Alexandre de Moraes mantém delegados da Polícia Federal de inquéritos e evita mudança nas investigações
O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes,
determinou hoje que a Polícia Federal (PF) mantenha no comando delegados
que trabalham em inquéritos na Corte. Com isso, evita-se que o novo
diretor da Polícia Federal — que ainda será escolhido — mude a orientação das
investigações.
“Comunique-se ao Diretor Executivo da Polícia
Federal, em exercício, que, no âmbito da Polícia Federal, as
investigações neste inquérito deverão continuar a ser conduzidas pelo
Delegado Federal Alberto Ferreira Neto, em São Paulo e da equipe de
Brasília, composta pelos Delegados Federais Igor Romário de Paula,
Denisse Dias Rosas Ribeiro, Fábio Alceu Mertens e Daniel Daher”, decidiu
Moraes.
Os delegados indicados trabalham em duas frentes na
Corte. Uma sobre ofensas, ameaças e fake news enquanto a outra é sobre o
financiamento de atos com pautas antidemocráticas. Moraes é o relator
de ambos os casos e o responsável por coordenar as investigações ao lado
da Polícia Federal.
A decisão de Moraes acontece horas após o
ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, pedir
demissão. Ele afirmou que não concordou com a exoneração de Maurício
Valeixo, diretor-geral da PF, e declarou que o presidente Jair
Bolsonaro (sem partido) trocou o comando da PF para ter acesso a
investigações e relatórios da entidade, o que é proibido pela
legislação.
Bolsonaro, por outro lado, negou ainda que tenha
intenção de fazer qualquer interferência política na Polícia Federa ou
que quisesse ter acesso a investigações sigilosas.
Valeixo foi
exonerado pelo presidente do cargo de diretor-geral da PF na manhã de
hoje. O decreto, publicado no Diário Oficial da União (DOU), veio
assinado eletronicamente tanto pelo presidente quanto por Moro — que
negou ter assinado o documento.
No
decreto, consta que a exoneração ocorreu “a pedido”. O agora
ex-ministro, no entanto, disse que Valeixo não pediu para ser demitido e
que a Secretaria de Comunicação do governo federal havia mentido. Já
Bolsonaro reiterou que, sim, Valeixo quem pediu para sair alegando estar
“cansado” do trabalho.
À noite, o governo publicou uma nova versão do decreto no Diário Oficial da União, desta vez sem a assinatura de Moro.
Uol - Publicado por: Gerlane Neto
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