Jornal Nacional exibe troca de mensagens entre Moro e Bolsonaro onde presidente cobra mudança no comando da Polícia Federal
O
Jornal Nacional exibiu nesta sexta-feira (24) a reprodução de uma troca
de mensagens de WhatsApp entre Jair Bolsonaro e Sergio Moro. O
presidente cobra mudança no comando da Polícia Federal.
O
ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, exibiu nesta sexta-feira (24) à TV
Globo uma troca de mensagens entre ele e o presidente Jair Bolsonaro,
ocorrida nesta quinta (23), na qual Bolsonaro cobrou mudança no comando
da Polícia Federal.
Mais
cedo, nesta sexta, ao anunciar que havia decidido deixar o cargo, Moro
afirmou que Bolsonaro tentou interferir politicamente na PF ao decidir
demitir o agora ex-diretor-geral da corporação Maurício Valeixo.
Depois,
também em pronunciamento, Bolsonaro afirmou que as declarações de Moro
eram infundadas e que ele não havia tentado interferir na Polícia
Federal.
Após
o pronunciamento de Bolsonaro, a TV Globo cobrou dele provas de que as
declarações tinham fundamento. Moro mostrou, então, a imagem de uma
troca de mensagens entre ele e o presidente, ocorrida nesta quinta.
O
contato é identificado por “presidente novíssimo”, indicando ser o
número mais recente de Bolsonaro. A imagem mostra que o presidente
enviou a Moro o link de uma reportagem do site “O Antagonista” segundo a
qual a PF está “na cola” de dez a 12 deputados bolsonaristas.
O presidente, então, escreveu: “Mais um motivo para a troca”, se referindo à mudança na direção da Polícia Federal.
Sergio
Moro respondeu ao presidente explicando que a investigação não tinha
sido pedida pelo então diretor da PF, Maurício Valeixo. Moro enviou a
mensagem: “Esse inquérito é conduzido pelo ministro Alexandre, no STF”,
se referindo ao ministro Alexandre de Moraes.
Moro
procede: “Diligências por ele determinadas, quebras por ele
determinadas, buscas por ele determinadas”. E finaliza: “Conversamos em
seguida, às 0900”, referindo-se ao encontro que os dois teriam.
O
Jornal Nacional também cobrou de Sergio Moro provas de que ele não
havia condicionado a troca no comando da Polícia Federal à sua indicação
para o Supremo Tribunal Federal, uma acusação feita pelo presidente
Bolsonaro no pronunciamento.
O
ex-ministro mostrou ao JN a imagem de uma troca de mensagens com a
deputada federal Carla Zambelli (PSL), aliada de primeira hora de
Bolsonaro. Ela, inclusive, estava nesta sexta ao lado do presidente
durante o pronunciamento.
A deputada Carla Zambelli afirmou que não vai comentar a troca de mensagens.
Na
troca de mensagens, Carla Zambelli diz: “Por favor, ministro, aceite o
Ramage”, numa referência a Alexandre Ramagem, diretor-geral da Agência
Brasileira de Inteligência (Abin). Ramagem é um dos candidatos de Jair
Bolsonaro para a Direção-Geral da Polícia Federal.
Parte
da deputada a proposta para que Sergio Moro aceite a mudança na PF em
troca da nomeação dele para o Supremo Tribunal Federal.
“E vá em setembro pro STF”, enviou a deputada. “Eu me comprometo a ajudar”, acrescentou. “A fazer JB prometer”, completou.
Sergio Moro, então, rechaça a proposta: “Prezada, não estou à venda”.
Carla Zambelli, então, continua a argumentar: “Ministro, por favor, milhões de brasileiros vão se desfazer”
Em seguida, ela responde à mensagem de Moro de que não estaria à venda. “Eu sei”, diz. “Por Deus, eu sei”, acrescenta.
SE EXISTE ALGUEM QUE NÃO ESTA A VERBA É O SENHOR./ VERBA AQUI PARECE SER VENDA, COM ERRO DE DIGITAÇAO./
MORO
FINALIZA A CONVERSA DIZENDO: “VAMOS AGUARDAR, JÁ HÁ PESSOAS CONVERSANDO
LA.”/ SEGUNDO O EX-MINISTRO, ERA UMA REFERENCIA A TENTATIVA DE ALIADOS
DE CONVENCER O PRESIDENTE A MUDAR DE IDEIA./
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