Nova descoberta revela que macacos andaram com os dois pés antes dos seres humanos
Achado de fósseis coloca o desenvolvimento da capacidade de caminhar muito antes do que a comunidade científica estimava
Depois de uma nova descoberta de fósseis feita na Alemanha,
cientistas estão sendo obrigados a repensar o que se sabia sobre a
curiosa habilidade humana de andar sobre duas patas. Publicado na última quarta-feira (06) na revista científica Nature, o artigo que relata o achado revela que os ossos encontrados pertenciam a um primata ancestral, o Danuvius guggenmosi, que teria vivido há aproximadamente 12 milhões de anos — muito antes do aparecimento dos primeiros hominídeos, portanto.
A análise dos fósseis indicou que se tratava de um animal que
misturava diversas características: antebraços curtos, dedos curvados e
polegares fortes eram alguns de seus traços que apontavam para uma vida
baseada em balançar em galhos e escalar. No entanto, seus quadris,
joelhos e pés eram muito parecidos com os nossos, adaptados ao bipedalismo.
A descoberta na Alemanha coloca o início do caminhar sobre duas patas
muito antes na linha cronológica animal do que se pensava. Até agora,
os primeiros indícios dessa capacidade datavam de cerca de 4 milhões de
anos atrás, apontando justamente um hominídeo como o precursor. O novo
achado coloca esse marco mais perto dos 12 milhões. Em outras palavras,
sugere que a capacidade de andar sobre os dois pés pode não ser tão
restrita ao ser humano, como se pensava.
A habilidade já possuída pelo Danuvius teria, então, sido herdada
pelos nossos ancestrais e transmitida para nós ao longo de muito tempo. O
hábito de andar de pé fez com que livrássemos nossas mãos do encargo de
nos ajudar a nos locomover, permitindo que as utilizássemos em outras
tarefas, como no uso de ferramentas. Dessa forma, pouco a pouco, pudemos
construir clavas, flechas, fogueiras e muito mais. De certo modo, o
bipedalismo foi um dos principais propulsores da evolução física e
intelectual humana.
Veja

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