ASSUNTO DE FOFOCAS: A ATRAÇÃO FLAGRANTE E SEM LIMITES DE PEDRO POR DOMITILA DE CASTRO, MARQUESA DE SANTOS E SUA AMANTE
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Celebrações na Praça São Francisco de Paula no Rio de Janeiro pela volta de Pedro da Bahia, 4 de abril de 1826 |
Um pequeno grupo de rebeldes com o apoio das Províncias Unidas do Rio da Prata declarou em abril de 1825 a independência da Cisplatina, então a província mais ao sul do Brasil. O governo brasileiro inicialmente viu a tentativa de secessão como um
levante menor. Demorou meses até uma ameaça maior surgir do envolvimento
das Províncias Unidas, que esperava anexar a Cisplatina, causando assim
preocupações sérias. O Brasil em retaliação declarou guerra em
dezembro, iniciando a Guerra da Cisplatina. Pedro viajou em fevereiro de 1826 para a província da Bahia no nordeste do país, levando consigo sua esposa e sua filha Maria. O imperador foi bem recebido pelos habitantes locais. A viagem tinha a intenção de gerar apoio para o esforço de guerra.
O séquito imperial incluía Domitila de Castro, Viscondessa de Santos
(posterior Marquesa de Santos), que desde o primeiro encontro dos dois
em 1822 havia sido a amante do imperador. Apesar de nunca ter sido fiel a
Maria Leopoldina, Pedro anteriormente tinha tomado o cuidado de
esconder suas escapadas sexuais com outras mulheres. Porém, sua atração por sua nova amante "tinha se tornando flagrante e
sem limites", enquanto sua esposa precisava aguentar desfeitas e ser o
assunto de fofocas. O imperador cada vez mais passou a ser rude e vil com Maria Leopoldina,
deixando-a com pouco dinheiro, proibindo-a de deixar o palácio e
forçando-a a aturar a presença de Domitila como sua dama de companhia. Enquanto isso, a amante aproveitou a oportunidade para avançar seus
interesses e também os de sua família e amigos. Aqueles que desejavam
favores ou a promoção de projetos cada vez mais ignoravam os canais
legais e normais, ao invés disso procurando Domitila por ajuda.
Pedro partiu em 24 de novembro de 1826 do Rio de Janeiro para a cidade de São José na província de Santa Catarina. De lá foi para Porto Alegre, capital da província de São Pedro do Rio Grande do Sul, onde o exército principal estava esperando. O imperador chegou em 7 de dezembro e descobriu que as condições
militares eram muito piores do que os relatórios anteriores haviam lhe
feito esperar. Ele "agiu com sua energia costumeira: passou uma afobação
de ordens, demitiu supostos enxertadores e incompetentes, fraternizou
com as tropas e de forma geral sacudiu a administração militar e civil". Pedro já estava voltando para o Rio de Janeiro quando soube que Maria Leopoldina tinha morrido após um aborto. Rumores sem fundamento logo se espalharam dizendo que a imperatriz havia sido fisicamente maltratada pelo marido. Enquanto isso a guerra continuou sem conclusão e Pedro acabou cedendo a
Cisplatina em agosto de 1828, com a província tornando-se um país
independente, denominado Uruguai.
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