segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Lula tem pedido negado por Moro

Sergio Moro nega pedido de Lula para adiar interrogatório de Marcelo Odebrecht e Palocci

Empresário Marcelo Odebrecht disse que Lula foi beneficiado com a compra, por R$ 12 milhões, de um imóvel em São Paulo, um terreno, que seria destinado ao Instituto Lula, mas não foi usado

Na sexta-feira, defesa de Lula pediu o adiamento dos interrogatórios - (Foto: Pabro Jacob/ O Globo)

O juiz Sergio Moro negou nesta segunda-feira o pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para suspender os interrogatórios de Marcelo Odebrecht, dono da empreiteira que leva o seu nome, e Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda, na ação em que o petista responde por supostas vantagens indevidas recebidas da Odebrecht.
Na sexta-feira, a defesa de Lula pediu o adiamento desses interrogatórios, alegando que não teve tempo para analisar dados dos sistemas de contabilidade paralela da companhia, anexados ao processo na semana passada.
O depoimento de Lula está agendado para o dia 13 de setembro, em Curitiba. Antes dele, devem falar a partir das 14h de hoje o próprio Marcelo Odebrecht, Demerval de Souza Gusmão Filho e Paulo Ricardo Baqueiro de Melo. Já Palocci tem depoimento agendado para quarta-feira (dia 6).
Os advogados de Lula afirmam que houve cerceamento de defesa. Dizem que não tiveram acesso à integra de todos os documentos do departamento de propina da Odebrecht — os sistemas My Web Day e Drousys — abrigados em servidores de Angola, Suíça e Suécia. Por isso, a defesa pedia prazo de 30 dias para análise, contados a partir do dia em que as informações forem disponibilizadas.
No despacho, Moro discordou da argumentação da defesa de Lula. No entanto, o juiz disse que, caso seja necessário, os acusados poderão prestar novos depoimentos para complementar informações sobre documentos juntados recentemente.
“Não há base legal, porém, para a pretensão da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva de requerer tais provas antecipadamente e com isso suspender o processo para aguardar a produção dessas mesmas provas. Isso sem prejuízo de serem os acusados ouvidos novamente para questões complementares no futuro”, escreveu Moro.
Em delação premiada, o empresário Marcelo Odebrecht disse que Lula foi beneficiado com a compra, por R$ 12 milhões, de um imóvel em São Paulo, um terreno, que seria destinado ao Instituto Lula, mas não foi usado.
A empreiteira também teria desembolsado cerca de R$ 500 mil por uma cobertura vizinha ao apartamento de Lula em São Bernardo do Campo, que foi colocada em nome de Glaucos Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente. A família Lula ocupa a cobertura e afirma que paga aluguel.
Os valores teriam saído do Setor de Operações Estruturadas da empresa, que ficou conhecido como departamento de propina, e os valores destinados ao PT eram relacionados nas planilhas "Italiano" e "Pós-Italiano, respectivamente administradas por Palocci e pelo também ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
Os valores que seriam para Lula estariam relacionados com o codinome Amigo, como o ex-presidente era chamado dentro da empresa.
O Globo

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