Doleira presa na Lava Jato afirma que quem incriminasse Lula teria benefícios
Em
entrevista, a doleira Nelma Kodama afirmou nesta quarta-feira (7) que a
Operação Lava Jato pressionava os presos para citar o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração foi dada logo após ela ser
liberada da condenação em razão do indulto de Natal promulgado por
Michel Temer em 2017.
“O Lula era o
assunto. Eu não sou PT, não estou falando sobre política e sim sobre
crime. Todo crime precisa ter prova e não houve prova. Cadê o cadáver?
Então, qual foi o objetivo? (da prisão)”, afirmou Kodama em entrevista
à Rádio Bandeirantes, que ainda confirmou que a Lava Jato oferecia
delação premiada para quem quisesse denunciar Lula.
A
prisão do ex-presidente teve como pivô a delação do empreiteiro Léo
Pinheiro, a OAS. Como mostram conversas divulgadas em reportagem da
Folha sobre a Vaza Jato, Pinheiro precisou mudar versão para incriminar
Lula duas vezes para ser aceito como delator.
Indulto
Kodama, ex-esposa
do doleiro Alberto Youssef, foi condenada em outubro de 2014 e foi
beneficiada com indulto natalino de Michel Temer e teve a pena extinta. A
norma previa a extinção de condenação para não reincidentes que haviam
cumprido um quinto de pena.
Ela foi
condenada a 18 anos de prisão por corrupção, evasão de divisas e
organização criminosa, mas seu acordo de delação premiada havia limitado
a condena a 15 anos. Desta maneira, ela pôde retirar a tornozeleira
eletrônica.
Fonte: Revista Fórum - Publicado por: Érika Soares
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