quinta-feira, 5 de março de 2020

Começou a competição mais tradicional do continente sul-americano

Destaques, curiosidades e rivalidade: vai começar a Copa Libertadores da América 2020

Principal competição de clubes do continente terá início nesta terça-feira 2; PLACAR selecionou sete pontos principais sobre o torneio deste ano


Adebayor, Tevez, Gabigol e Fidel Martínez: A atual edição da Copa Libertadores da América reúne craques para todos os gostos -  Montagem/Placar
A bola começou a rolar pela competição mais tradicional do continente sul-americano. A fase de grupos da 61ª edição da Copa Libertadores da América começou nesta terça-feira, 02, com a estreia de três dos sete representantes brasileiros na disputa. Além de Athletico ParanaenseGrêmio e Santos, entrou em campo também o Internacional, que se classificou através da Pré-LIbertadores. Todos visam um só objetivo: conquistar uma das vagas na grande decisão, marcada para o dia 21 de novembro, em jogo único no Maracanã (o estádio carioca foi selecionado como uma celebração a seu 70º aniversário).
Flamengo, atual campeão, desponta como o favorito mais uma vez, mas terá que superar alguns fortes rivais para ficar com a taça. O poderoso River Plate, de Marcelo Gallardo, que venceu duas das últimas seis edições (perdeu a final justamente para o rubro-negro no ano passado), aparece novamente como um dos principais postulantes ao título. O Boca Juniors, de Carlitos Tevez, e o Palmeiras, do experiente treinador Vanderlei Luxemburgo (mas que ainda não conquistou a América), também estão entre as melhores equipes.
PLACAR elaborou uma lista com os sete principais destaques da competição, para você comece a Libertadores muito bem informado:

1) Os candidatos a craque

Bruno Henrique comemora gol do Flamengo marcado contra o Internacional pela Libertadores – 21/08/2019 - Alexandre Vidal/Flamengo/Divulgação

Bruno Henrique foi eleito o melhor jogador da Libertadores de 2019 e segue como um dos favoritos para conquistar o prêmio mais uma vez – assim como diversos companheiros de Flamengo, incluindo o artilheiro Gabigol. Os flamenguistas, porém, terão alguns rivais de peso na corrida pelos títulos individual e da competição. Os habilidosos Everton Cebolinha, do Grêmio, e Dudu, do Palmeiras, já são experientes no torneio e aparecem como os brasileiros mais preparados para quebrar a ajudar suas equipes a quebrar a hegemonia dos cariocas.
Entre os estrangeiros, o destaque é o colombiano Rafael Santos Borré, atacante do River Plate. O camisa 19 quase colocou água no chopp do Flamengo na decisão do ano passado. Foi dele o gol que abriu o placar para o time argentino na final e quase tirou o título dos brasileiros. Borré continua artilheiro: tem 13 gols em 21 jogos na atual temporada.

2) Os “vovôs” do continente

Com 36 anos de idade, Carlitos Tevez continua sendo uma das principais armas do Boca Juniors na luta pelo título da Libertadores - Luciano Bisbal/Getty Images

O Boca Juniors é sempre candidato ao título mais importante do continente, mas a realidade é que o elenco vice-campeão há duas temporadas já está envelhecido. O ídolo Carlitos Tevez ainda é uma das principais peças da equipe aos 36 anos de idade. Contar com jogadores experientes e com passagens por grandes clubes do futebol mundial não é exclusividade dos argentinos. O Olímpia, do Paraguai, contratou o togolês Emmanuel Adebayor, de 36 anos – e eles já contam com Roque Santa Cruz, que tem 38.
Os brasileiros também têm seus “vovôs” craques. O São Paulo vai em busca do tetra da Libertadores com Daniel Alves, 36 anos, e Hernanes, 34 anos, comandando o meio-campo. O Internacional aposta em uma dupla de ataque com D’Alessandro e Guerrero, de 38 e 36 anos respectivamente, enquanto o Palmeiras conta com o agora zagueiro Felipe Melo, de 36 anos.

3) Primeiro Gre-Nal da história da Libertadores

Clássico entre Internacional e Grêmio pela semifinal do Campeonato Gaúcho - Divulgação/Twitter

O maior clássico do Rio Grande do Sul acontecerá pela primeira vez em duelos do grupo E. O Internacional precisou passar por duas fases preliminares e vencer Universidad do Chile e Tolima para poder fazer parte da chave do Grêmio. O primeiro confronto entre os grandes rivais será no próximo dia 12, na Arena do Grêmio. O Inter recebe o jogo da volta no Beira-Rio, no dia 8/4.
Grandes rivais frente a frente na Libertadores não é novidade. Nos primeiros anos da competição, os times do mesmo país se enfrentavam logo de cara. Mais recentemente, o Corinthians chegou a participar de grupos com o Palmeiras e o São Paulo já na primeira fase. Há dois anos, Boca e River decidiram a final, naquele que ficou conhecido com o “Jogo do Século” pela rivalidade e importância da data.

4) Recorde na artilharia?

Oito gols em seis jogos na fase preliminar: Fidel Martínez do Barcelona de Guayaquil é o artilheiro da atual edição da Libertadores - Rodrigo Buendia/AFP

Gabigol foi o artilheiro máximo do torneio no ano passado. O atacante do Flamengo colocou nove bolas nas redes adversárias para se tornar o maior goleador. Antes mesmo da competição começar pra valer, um jogador já tem oito gols na Libertadores de 2020. Fidel Martínez, o “Neymar equatoriano”, fez oito gols pelo Barcelona de Guayaquil nas três fases preliminares que a equipe disputou e, graças ao regulamento da Conmebol, vai carregar a contagem para as fases seguintes – um absurdo, considerando que os principais torneios do mundo zeram a contagem quando acaba a fase previa.
Com essa “ajudinha”, Martínez está só um gol atrás do artilheiro do ano passado e a apenas dois de igualar o recorde deste o Século. O brasileiro Rodrigo Mendes, pelo Grêmio em 2002, e o paraguaio Salvador Cabañas, pelo América do México em 2007, foram os únicos que conseguiram marcar dez vezes desde 2001. Daniel Onega, argentino que atuou pelo River Plate, é o maior artilheiro de uma única edição, graças aos 17 gols anotados na edição de 1966 da Libertadores.

5) Jesus e Jesualdo não são os únicos gringos

O espanhol Miguel Ángel Ramírez, do Independiente del Valle, é um dos treinadores europeus que vai disputar a Libertadores - Cristina Vega Rhor/AFP

A chegada de técnicos da Europa não é privilégio apenas do futebol brasileiro. Se Jorge Jesus fez sucesso imediato no Flamengo, o mesmo pode se dizer de Miguel Ángel Ramírez, treinador do Independiente del Valle, do Equador. O espanhol conquistou a Copa Sul-Americana do ano passado logo no seu primeiro trabalho com uma equipe profissional. Os dois se enfrentaram na final da Recopa Sul-Americana e o português levou a melhor. Ramírez terá a chance de vingança no grupo A da competição.
Jesualdo Ferreira, o português do Santos, será o terceiro representante do Velho Continente – e só não serão quatro porque o Delfín, também Equador, demitiu o espanhol Ángel López no último sábado 29. A Libertadores ainda terá um treinador costarriquenho. Trata-se de Alexandre Guimarães, técnico da seleção do país nas Copas do Mundo de 2002 e 2006 e atual comandante do América de Cali, da Colômbia. Guimarães é, na verdade, brasileiro. Nasceu em Maceió, mas se mudou com a família aos 12 anos e decidiu se naturalizar.

6) Boleiros em novas funções

Diego Forlán pendurou as chuteiras e assumiu o cargo de treinador do Peñarol - Peñarol/Divulgação

Os craques fora de campo serão uma atração a mais para o torneio. Alguns times contam com treinadores que brilharam dentro das quatro linhas e agora iniciam suas carreiras de técnicos. O uruguaio Diego Forlán, atacante ídolo do Manchester United e do Atlético de Madri, voltou ao time do coração Peñarol para seu primeiro trabalho na nova função e vai enfrentar o Athletico Paranaense, em Curitiba, na estreia.
O argentino Hernán Crespo tem um pouco mais de experiência, mas é novato em Libertadores: assumiu o Defensa y Justicia no início do ano para tentar levar o time ao título inédito. No primeiro jogo, recebe a equipe do Santos. Outro “hermano” que participa da competição fora dos gramados é Juan Román Riquelme. O ex-meia do Boca Juniors, porém, virou dirigente: ele é um dos vice-presidentes de futebol do clube.

7) Campeões dentro e fora de campo

O técnico do Grêmio Renato Gaúcho levanta o troféu depois que sua equipe vencer por 2 a 1 a final da Libertadores contra o Lanus, no Estádio Ciudad de Lanus, em Buenos Aires - Mariano Gabriel Sanchez/Anadolu Agency/Getty Images

O título de 2017 com o Grêmio colocou o técnico Renato Gaúcho em um seleto rol: ele se tornou apenas o oitavo homem na história a vencer a Libertadores como jogador e treinador. Ambas as conquistas – a de 1983 dentro de campo e a de dois anos atrás no banco de reservas – foram defendendo o Tricolor do Rio Grande do Sul. Renato é o único brasileiro  da lista.
Outro técnico que disputa a atual edição da Libertadores também conseguiu o feito. Meia do River Plate na conquista de 1996, o treinador Marcelo Gallardo ficou com a taça pela mesma equipe em 2015 e 2018. Aldo Bobadilla, goleiro conhecido do público brasileiro por ter sido contratado pelo Corinthians mas nunca ter estreado, é mais um que pode repetir a marca. Campeão com o Boca Juniors em 2007 como atleta, ele é o treinador do Libertad, do Paraguai, que está no grupo H da atual Libertadores.
VEJA - Por Alexandre Senechal

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