sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Causas da morte da jornalista Glória Maria

Câncer no pulmão, tumor no cérebro e metástase: entenda morte da jornalista e apresentadora Glória Maria

Jornalista e apresentadora morreu, nesta quinta-feira (2/2), no Rio de Janeiro. Ela estava internada em um hospital na capital fluminense, em tratamento de metástases

Francisco Artur e Estado de Minas
 (crédito: Reprodução)
(Crédito: Reprodução)

A apresentadora do programa Globo Repórter, da TV Globo, a jornalista Glória Maria morreu nesta quinta-feira (02/02), no Rio de Janeiro. Os últimos quatro anos da jornalista foram marcados pelos tratamentos de problemas de saúde como câncer no pulmão, tumor no cérebro e metástases.

Em 2019, a jornalista foi diagnosticada com o câncer pulmonar. O problema foi tratado pelos médicos por meio do procedimento de imunoterapia. A doença, no entanto, se espalhou pelo organismo e formou um tumor no cérebro.

A apresentadora, então, fez uma cirurgia, também bem-sucedida. Mas, ela precisou voltar a se tratar no ano passado, já que haviam sido constatadas metástases no cérebro.

Diferente dos tratamentos anteriores, Glória Maria não resistiu à continuidade das sessões de imunoterapia para combater essas metástases. "Em 2019, Glória foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia. Sofreu metástase no cérebro, tratada em cirurgia, também com êxito inicialmente. Em meados do ano passado, Glória Maria começou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias, e Glória morreu esta manhã”, diz comunicado da emissora.

O que é metástase

A metástase ocorre quando células cancerígenas se desprendem do local onde localiza-se a patologia e se espalham para a corrente sanguínea ou linfática. Segundo o neurocirurgião do Hospital Sírio libanês Henrique Lira, metástases são oriundas de tumores malignos. No caso de Glória Maria, esse tumor foi no cérebro.

"Os mais comuns tumores malignos são as metástases cerebrais, que surgem a partir de um câncer localizado em outra região do corpo. Isso ocorre porque as células cancerígenas acabam migrando por corrente sanguínea nas maioria das vezes, e se implantam em outra região do nosso corpo, como o cérebro. O tratamento de tumores malignos pode ser feito por meio de cirurgias aliadas aos procedimentos de radioterapia e quimioterapia", explicou o médico.

Além das patologias malignas, os tumores no cérebro podem ser benignos. O especialista mestre em neurociências pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) contou que, neste caso, a manifestação mais comum é a lesão conhecida como meningioma.

"Também é muito comum e, às vezes, as pessoas descobrem a lesão por acaso, ao fazer uma investigação alternativa de qualquer outro tipo de sintoma e aí, descobre o quadro de meningioma, que não apresenta nenhum sintoma", esclareceu.

Suspeitas de tumor cerebral

O médico também indicou sintomas aparentemente corriqueiros que podem levantar suspeitas sobre a presença de um tumor cerebral. "A suspeita da presença de um tumor cerebral ocorre quando o paciente apresenta algum sintoma neurológico novo, que é atípico e progressivo, como uma dor de cabeça que a pessoa nunca tinha e veio a ter todos os dias, síndromes epiléticas, como uma crise de convulsão que o paciente nunca teve antes, alguma alteração motora, uma fraqueza para mexer braço e mexer a perna", acrescentou Henrique Lira.

Como se prevenir

Casos extremos de cânceres podem assustar, mas existem formas de prevenir o aparecimento da doença. Isso porque atitudes relacionadas ao autocuidado e à prática de exercícios físicos podem contribuir na profilaxia.

O oncologista Luis Eugênio, do grupo Oncoclínicas, listou uma série de dicas para viver bem: “Primeiramente, sempre viva bem. Estado físico e mental. Pratique atividades físicas, boa alimentação, bom sono e alimente-se bem. Fique atento a sintomas como dor de cabeça, diferente das usuais e que não melhoram com analgésicos. Sintomas como formigamento contínuos e alterações de memória frequentes podem ser o primeiro alerta de tumores cerebrais, principalmente em idosos”, finaliza.

Cânceres agressivos

Segundo o Oncoguia, o câncer de pulmão pode começar nas células que revestem os brônquios e partes do pulmão, como os bronquíolos e alvéolos. Ele se desenvolve a partir do crescimento desordenado das células provocando o aparecimento de um tumor que tem a capacidade de se disseminar para outras partes do corpo. É um tumor agressivo.

Sobre o câncer de cérebro, o Oncoguia também informa que é importante entender a diferença entre os tumores que se iniciam no cérebro (tumores cerebrais primários) e os tumores que se iniciam em outros órgãos, como pulmão ou mama, e se disseminaram para o cérebro (tumores cerebrais metastáticos). Em adultos, os tumores cerebrais metastáticos são mais frequentes que os tumores cerebrais primários.

E diferente dos cânceres que começam em outras partes do corpo, os tumores que começam no cérebro ou na medula espinhal raramente se disseminam para outros órgãos. Entretanto, os tumores cerebrais ou da medula espinhal raramente são considerados benignos. Eles ainda podem provocar lesões importantes ao crescer e se espalhar para áreas adjacente, onde podem destruir o tecido cerebral normal. 

Correio Braziliense

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