Há quem evite sair de casa, dirigir, fechar negócios ou até atender o telefone.

No entanto, trata-se de uma data bem comum. Segundo o site EarthSky, todo ano tem pelo menos uma sexta-feira 13 – e no máximo três. Em 2025, temos apenas esta de junho. Já em 2026, o número sobe para três, algo que não acontece desde 2015.

Nos anos anteriores, a frequência foi dupla: em 2023 (janeiro e outubro) e 2024 (setembro e dezembro) A ocorrência varia, mas o mistério persiste. Embora pareça uma superstição relativamente recente, o medo da data tem raízes antigas e culturais.

Por que algumas pessoas temem a sexta-feira 13?

O pavor da sexta-feira 13 não tem origem exata, mas ganhou força no século 19. Antes disso, algumas histórias religiosas já associavam o dia a eventos trágicos.

  • Judas, o 13º convidado da Última Ceia, teria traído Jesus em uma sexta-feira;
  • Adão e Eva também teriam comido o fruto proibido nesse mesmo dia;
  • Caim matou o irmão, Abel, numa sexta;
  • A queda do Templo de Salomão também foi nesse dia da semana;
  • Também foi numa sexta que a Arca de Noé zarpou durante o dilúvio.

Na Idade Média, viajar ou se casar em uma sexta-feira (independentemente de ser 13) era visto como mau presságio. Já no século 20, o cinema reforçou o medo: a saga “Sexta-Feira 13” ajudou a perpetuar a fama sombria da data. Esse medo tem até nome: parascavedecatriafobia

Cena de Sexta-Feira 13 com Jason
A franquia de filmes ‘Sexta-feira 13’, estrelada pelo vilão Jason, alimentou o medo da data. Crédito: Reprodução

Tudo depende da sua crença

Nem todo mundo vê a data como negativa. De acordo com a CNN, em tempos antigos, especialmente entre os povos nórdicos e germânicos, a sexta-feira era ligada ao sagrado feminino. A palavra “Friday” vem de Frigg, a deusa do amor e da maternidade. 

Freyja, outra deusa reverenciada (com quem Frigg era frequentemente confundida), era ligada à fertilidade e à magia, e tinha o dom de prever o futuro e de determinar quem morreria nas batalhas. Dizia-se, ainda, que ela usava uma carruagem puxada por dois gatos pretos.

As duas divindades eram adoradas em toda a Europa e, por conta das associações, a sexta-feira era considerada, pelos povos nórdicos e teutônicos, um dia de sorte para o casamento. 

Você tem medo da sexta-feira 13? - Crédito: i am adventure – Shutterstock

Por sua vez, o número 13 era considerado milagroso pelas culturas pré-cristãs e reverenciado pelas deusas por conta da ligação com o número de ciclos lunares e menstruais.

No fim das contas, tudo depende da tradição que se escolhe acreditar.

Fonte: Olhar Digital - Flavia Correia (Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra)

O frade português que se tornou o santo mais popular do Brasil

Conheça a vida e a obra de Santo Antônio, intelectual notável que circulou por parte considerável da Europa do século 13 consolidando o papel dos franciscanos, cuja ordem havia acabado de ser fundada

Para muitos, ele é casamenteiro. Para os mais devotos católicos, é milagroso. Para a Igreja, é a figura que detém o recorde da canonização mais rápida da história. 

Papa Gregório 9º foi responsável pelas canonizações de Santo Antônio e de São Francisco de Assis -  (crédito: DOMÍNIO PÚBLICO)
Papa Gregório 9º foi responsável pelas canonizações de Santo Antônio e de São Francisco de Assis - (crédito: DOMÍNIO PÚBLICO) - X

Para muitos, é santo casamenteiro — folclore e tradições populares são pródigos em reservar a ele toda sorte de simpatias para trazer, para sempre enquanto dure, aquele amor perfeito. Para os devotos católicos, é um santo milagroso, daqueles mais eficientes na intercessão junto a Deus.

Para a Igreja, é a figura que detém o recorde da canonização mais rápida da história. Para a historiografia, foi um homem notável do seu tempo: intelectual, o frade circulou por parte considerável da Europa do século 13 e ajudou a consolidar o papel dos franciscanos, cuja ordem havia acabado de ser fundada.

Este personagem é Santo Antônio de Pádua — assim chamado por aqueles que preferem enfatizar o auge de sua vida. Ou Santo Antônio de Lisboa — como preferem sobretudo os portugueses, enaltecendo suas raízes.

Se muito de sua vida, oito séculos mais tarde, se mistura com lendas, relatos extraordinários e fé religiosa, fato certo e comprovado é que o frade franciscano morreu em uma sexta-feira, no dia 13 de junho de 1231.

"Ele era um homem bastante erudito mas, mesmo assim, mesmo muito ortodoxo em sua postura de combate às heresias, ele foi acometido dessa aura de um taumaturgo, alguém que tinha habilidade de manipular os poderes da natureza", contextualiza à BBC News Brasil o historiador, filósofo e teólogo Gerson Leite de Moraes, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

"Com o passar do tempo, várias camadas narrativas foram sendo colocadas neste homem. A história dos santos é muito recheada dessas narrativas que vão sendo acrescentadas, somadas, transformando aquilo num ícone."

Em terras brasileiras, a devoção antoniana ganhou seu próprio sotaque. O sincretismo fez dele uma figura simpática a outras religiões fora do catolicismo.

E o folclore garantiu ao santo lugar de honra, seja na hora de pendurar sua imagem de cabeça para baixo até que um namorado dos sonhos apareça, seja em formatos de orações características, como a trezena — treze dias de rezas dedicadas a ele ou no considerado infalível "responso", cujo texto original é atribuído a um frade italiano chamado Giuliano da Spira, que viveu no século 13 e teria escrito a oração dois anos após a morte do santo.

Papa Gregorio 9
Papa Gregório 9º foi responsável pelas canonizações de Santo Antônio e de São Francisco de Assis - DOMÍNIO PÚBLICO

No Dicionário do Folclore Brasileiro, o sociólogo, antropólogo e historiador Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) registrou uma das tantas versões da oração, originalmente em latim, no português coloquial.

"Quem milhares quer achar/ Contra os males e o demônio/ Busque logo a Santo Antônio/ Que só o há de encontrar", dizem os primeiros versos.

"Seu nome batiza igrejas, ruas e continua sendo um dos mais escolhidos para menino, em Portugal e Brasil", aponta Cascudo. "Rara será a cidade, vila ou povoado sem uma rua de Santo Antônio ou uma igreja de Santo Antônio, em todas as terras do idioma português."

Em 2019, um sacerdote italiano que atuava na cidade de Pádua comentou informalmente com este repórter que a fama de Antônio junto aos fiéis, em especial os brasileiros, advém desta maneira simples e brejeira como se desenvolveu a relação de fé com ele — entre simpatias que mais parecem travessuras.

"Essas coisas, para quem vê de fora, podem parecer heresia ou falta de respeito. Mas, na verdade, aproximam o santo do povo. É como se ele não estivesse no altar, inacessível e distante, mas preferisse se sentar no banco da igreja, ao lado do fiel, como um amigo, um companheiro, alguém de confiança", filosofou o religioso.

"No Brasil, a religião nunca foi austera, sempre foi uma religiosidade com características populares", completa Moraes. "A religião no Brasil se desenvolveu muito nessa coisa da proximidade, da relação quase desrespeitosa com o sagrado, mas ao mesmo tempo muito íntima."

Autor do livro Santo Antônio: Por Onde Passa, Entusiasma, o vaticanista italiano Domenico Agasso Jr. concorda que chama a atenção o fato de a figura de Santo Antônio, ainda no século 21, conservar grande relevância.

"A primeira razão reside sobretudo no fato de ele não ter sido um menino 'santo', mas sim ter passado por uma transformação interior e exterior na juventude — e isso o coloca como uma mostra de que Deus é acessível a todos os homens e mulheres de todos os tempos e lugares", comenta ele, à BBC News Brasil.

"São muitos os que contam que, graças a Antônio, compreenderam uma coisa fundamental: só por meio da caridade podemos viver verdadeiramente na alegria", prossegue ele.

"É por isso que Antonio ainda é muito amado. É uma presença que continua a gerar alegria. As pessoas sentem que ele é um pai, uma referência acolhedora e encorajadora, uma fonte inesgotável de esperança contra a resignação, o desespero, os medos."

A seguir, cinco curiosidades sobre este religioso cuja fama transcende o catolicismo.

1. Nenhum dos 53 milagres de sua canonização tem a ver com casamento

Afresco atribuído ao pintor Filippo da Verona e provavelmente feito em 1510
Afresco atribuído ao pintor Filippo da Verona e provavelmente feito em 1510 mostra Santo Antônio em aparição a seu confrade e seguidor Luca Belludi - DOMÍNIO PÚBLICO

Nem bem foi sepultado em Pádua, no dia 17 de junho de 1231, começaram a pipocar pela região relatos de milagres atribuídos à intercessão daquele que já era chamado de santo ainda em vida. Seu túmulo começou a atrair devotos e pagadores de promessa.

Menos de um mês após sua morte, o bispo Jacopo Corrado (?-1239) solicitou ao papa Gregório 9° (1170-1241) que abrisse um processo para canonizar o frade. Admirador dos franciscanos, o sumo pontífice, que havia conhecido Antônio em vida, aceitou. Mas houve uma resistência na cúpula da Igreja.

O maior problema seria canonizar, quase que sequencialmente, dois frades franciscanos — além de tudo, uma ordem fundada há tão pouco tempo, em 1209. Francisco de Assis (1181 ou 1182-1226) havia sido oficializado santo, pelo mesmo papa Gregório 9°, em 1228.

A celeuma político-clerical foi contornada com um apelo popular materializado em enxurrada de histórias de milagres. Em uma época em que os processos de canonização careciam das padronizações metodológicas hoje existentes, o papa mandou criar duas comissões: em Pádua, conferiu poderes ao bispo Corrado e aos superiores dos beneditinos e dos dominicanos para que reunissem casos milagrosos e examinassem as pessoas que se diziam curadas; em Roma, designou dois cardeais para analisarem os relatórios.

A esses esforços foram juntados documentos produzidos por dois cardeais que, em visita à região de Milão, também coletaram narrativas de prodígios ocorridos, de acordo com a fé popular, graças a Antônio.

O documento que serviu para justificar sua canonização acabou reunindo, depois desses crivos, 53 milagres atribuídos a sua intercessão. A grande maioria dizia respeito a problemas de saúde, de paralisias a surdez, passando pela fantástica história de uma menina que teria morrido afogada e voltado a viver. Alguns dos casos listados, contudo, são mais prosaicos — como o de uma taça de vidro atirada contra a parede — apenas para testar o poder do santo — que não teria se quebrado e de tripulantes de um barco à deriva que, em meio a uma tempestade, fiaram-se em Santo Antônio para reencontrar o caminho de volta.

Em 30 de maio de 1232, menos de um ano após a morte do franciscano, papa Gregório 9° anunciou que Antônio já podia ser eternizado no rol dos santos da Igreja. "Em honra e louvor à Santíssima Trindade e para exaltação da santa Igreja, inscrevemos o servo de Deus, Frei Antônio, confessor da Ordem dos Frades Menores, no catálogo dos santos, e ordenamos que a sua festa seja celebrada todos os anos em 13 de junho", declarou o pontífice.

Em 13 de junho daquele ano, a missa do primeiro aniversário da morte dele foi especial para a cidade de Pádua: não só ele podia ser chamado de santo, como foi lançada ali a pedra fundamental da construção do santuário a ele dedicado: é a base da mesma construção atual, oficialmente Pontifícia Basílica Menor de Santo Antônio de Pádua — que seria concluída apenas em 1310 e, com o passar dos séculos, passou por várias reformas e modificações.

Mas se nenhum dos milagres compilados pelo Vaticano tratava de casamento, de onde veio essa fama? Para hagiógrafos, há algumas explicações. A primeira é que, ainda em vida, ele teria sido um grande opositor dos casamentos combinados por interesse entre famílias, o que ele chamava de mercantilização do sacramento — defendia que os casais fossem formados por amor.

Há ainda uma versão, com contornos de lenda, de que ele teria desviado, certa vez, donativos recebidos pela Igreja, para ajudar uma moça a conseguir dinheiro suficiente para o dote que era necessário ao seu casamento.

"Ele é arranjador de bons casamentos somente em alguns países. Na maior parte dos países europeus e nos Estados Unidos, o santo dos namorados é São Valentim", diz à BBC News Brasil o teólogo Luiz Carlos Susin, professor na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e na Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana.

"Na biografia de Santo Antônio e nas lendas medievais não há nada que sugira esse título. Mais tarde, porém, o santo de Lisboa e Pádua substituiu, nas lendas populares, o deus romano Mercúrio como o mensageiro de boas notícias, o portador e o intérprete de boas encomendas."

"Na Itália e em alguns países latinos esta permanece sua qualidade especial", prossegue Susin. "Talvez o fato de Antônio levar a Palavra de Deus para o povo como boa notícia, e o povo procurar sua palavra, seja a origem do santo que acha o que foi perdido, que acha o que é difícil, e acerta no amor."

2. Embora fosse contra as armas, acabou virando militar — postumamente

Santo Antônio militar
Santo Antônio militar, em ilustração de autor desconhecido - BBC

Desde as mais antigas biografias, há ênfase no fato de que Antônio era contrário às armas e qualquer postura bélica. Quando jovem, seu pai teria tentado demovê-lo da ideia de se tornar padre — e a alternativa era que o filho se tornasse militar.

Aos 15 anos, por ordens paternas, o então menino Fernando teria estudado cavalaria e esgrima, mas nunca demonstrou muita aptidão para isso. Já como sacerdote, em diversos sermões defendeu que as Cruzadas ocorrem pelo diálogo, que o convencimento e a conversão fossem resultantes da argumentação, nunca das armas.

Contudo, como em casos de guerra é o santo de casa que faz milagre, é o santo de casa que luta do lado nacional, nos séculos seguintes à sua morte, Antônio passou a ser requisitado por soldados portugueses. As primeiras referências do santo sendo considerado militar no exército português datam de 1623. Durante o reinado de Afonso 6º (1643-1683), em batalhas contra o domínio de Castela, ficou determinado que Antônio fosse "alistado no exército, como seu patrono" e "assentasse praça como soldado".

A ideia era dar ânimo aos soldados de carne e osso. E, ao mesmo tempo, esses salários funcionavam como verba oficial para algum convento — que ficava com o dinheiro. A partir de então, Antônio passou a galgar posições dentro das forças portuguesas, com direito a novos postos e sucessivos aumentos de salário.

Em 1777, o então comandante do Regimento de Lagos escreveu à rainha Maria 1ª (1734-1816) uma carta bastante curiosa pedindo melhor patente ao santo. "Durante todo o tempo em que tem sido capitão, vai para quase cem anos, constantemente cumpriu seu dever com maior prazer à frente de sua companhia, em todas as ocasiões, em paz e em guerra, e tal que tem sido visto por seus soldados vezes sem-número, como eles todos estão pontos para testemunhar: e em tudo o mais tem-se comportado sempre como fidalgo e oficial", argumentou ele, dizendo que o capitão Antônio era "muito digno e merecedor do posto de major", ressaltando que não havia nos registros nada relativo a "mau comportamento ou irregularidade praticada por ele".

No Brasil, o santo teve cargos em diversas corporações desde os tempos coloniais. Em 1595, seu primeiro posto foi como soldado, na Bahia. A explicação é contada pelo historiador José Carlos de Macedo Soares, no livro Santo Antonio de Lisboa, Militar no Brasil: uma imagem do santo teria protegido portugueses em um episódio envolvendo uma frota holandesa que pretendia invadir a costa brasileira. A partir de então, o santo passou a ganhar salário de soldado naquela região.

Histórias do tipo foram se somando. Há indícios de que só na Bahia tenham sido quatro salários simultâneos. Quando assumiu a capitania de Pernambuco, em 1685, João da Cunha Souto Maior também determinou que Santo Antônio se tornasse soldado — o convento de Olinda tornou-se beneficiário dos vencimentos.

Há relatos de Santo Antônio militar na Paraíba, no Rio e no Espírito Santo. Em São Paulo chegou a coronel, maior patente de sua carreira no país, conforme está manuscrito na página 154 o livro 17 do Arquivo do Estado. O texto, assinado pelo então governador Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão (1722-1798) em 5 de janeiro de 1767 justifica que o gesto é "para aumento da devoção do mesmo santo e à imitação do que se tem praticado nas mais capitanias deste Brasil".

Com a transferência da família real portuguesa para o Brasil, em 1808, essas nomeações passaram a se tornar mais abrangentes. Em 1810, o então príncipe-regente João 6º (1767-1826) fez do religioso sargento-mor de todo o exército luso-brasileiro. Em 1813, o santo foi promovido para tenente-coronel de infantaria — os salários eram repassados aos franciscanos do convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro.

A proclamação da República, em 1889, com a oficial separação entre Igreja e Estado, seria o ponto final na bem-sucedida carreira antoniana no exército nacional. Mas o processo não foi imediato. Conforme jornais da época, a legitimidade do holerite de Santo Antônio foi discutida ainda na primeira gestão. Em outubro de 1890, o então ministro da Guerra, Floriano Peixoto (1839-1895), determinou que não fosse anulado o decreto de 1814. "Deferindo a reclamação pelo provincial dos franciscanos, […], vos declaro, enquanto por ato especial não for anulado, o decreto de 26 de julho de 1814, que conferiu a patente de tenente-coronel de infantaria à imagem de Santo Antônio do Rio de Janeiro, deve continuar a pagar-se o soldo a que tem direito", diz trecho do documento.

Em 1907, o delegado fiscal do Tesouro Nacional, que por um capricho do destino se chamava Antônio de Pádua Mamede, finalmente retirou Santo Antônio das folhas de pagamento. "Não é lícito que a nação continue a pagar aquele soldo […] concorrendo-se, assim, para conservar a crendice que teve o príncipe regente ao expedir aquelas patentes", justificou.

Mesmo assim, foram cinco anos de idas e vindas até que essa decisão fosse aprovada pelo ministério da Fazenda. A identidade do ministro, aliás, também guardava irônica coincidência: coube a Francisco Antônio de Sales (1863-1933) registrar, na folha 21 do livro 486 da então Diretoria de Contabilidade da Guerra a extinção dos holerites antonianos.

Só que suas patentes não foram revogadas, mesmo sem salário. Em 1924, o presidente Artur Bernardes (1875-1955) cobrou providências ao ministro da Guerra. "O coronel Antônio de Pádua vai quase em três séculos de serviço. Nomeio-o general e ponha-o na reserva", escreveu, em carta. A partir de então, Santo Antônio passou para a reserva.

3. Ele foi 'adotado' pelos brasileiros, por causa dos franciscanos portugueses

Oração de Santo Antônio
A canonização de Santo Antônio foi a mais rápida da história da Igreja Católica - REPRODUÇÃO

Muitos apontam Santo Antônio como o mais populares entre os altares brasileiros. Em 1995, a instituição Associação do Senhor Jesus realizou pesquisa entre católicos praticantes para saber quais são os de maior predileção. Antônio apareceu no topo do ranking, com 20% das respostas — 4 mil pessoas foram ouvidas.

Entre pesquisadores, é unânime a explicação de que a devoção ao santo ganhou popularidade no Brasil por conta da colonização portuguesa. E é altamente provável que a primeira imagem de Antônio tenha sido trazida já pela frota de Pedro Álvares Cabral (1467-1520), em 22 de abril de 1500. Na esquadra, estavam oito frades franciscanos, entre eles Henrique Soares de Coimbra (1465-1532), celebrante da primeira missa em solo brasileiro.

Eram franciscanos como Santo Antônio. Eram portugueses como Santo Antônio. Eram devotos de Santo Antônio. Nas décadas seguintes, conventos franciscanos começaram a se espalhar pela colônia. "De certo modo, todo este histórico contribuiu para a difusão do Santo. Independentemente dos religiosos que nos catequizaram, tem o fato de Santo Antônio ser português e isto era muito motivo de orgulho ao colonizador", diz à BBC News Brasil o pesquisador José Luís Lira, presidente da Academia Brasileira de Hagiologia.

E sua fama acabou se difundindo pelo Brasil. "A figura do santo casamenteiro, do santo das coisas perdidas, suas pregações", prossegue Lira. "Somando-se a tudo isso, vieram as festas juninas que, embora trazidas pelo colonizador, aqui assumiram conotação própria. Todos esses fatores, mais a presença ininterrupta dos franciscanos no Brasil, contribuíram, em muito, para que Santo Antônio se tornasse um dos santos mais amados e populares."

"Os franciscanos sempre foram muito importantes no Brasil. Depois da expulsão dos jesuítas, no século 18, se tornaram a ordem religiosa mais influente no país. Era natural que difundissem a devoção a um dos seus maiores santos, que além de tudo era português", acrescenta à BBC News Brasil o sociólogo Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). "Por outro lado, Antônio, mesmo entre os franciscanos, é um santo particularmente próximo a São Francisco de Assis. Ambos se voltam para os pobres e desvalidos, falam com animais, são modelos de vida na pobreza."

"O povo procura santos que sejam próximos às pessoas e a humildade e o apego à pobreza são considerados sinais inconfundíveis dessa proximidade. Sua fama de casamenteiro ilumina essa devoção. A jovem aflita pede ao santo aquilo que é a definição mais importante de sua vida", diz o sociólogo. "Para os adultos pragmáticos, trata-se de um pedido e de uma insegurança até pueril. A jovem casamenteira é até ridicularizada na tradição popular. Santo Antônio é, portanto, o santo suficientemente poderoso para interceder pelo desejo mais importante da vida, e suficientemente humilde e atencioso para receber aquele pedido que pode parecer pueril e até envergonhado."

"No Brasil, tornou-se um santo muito popular, muito amado, muito aclamado. Veja a quantidade de pessoas no Brasil que se chamam Antônio e a quantidade de cidades que têm o nome de Santo Antônio. "

Trinta e oito municípios brasileiros têm seus nomes em alusão ao santo. Há a cidade de Santo Antônio, no Rio Grande do Norte, ou variações como Santo Antônio do Içá, no Amazonas, ou Santo Antônio do Pinhal, em São Paulo. E duas Novo Santo Antônio, uma no Mato Grosso, outra no Piauí.

Para o frade franciscano Diogo Luís Fuitem, diretor da revista Mensageiro de S. Antônio e autor do livro Antônio: O Santo do Povo, o santo caiu no "gosto popular" do Brasil porque sua mensagem conseguiu "cativar a todos". "'Santo casamenteiro', 'santo milagreiro', 'restituidor de coisas perdidas'…", elenca ele, à BBC News Brasil. "Esses títulos mostram que ele conseguiu se identificar com o povo necessitado de orientação e de amparo. [Antônio,] em sua breve vida, foi um reflexo da presença de Deus."

4. Ele não morreu em Pádua, mas em Capo di Ponte

Basílica de Santo Antônio em Pádua
Há uma basílica para Santo Antônio em Pádua - MARIANA VEIGA

De acordo com relatos de seus contemporâneos, Antônio sofria de um quadro de hidropisia, ou seja, acúmulo de fluidos corporais.

Na antiguidade, costumavam serem diagnosticados assim muitos distúrbios de circulação sanguínea — e o quadro, sabe-se hoje, é causa de edemas generalizados e pode acarretar insuficiência cardíaca congestiva.

Antônio era um homem na faixa dos 40 anos — há dúvidas sobre sua data de nascimento —, mas a condição de saúde associada à rotina de peregrinações, jejuns e penitência faziam-no parecer mais velho. Cansado depois de uma intensa quaresma naquele ano, ele havia solicitado, em maio, um período de descanso a seus superiores.

Em 19 de maio de 1231, recolheu-se então na propriedade de um nobre da região, conde Tiso 6º (?-1234), em Camposampiero, a 20 quilômetros de Pádua, no norte da Itália, onde vivia.

Conforme conta a primeira crônica biográfica sobre o santo, publicada pela Ordem dos Frades Menores em 1232, Beati Antonii Vita Prima, ele parecia muito fraco naquela manhã de 13 de junho e desmaiou. Foi acomodado em uma cama rudimentar, de palha. Quando recobrou a consciência, pediu que o levassem de volta a Pádua, onde teria a assistência de irmãos religiosos.

Foi colocado então sobre um carro de boi. No caminho, contudo, com o frade visivelmente agonizando, os que o acompanhavam no traslado decidiram parar em um convento localizado em um pequeno burgo, na época chamado de Capo di Ponte — hoje, bairro de Arcella, no subúrbio de Pádua.

E foi ali, numa cela da pequena casa religiosa, que o santo morreu. Só depois foi levado para a Pádua que se tornaria famosa por conta dele.

Depois de atuar em diversas cidades — há registros comprovados de sua passagem por 37 localidades, hoje pertencentes a nações como Portugal, Espanha, Marrocos, Itália e França, mas é altamente provável que suas andanças como pregador tenham chegado a locais nas atuais Alemanha, Suíça, Eslovênia e Áustria —, foi no ano anterior à sua morte que Antônio decidiu resignar ao posto de provincial dos franciscanos em Milão e escolheu Pádua para viver.

Mesmo a cidade italiana, hoje com 211 mil habitantes, tendo sido endereço em algum momento inúmeros personalidades de vulto, como Nicolau Copérnico (1473-1543), Cristóvão Colombo (1451-1506) e Galileu Galilei (1564-1506), é inegável que a maior parte dos turistas que a visitam atualmente estão em busca de Santo Antônio — ou, como se diz por lá, simplesmente Il Santo, "O Santo".

5. Ele não nasceu em 1195, como a tradição acabou consagrando

Santo Antônio
A reconstituição facial revelou um Santo Antônio mais rechonchudo do que normalmente se imagina e com sintomas da hidropisia - ARC-TEAM/ CENTRO STUDI ANTONIANI/ CICERO MORAES

Não há um consenso sobre a data exata de nascimento de Santo Antônio. A tradição católica havia consagrado o dia 15 de agosto de 1195. Hoje, especialistas concordam que o dia tenha sido inventado em algum momento, intencionalmente no mesmo 15 de agosto que a Igreja celebra a festa da Assunção de Nossa Senhora.

No seu livro Santo Antônio: Vida, Milagres, Culto, Frei Basílio — cujo nome civil era Hugo Röwer (1877-1958) — escreveu que "a circunstância de ter nascido no dia festivo da Assunção de Nossa Senhora foi o presságio de sua terna devoção à Maria Santíssima, cuja Assunção gloriosa ao céu iria mais tarde pregar nos seus sermões e com cujo hino nos lábios iria transportar o limiar da eternidade".

Já o frade português Fernando Félix Lopes, em seu Santo António de Lisboa: Doutor Evangélico, adota o ceticismo mais compatível com o que se entende como verdade atualmente: "eu diria que foi o povo quem imaginou a data de modo tão preciso", pontuou, consciente da precária documentação existente.

Em 1981, durante as celebrações pelos 750 anos de sua morte, o Vaticano autorizou que seus restos mortais, sepultados na basílica a ele dedicada em Pádua, fossem exumados para análise científica.

Exames antropométricos foram então realizados, por uma junta de pesquisadores, alguns ligados à Santa Sé, outros vinculados à Universidade de Pádua. A principal conclusão: o material era compatível com um homem de mais de 40 anos.

Seus biógrafos passaram então a situar seu nascimento como tendo sido provavelmente em 1188. Isto tornaria compatíveis com a realidade diversas datas sobre as quais há registros em sua vida, como seus ingressos às ordens religiosas — primeiro, ele foi agostiniano; depois, franciscano — e sua ordenação sacerdotal. Se for admitido o nascimento em 1195, é preciso crer nele um prodígio capaz de ter abreviado etapas de estudo, galgando degraus em idade inferior ao usual para a época.

As incertezas, contudo, persistem até em locais onde essas informações poderiam dirimir dúvidas. Inaugurado em 2014 no centro de Lisboa, o Museu de Lisboa: Santo Antônio afirma, no site, que o religioso nasceu em 1195, embora admita que o 15 de agosto tenha sido uma tradição, possivelmente criada no século 17. Em letreiro afixado no memorial, por outro lado, a instituição diz que Antônio veio ao mundo em 1191.

Em 2014, novos estudos científicos foram realizados nos restos mortais de Antônio, por pesquisadores do Museu de Antropologia da Universidade de Pádua, em parceria com o Centro de Estudos Antonianos e com o grupo Arc-Team Open Research.

O designer brasileiro Cícero Moraes foi encarregado de fazer, por computação gráfica, a reconstituição facial tridimensional fidedigna do santo. Mais uma vez, a confirmação: tratava-se de um homem de mais de 40 anos.

O designer brasileiro Cicero Moraes revela o busto 3D de Santo Antônio, em 2014
O designer brasileiro Cicero Moraes revela o busto 3D de Santo Antônio, em 2014 - GIOVANNI PINTON/ MESSAGGERO DI SANT'ANTONIO / ACER

O que não há dúvidas, contudo, é que seu nome de batismo era Fernando, e não Antônio. Muito provavelmente, a julgar inclusive por ter tido acesso a estudos básicos em uma época de parcos escolarizados, filho de uma família importante da sociedade lisboeta da época.

Diversos pesquisadores concordam que seu nome completo era Fernando Martins de Bulhões e Taveira de Azevedo.

Quando decidiu ingressar para a vida religiosa, Fernando buscou o Mosteiro de São Vicente de Fora, mantido pelos cónegos regrantes de Santo Agostinho. Sua entrada para o convento está nos registros históricos da instituição devidamente preservados pelo Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

"Em 1210, professou em São Vicente aquele que viria a ser Santo Antônio de Lisboa", afirma o verbete.

A vida junto aos agostinianos foi o que conferiu erudição ao jovem religioso. Teve acessos a livros e ensino não só de teologia e doutrina católica, mas também de história, astronomia, medicina, matemática, retórica e letras jurídicas.

Insatisfeito com as limitações do convento, Fernando solicitou transferência para o Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra — o que aconteceu entre o fim de 1211 e início de 1212. Trata-se da mais antiga casa agostiniana de Portugal, fundada em 1131. E ficava na cidade que era então a capital de Portugal.

"Ele era de origem nobre, e [tornou-se] um intelectual bem preparado. Era professor de teologia. Vivia como Fernando em um mosteiro […] onde o estudo e a ciência eram prioridades. Mas ficou impressionado com a vida dos seguidores de Francisco de Assis, e ao se tornar franciscano, atraído pela simplicidade, revelou-se em uma tal humildade que, no começo, nem os confrades desconfiaram do grande intelectual que estava no meio deles", conta o teólogo Luiz Carlos Susin.

Esta mudança para a Ordem dos Frades Menores, ou seja, a transformação de agostiniano em franciscano, ocorreu em algum momento entre junho e agosto de 1220. Em um sinal de que deixava a vida pregressa para trás, Fernando assumiu nova identidade. Escolheu Antônio.

O nome tinha motivos, é claro. O eremitério franciscano em Coimbra, local hoje ocupado pela Igreja de Santo Antônio dos Olivais, era chamado de Santo Antão — em sua forma latina, Antonius. Santo Antão do Deserto (251-356), conhecido como "pai de todos os monges", foi um religioso considerado pela Igreja como o precursor da vida monástica. Assim, Antônio homenageava também, de certa forma, os agostinianos que deixava para trás, já que Santo Agostinho bebeu na fonte de Antão ao criar sua regra monástica.

O relato Beati Antonii Vita Prima explica de forma poética esse momento. "Assim foi o próprio Antônio em pessoa, que, substituído o vocábulo, se impôs o nome e com ele, por um feliz presságio, designou qual havia de ser o arauto da palavra de Deus", afirma o texto.

"Antônio, pois significa por assim dizer aquele que atroa os ares. E na realidade a sua voz, qual trombeta portentosa, quando expressava entre os doutos a Sabedoria oculta no mistério de Deus, proclamava com ênfase tais e tão profundas verdades das Escrituras, que mesmo, e nem sempre, o exegeta poderia compreender a eloquência da sua pregação."

*O jornalista é autor do livro-reportagem 'Santo Antônio: A história do intelectual português que se chamava Fernando, quase morreu na África, pregou por toda a Itália, ganhou fama de casamenteiro e se tornou o santo mais querido do Brasil' (Editora Planeta, 2021).

*Esta reportagem foi publicada originalmente em 13 de junho de 2023 e republicada em 2025.

Dia de Santo Antônio, 'doutor da Igreja'

HISTÓRIA DO "SANTO ANTÔNIO CASAMENTEIRO": Assim c0m0 o Dia de São João e São Pedro, o Dia de Santo Antônio faz parte das celebrações da Festa Junina

Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo, nome de batismo de Santo Antônio, franciscano e doutor da Igreja

O Dia de Santo Antônio é comemorado anualmente em 13 de junho, data da sua morte.

Considerado um dos santos mais populares entre os brasileiros, é também conhecido como "Santo Antônio Casamenteiro", sendo que o Dia dos Namorados é comemorado em 12 de junho por ser a véspera da sua festa.

De acordo com a crendice popular brasileira, neste dia, as pessoas que desejam casar ou conseguir um namorado, preparam simpatias para Santo Antônio, acompanhadas de orações. 

O Dia de Santo Antônio faz parte das celebrações da Festa Junina, assim como o Dia de São João e Dia de São Pedro.

História de Santo Antônio

O Dia de Santo Antônio é comemorado em 13 de junho por ser a data de sua morte. Santo Antônio de Lisboa, ou Santo Antônio de Pádua, nasceu em Lisboa no dia 15 de agosto, provavelmente entre os anos de 1191 e 1195 e morreu em Pádua, na Itália, no dia 13 de junho do ano de 1231.

Santo Antônio foi inicialmente um frade agostiniano e um grande estudioso e pregador. Mais tarde entrou para a Ordem de São Francisco de Assis (Franciscana), em 1220.

Foi muito conhecido pela sua vida despojada de riquezas, apesar de ter nascido em uma família influente. O seu trabalho com os pobres foi essencial para que fosse rapidamente reconhecido como santo após sua morte.

Também desenvolveu um grande amor pela figura do Menino Jesus e teria recebido visões Dele enquanto estava em oração. Por isso, o santo é representado carregando-O nos braços, junto a um ramo de lírios, símbolo da castidade. 

A canonização de Santo Antônio aconteceu poucos anos após sua morte, e muitos consideram que terá sido uma das canonizações mais rápidas da história.

Milagres de Santo Antônio

Santo Antônio fez vários milagres em vida e um dos mais famosos é o da pregação aos peixes. Quando o santo estava na Itália, se dirigiu à cidade de Rimini para evangelizar os hereges. Como não foi ouvido, passou a falar da palavra de Deus para os peixes que prontamente apareceram com as cabeças fora d'água. 

Também quando fez um sermão sobre a presença de Cristo na eucaristia, um homem, dono de um burro de carga, se pôs a burlar do santo. Este o desafiou pedindo que trouxesse o animal e que ele saberia reconhecer quem estaria contido na hóstia.

Imediatamente, trouxeram o burro e puseram um pouco de capim para que fosse atraído pelo alimento. Quando Santo Antônio mostrou-lhe a hóstia, o animal imediatamente se ajoelhou, fazendo uma reverência ao sacramento.

Blog JURU EM DESTAQUE com 

quinta-feira, 12 de junho de 2025

Festa do povoado Cachoeira dos Costas, em Juru: a mais esperada!

Hoje acontece a tradicional festa de Santo Antônio, padroeiro do povoado Cachoeira dos Costas, um dos eventos juninos mais esperados da região

Turistas fazem registro fotográfico no portal da festa do povoado Cachoeira dos Costas, idealizado e produzido pelo secretário municipal de Cultura, José Carlos

Antecedendo o Dia de Santo Antônio, o povoado Cachoeira dos Costas, no município de Juru, Sertão da Paraíba, comemora nesta quinta-feira, 12 de junho, a tradicional festa do 'santo casamenteiro', padroeiro daquela localidade.

De acordo com a programação, o 'arrasta-pé' terá início às 21h00 com o grupo Quentura do Forró, continuando às 23h30 com a banda Seu Marquinhos, e, encerrando a edição 2025 da festa da Cachoeira dos Costas, o cantor Ranyere Vaqueiro sobe ao palco à 01h30.

Considerado um dos eventos mais esperados dentro da programação das festividades juninas de Juru, todos os anos a festa da Cachoeira dos Costas reúne centenas de participantes, todos atraídos pela singeleza do lugar e acolhida da sua gente.

Neste Dia dos Namorados, além de muito forró no povoado Cachoeira dos Costas, também é dia de celebrar o amor, a solteirice (que para muitos é bom demais), a amizade e a nossa cultura arretada!

Veja, abaixo, fotos da edição 2024:

O santo solitário do Dia dos Namorados que passou 60 anos sem contato com ninguém

Santo Onofre, um eremita egípcio do deserto, representa a antítese da vida a dois

Santo Onofre em tela de Battistello Caracciolo, feita em 1625
Na devoção popular, Santo Onofre também é invocado na luta contra o alcoolismo - X - (Domínio Público)

É Dia dos Namorados no Brasil. Mas, ao contrário dos países em que a data faz referência a um santo ligado ao amor, o São Valentim de 14 de fevereiro, o Martirológio Romano reserva ao 12 de junho uma antítese da vida a dois: Santo Onofre.

Criado no Brasil em 1949 pelo publicitário João Doria (1919-2000), o Dia dos Namorados é meramente comercial e sua única ligação com a religiosidade popular está no fato de ser véspera do dia de Santo Antônio, o popularíssimo santo casamenteiro — em outras palavras, permite a analogia de que o namoro seria a véspera do casamento.

“O que nem Doria nem a Associação Comercial [de São Paulo, que encampou a data] sabiam é que dia 12 é dia de Santo Onofre. Então criou-se uma interessantíssima contradição”, comenta à BBC News Brasil o historiador Luiz Antônio Simas, autor de, entre outros, Santos de casa: fé, crenças e festas de cada dia.

Ele postou um vídeo em suas redes sociais contando a história — chamada pelo próprio de “uma maluquice deliciosa”.

“Ninguém lembrou que é dia de Santo Onofre e Santo Onofre, na tradição católica, é o grande eremita do deserto, o casto, o solitário, o homem que passou 60 anos no deserto de Tebaida, no Egito, sem ter contato com qualquer pessoa, em voto de castidade de silêncio”, afirmou Luiz Antônio Simas.

Para o historiador, o personagem pode ser definido como “o santo da castidade, o santo eremita, o antissocial do deserto”.

Em conversa com a reportagem, Simas acredita que essa dissonância tem sua lógica por algumas razões. Primeiro porque “o próprio São Valentim não é um santo que se popularizou no Brasil”. Isso já contribuiu para que a data de fevereiro não pegasse mesmo.

Também há o fato sazonal: no hemisfério norte, a data coincide com o finzinho do inverno e os preparativos para o início da primavera. “Coisa que no Brasil não faria o menor sentido. Tem essas condicionantes”, contextualiza.

Daí que quando o publicitário João Doria inventou a comemoração, ele estava na verdade de olho nos livros-caixa.

“Junho é um mês de desaquecimento de vendas e isso foi uma maneira de pegar um certo vazio comercial e criar uma data”, diz Simas.

A conveniência foi colar em Santo Antônio. Mas não se atentou para o Onofre.

Quem foi Santo Onofre?

De acordo com a tradição cristã Onofre teria sido um ermitão egípcio que viveu entre os anos 320 e 400 de nossa era.

“Ele passou de 60 a 70 anos em solidão no deserto, cobrindo-se com folhas ou com seus próprios cabelo e barba, no deserto da Tebaida, no Alto Egito, em fins do século 4”, diz à BBC News Brasil o pesquisador José Luís Lira, fundador da Academia Brasileira de Hagiologia e professor na Universidade Estadual Vale do Acaraú, no Ceará.

“Não consta em registros hagiográficos, salvo no Martirológio”, acrescenta.

Autor do livro Os Santos de Cada Dia, o escritor, teólogo e pesquisador J. Alves ressalta à reportagem, via e-mail, que “o que sabemos sobre Santo Onofre advém da tradição que construiu várias narrativas sobre a vida do santo”.

“A mais importante nos chega mediante os relatos de santo abade Pafúncio, que viveu por um tempo com ele, aprendendo sobre a vida ascética. Assim, a figura de Santo Onofre está profundamente ligada à de São Pafúncio [também grafado como Pafnutio ou Pafnúcio], grande incentivador da vida monástica”, explica J. Alves.

“Tanto que quando participou do Concílio de Niceia [em 325 d.C.] São Pafúncio destacou a importância dos monges e dos eremitas na Igreja”, acrescenta o teólogo.

Segundo a narrativa mais reconhecida, foi em uma de suas andanças pelo deserto, já na segunda metade do século 4, que Pafúncio encontrou-se com Onofre.

Nos relatos de Pafúncio, Onofre foi descrito como uma figura curiosa, de longa barba e cabelos descendo à cintura, trajado com uma tanga de folhas. “Vivia em uma gruta”, pontua J. Alves.

“O velhinho o convidou a ficar com ele. Onofre contou-lhe sua vida, dizendo que era monge e vivia em uma comunidade monástica, depois se fez eremita e ali na gruta vivia sozinho havia mais de 60 anos.”

“Alimentava-se de tâmaras de uma palmeira”, narra o escritor.

“São Pafúncio conta que passaram a noite rezando e conversando sobre as coisas de Deus. Ao romper da aurora, São Pafúncio notou que o santo homem estava exangue e prestes a entregar seu espírito a Deus. Vendo o espanto de São Pafúncio, o santo eremita o consolou dizendo que, na sua infinita misericórdia, Deus o tinha enviado à sua gruta para sepultá-lo. Assim dizendo, Onofre abençoou-o e morreu.”

De acordo com os relatos de Pafúncio, assim que Onofre morreu “a gruta desabou e a palmeira secou”.

Fato ou lenda?

A exemplo de muitas figuras do cristianismo antigo, não há como provar que Onofre tenha realmente existido. “Não existem restos mortais conhecidos dele”, diz José Luís Lira.

No Martirológio Romano está registrado em 12 de junho, como morto no ano de 400: “No Egito, Santo Onofre, anacoreta, que passou 60 anos de vida religiosa na amplidão do deserto”.

“O relato diz, sucintamente, que Pafúncio encontrou um monge num cenobita da região da Tebaida, abandonou-o para viver uma vida de eremita e, durante 60 a 70 anos, Onofre viveu sozinho no deserto, usando apenas, para proteger as partes pudentes, folhas ou seus longos cabelo e barba”, complementa o pesquisador.

Ou seja: em uma das versões, Pafúncio teria encontrado Onofre no fim de seu período ermitão. Em outra, no início.

José Luís Lira ressalta que o maior indicativo de que o personagem existiu de fato é sua presença no Martirológio.

“Como se pode constatar, não há comprovação histórica de que ele existiu. Entretanto, a figura de São Pafúncio lhe empresta veracidade pelo fato de ter ele vivido entre os século 3 e 4 e de ter tido uma atuação histórica na vida da Igreja, como defensor da vida monástica”, argumenta J. Alves.

“Historicamente sabe-se que o final do século 4 foi marcado pela institucionalização do cristianismo por Constantino [imperador romano] e pelo florescimento do monaquismo.”

Solidão e santidade

A vida solitária, no entendimento desses ermitãos, era uma maneira de estar em contato direto com o divino. Por isso Onofre se tornou um exemplo: mais de 60 anos sem nenhum contato com ninguém.

“Os eremitas se separavam do mundo para uma interlocução direta com Deus”, contextualiza José Luís Lira.

“Isso não é privilégio de Onofre. Muitos outros santos, padres, religiosos e confessores da fé cristã se retiraram para uma reflexão mais profunda e um encontro mais próximo com Deus. Se formos ao Velho Testamento, por exemplo, vamos encontrar Moisés que se retirou a um monte e dali voltou com as tábuas da lei. O próprio filho de Deus [Jesus] se retirava para orar e, para o início de sua vida pública, esteve no deserto.”

“Acredito que ele [Onofre] buscava o estado de natureza e uma ligação mais próxima com Deus”, diz José Luís Lira.

J. Alves completa lembrando que, naquele período, “a busca da vida ascética levou muitos cristãos a encontrar no deserto o refúgio para uma vida de contemplação, penitência e purificação espiritual”.

“Santo Onofre se enquadra nesse contexto como inspirador da vida monástica”, afirma.

Santo Onofre retratado pelo pintor grego Emmanuel Tzanes feita em 1661
Santo Onofre retratado pelo pintor grego Emmanuel Tzanes em 1661 - (Domínio Público)

Como ele se tornou santo ainda no primeiro milênio, não teve nenhum processo de canonização nem sequer semelhante ao que ocorre hoje. Portanto, não há uma justificativa milagrosa para o fato de ele ter sido incluído no cânone católico. “A prova de sua santificação, para nós, é a sua inscrição no Martirológio”, frisa José Luís Lira.

“Não há uma bula ou decreto designando-o santo. Sua memória é facultativa, mas, recomendada. E não só a Igreja Católica Apostólica Romana o cultua mas as orientais também.”

“Ele foi um exemplo de vida santa, da busca incessante de Deus mediante a penitência e a oração”, enfatiza J. Alves.

“É uma figura emblemática da vida ascética e eremítica. Sua confiança inabalável na providência divina, que não desampara quem em Deus confia, e leva a superar situações extremas de perigos e necessidades, serviu e serve de inspiração espiritual a todos os cristãos.”

Segundo o teólogo, isso fez com que sua devoção tenha se espalhado “tanto na Igreja Ortodoxa como na Católica” e atravessado os séculos, “passando pelos Cruzados que carregavam suas relíquias como proteção contra os perigos” e tendo chegado ao Brasil “pelos colonizadores, enriquecendo a religiosidade popular através do sincretismo de matrizes religiosas afroameríndias”.

“Em termos gerais ele seria patrono dos tecelões”, diz José Luís Lira.

“Mas minha avó paterna conservava uma imagem dele para proteger da fome. Ela me dizia que na casa que tivesse uma imagem de Santo Onofre ninguém passaria fome. Não há fontes para esse patronato, mas, é com base na tradição e no que teria vivido o santo”, acrescenta.

Na devoção popular, ele também é invocado por aqueles que querem se livrar do alcoolismo ou pelos que são vítimas da convivência com familiares alcoólatras.

Na devoção popular, Santo Onofre também é invocado na luta contra o alcoolismo -  (crédito: Domínio Público   )
Na devoção popular, Santo Onofre também é invocado na luta contra o alcoolismo - (crédito: Domínio Público) - X

Blog JURU EM DESTAQUE com Correio Braziliense