NEM MESMO A OBSESSÃO POR DOMITILA, A AMANTE, FEZ PEDRO SUPERAR O SENTIMENTO DE PERDA DA ESPOSA E ELE SE CASA PELA SEGUNDA VEZ
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O casamento de Pedro e Amélia. Ao lado do imperador estão seus filhos do primeiro casamento: Pedro, Januária, Paula e Francisca |
Pedro percebeu depois da morte da esposa como a havia tratado
miseravelmente, com sua relação com Domitila começando a ruir.
Diferentemente da amante, Maria Leopoldina era popular, honesta e amava o
marido sem esperar nada em troca. O imperador passou a sentir muitas
saudades dela, nem mesmo sua obsessão por Domitila conseguindo fazê-lo
superar seu sentimento de perda e arrependimento. Um dia a amante o encontrou chorando no chão abraçado a um retrato de
Maria Leopoldina, cujo fantasma infeliz Pedro afirmou ter visto. Posteriormente o imperador deixou a cama que estava com Domitila e
gritou: "Larga-me! Sei que levo vida indigna de um soberano. O
pensamento da Imperatriz não me deixa". Ele não esqueceu de seus filhos, que ficaram órfãos de mãe, sendo
observado em mais de uma ocasião segurando seu filho Pedro em seus
braços e dizendo: "Pobre menino, és o príncipe mais infeliz do mundo".
Domitila acabou deixando o Rio de Janeiro em 27 de junho de 1828 após insistências do imperador. Pedro havia decidido casar-se novamente e tornar-se uma pessoa melhor.
Ele tentou convencer seu sogro Francisco I de sua sinceridade, afirmando
em uma carta "que toda minha perversidade acabou, que não hei de
novamente cair nos erros em que já caí, que arrependo-me e pedi a Deus
por perdão". Francisco não se convenceu, tendo ficado profundamente ofendido pela
conduta que sua filha tinha passado, retirando seu apoio às preocupações
brasileiras e frustrando os interesses portugueses de Pedro. Princesas de várias nações recusaram propostas de casamento uma depois da outra devido a má reputação do imperador pela Europa. Seu orgulho ficou muito ferido e ele acabou permitindo a volta de
Domitila, que chegou na capital em 29 de abril de 1829 após quase um ano
longe.
Entretanto, Pedro encerrou definitivamente sua relação com
Domitila ao saber que um noivado tinha finalmente sido arranjado. Ela
voltou em 27 de agosto a viver em sua província natal de São Paulo, onde
permaneceu pelo resto da vida. Dias antes em 2 de agosto, Pedro havia se casado por procuração com a princesa Amélia de Leuchtenberg, filha Eugênio de Beauharnais, Duque de Leuchtenberg, e da princesa Augusta da Baviera. O imperador ficou impressionado por sua beleza ao conhecê-la pessoalmente. Os votos realizados por procuração foram ratificados em 17 de outubro em uma missa nupcial. Amélia era bondosa e amorosa com os filhos dele e providenciou um
necessitado sentimento de normalidade tanto para a família imperial
quanto para o público em geral. A promessa de Pedro feita após o banimento de Domitila para alterar seu
comportamento acabou mostrando-se sincera. Ele nunca mais teve
quaisquer casos e manteve-se fiel à nova esposa. Pedro também fez as pazes com José Bonifácio, seu antigo ministro e
mentor, em uma tentativa de mitigar e superar seus desentendimentos do
passado.
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