quinta-feira, 5 de março de 2020

Artilheiro do Flamengo nos anos 1980 vê favoritismo da equipe

Copa Libertadores da América: Nunes aprova final única e vê Flamengo como potência e grande favorito para o título

Ex-atacante relembra polêmicas contra o Atlético-MG na campanha do título de 1981 e acredita que o clube está a caminho de se tornar uma potência mundial



Artilheiro das decisões: Nunes confia na conquista do tricampeonato da Copa Libertadores da América - J. B. Scalco/Placar
Um rubro-negro ilustre acredita que o Flamengo pode conquistar novamente a Libertadores. João Batista Nunes de Oliveira, o ídolo Nunes, artilheiro da equipe nos anos 1980 e parte do time que venceu a competição continental e o Mundial de Clubes há 39 anos, acredita que o clube está se tornando uma potência e é o grande favorito para o título.
O Rubro-Negro começou sua caminhada no torneio nesta quarta-feira 4, contra o Junior Barranquila, na Colômbia. O objetivo do Flamengo é estar no Maracanã no dia 21 de novembro, quando acontece a primeira final única no Brasil – a estreia foi ano passado, em Lima, no Peru. “Gosto da final única. É bom para mostrar quem é quem”, afirma Nunes, hoje com 65 anos. 
Nunes relembrou da campanha do primeiro título continental do Flamengo. Para ele, o torneio era mais disputado pela dificuldade de obter informações dos adversários. O ex-atacante também falou sobre a polêmica arbitragem de José Roberto Wright no jogo contra o Atlético Mineiro, que classificou a equipe na primeira fase. Nunes defende o árbitro, que expulsou cinco jogadores do Galo – com isso, o Rubro-Negro ficou com a vitória.
PLACAR lançará o Guia da Libertadores 2020 neste mês e preparou uma série de entrevistas especiais com os craques que marcaram as campanhas históricas dos times brasileiros. A primeira foi com o ídolo santista Pepe. Confira abaixo a entrevista com o “artilheiro das grandes decisões”:
Nunes em inauguração do busto em sua homenagem durante a comemoração dos 124 anos do Flamengo - Paula Reis/CRF//Divulgação
Quais as diferenças entre a Libertadores no seu tempo e atualmente? 
Hoje tem mais desenvolvimento, jogos transmitidos, informações pela internet. Não tínhamos nada disso naquela época. O Dino Sani começou a campanha como treinador e ele nos passou todas as orientações sobre a competição, que não era fácil.
Como foi sua experiência em disputar a Libertadores? 
 Cada jogo tinha que matar um leão. Graças a Deus, nosso time era excelente, muito bom, em todos os sentidos. Tanto quanto atleta, como homem, companheiro, amigo, um ajudando o outro. Isso é importante ter na equipe para poder ser vencedor. 
Qual foi o jogo mais importante daquela campanha? 
Todos. Até o último, na decisão contra o Cobreloa. Teve aquele conflito contra o Atlético no início. Eles sempre foram um adversário difícil, mas nosso time era muito bom.
Teve aquela polêmica com o Wright… 
Sobre esse jogo em Goiânia, não é verdade que ele pendeu para o lado do Flamengo. Teve um momento do jogo em que os jogadores ficaram violentos e ele chamou os dois capitães. Disse que o primeiro que entrasse forte, ele ia colocar para fora. O Reinaldo não acreditou. O Wright foi e botou para fora. Aí começou a confusão. Os jogadores xingavam ele na nossa frente. Falei para ele que se não tomasse uma atitude ia perder a moral com a gente. Ele começou a botar para fora quem chamava de ladrão e xingava. O Wright não teve culpa. Ele foi sujeito homem e fez o papel dele. Protejo o Wright nesse sentido, porque vi tudo o que aconteceu. Seguimos nosso caminho.
O que você espera do Flamengo na atual edição? 
Espero que o Flamengo tenha o comportamento que nós tivemos para repetir o título da Libertadores e ser campeão Mundial no final do ano. É o grande favorito. Conquistou tudo, mas faltou o Mundial. Acho que faltou um pouco mais de aproximação com a gente, para ter mais informações sobre como é uma decisão dessas. Faltou um encontro. Não sei se alguém pensou nisso.
Acha que o Flamengo pode construir uma hegemonia no continente? 
Acho que sim. O Flamengo está no caminho certo, focado em crescer cada vez mais e se tornar uma potência mundial. Para isso, tem de ter bons profissionais em todos os setores, não só dentro de campo. Na administração, na gestão. Eles têm isso. Profissionais do mercado que fazem o clube crescer cada vez mais.
O que você achou da final única ser realizada no Maracanã? 
É excelente. Isso vai ser bom para o futebol brasileiro. Flamengo, e outros clubes, poderem disputar uma final em um grande estádio desse é maravilhoso. Já que vai ser no Maracanã, espero que o Flamengo chegue lá. Gosto da final única. É bom para mostrar quem é quem, qual o time mais bem preparado. E o Flamengo está preparado.
VEJA - Por Alexandre Senechal

Nenhum comentário:

Postar um comentário