COVID-19: Brasil passa de 86 mil mortes por coronavírus e registra neste sábado 51 mil casos em 24 horas
Vista do cemitério Parque Taruma durante o surto de doença de coronavírus, em Manaus |
O Brasil registrou
neste sábado (25) mais 51.147 casos de pessoas infectadas por covid-19,
segundo dados do mais recente boletim do Conselho Nacional de
Secretários de Saúde (Conass). De acordo os números, 2.394.513 pessoas
foram diagnosticadas com o vírus desde o início da pandemia.
No total, 86.449 pessoas morreram pela doença no país. Nas últimas 24 horas, foram registradas 1.211 novas mortes.
A taxa de letalidade (número de mortes por registros da doença) está em 3,6%.
São
Paulo (479.481), Ceará (161.597), Rio de Janeiro (156.293) e Pará
(147.923) seguem como os Estados com mais casos acumulados.
O Estado paulista tem também o maior número de mortes (21.517), seguido por Rio (12.808) e Ceará (7.476), segundo o boletim.
O
conselho criou uma plataforma para registrar os dados sobre o novo
coronavírus no país após o Ministério da Saúde ter passado a divulgar,
no início do mês passado, os números de forma menos detalhada.
Após
a controvérsia causada pela mudança e uma decisão do Supremo Tribunal
Federal (STF) sobre o assunto, a pasta recuou e voltou a divulgar os
números completos.
O Brasil continua como o segundo país do mundo
com maior número de casos e mortes na pandemia do novo coronavírus,
depois apenas dos Estados Unidos, que tem mais de 4,1 milhões de casos e
146 mil mortes pela covid-19, segundo levantamento da Universidade
Johns Hopkins.
Mudanças e atraso na divulgação de dados
O painel covid-19,
do governo, que costumava trazer diversos dados e gráficos sobre a
doença, ficou fora do ar por algumas horas entre os dias 5 e 6 de junho.
Quando voltou ao ar, trazia apenas os dados das últimas 24 horas e não
fazia referência ao total de mortes.
Diversos dados detalhados deixaram de ser exibidos.
Três
dias antes, o horário de divulgação do material havia passado do início
da noite para as 22h, inicialmente por "problemas técnicos", de acordo
com a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, e, dois dias
depois, porque os dados informados pelas secretarias estaduais de saúde
precisariam "de checagem junto aos gestores locais".
Perguntado
na ocasião sobre alterações no horário de divulgação, Bolsonaro brincou
com o horário do Jornal Nacional, da TV Globo, normalmente exibido por
volta de 20h30.
"Acabou matéria no Jornal Nacional?", disse, rindo.
"Mas
é para pegar o dado mais consolidado, e tem que divulgar os mortos no
dia. Por exemplo, ontem, praticamente dois terços dos mortos eram de
dias anteriores, os mais variados possíveis. Tem que divulgar o do dia. O
resto consolida para trás. Se quiser fazer um programa do Fantástico
todinho sobre mortos nas últimas semanas, tudo bem."
Governo quer recontar dados, diz ex-futuro secretário
O
empresário Carlos Wizard, que assumiria o posto de secretário de
Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, mas
desistiu da empreitada em 7/6, disse ao jornal O Globo em 5/6 que o
ministério deve recontar o número de mortes causadas pelo novo
coronavírus.
Ele disse, sem apresentar provas, que gestores locais estão inflando os dados para obter mais recursos.
"Tinha
muita gente morrendo por outras causas e os gestores públicos,
puramente por interesse de ter um orçamento maior nos seus municípios,
nos seus estados, colocavam todo mundo como covid. Estamos revendo esses
óbitos", disse Wizard.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) negou as acusações.
"Ao
afirmar que Secretários de Saúde falseiam dados sobre óbitos
decorrentes da covid-19 em busca de mais 'orçamento', o secretário, além
de revelar sua profunda ignorância sobre o tema, insulta a memória de
todas aquelas vítimas indefesas desta terrível pandemia e suas
famílias", diz nota publicada em seu site.
Pandemia
O
primeiro registro do coronavírus no Brasil foi em 26 de fevereiro. Um
empresário de 61 anos, que mora em São Paulo (SP), foi infectado após
retornar de uma viagem, entre 9 e 21 de fevereiro, à região italiana da
Lombardia, a mais afetada do país europeu que tem mais casos fora da
China.
O novo coronavírus, que teve seus primeiros casos
confirmados vindos da China no final de 2019, é tratado como pandemia
pela OMS desde 11 de março.
As taxas de mortalidade pelo
coronavírus têm variado consideravelmente de país para país, também
segundo a Johns Hopkins. Enquanto locais como Bélgica, Reino Unido e
Itália têm entre 14% e 16% de mortos entre os infectados, essa taxa tem
sido de cerca de 6% em países como EUA e Brasil.
Estudos apontam
que a grande maioria dos casos do novo coronavírus apresenta sintomas
leves e pode ser tratado nos postos de saúde ou em casa. Mas, entre
aqueles que são hospitalizados, o tempo de internação gira em torno de
três semanas, o que gera um impacto sobre os sistemas de saúde, de
acordo com a pasta, já que os leitos de unidades de tratamento intensivo
(UTI) ficam ocupados por um longo tempo, gerando uma crise de escassez
de leitos em diversos Estados e municípios brasileiros.
BBC News Brasil
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