Morre, aos 79 anos, o ex-reitor da Universidade Federal da Paraíba, Antônio de Souza Sobrinho
Faleceu
às 10h30 da manhã desta quinta-feira (08) no Hospital Unimed, o
ex-reitor da UFPB, Antônio de Souza Sobrinho. Antônio foi acometido de
embolia pulmonar na última quinta (01), foi hospitalizado. O quadro
clínico se agravou no sábado desenvolvendo uma pneunomia.
O
velório será realizado às 16h no Parque das Acácias, no José Américo e o
sepultamento está marcado para às 10h da manhã desta sexta-feira (09).
NOTA DE FALECIMENTO
Informamos
com pesar o falecimento do nosso querido e amado Antônio de Souza
Sobrinho. Sua morte nos deixou muito surpresos, mas temos a certeza que
seu espírito de luz está em um lugar melhor, verdadeiramente digno de
sua presença.
Agradecemos a
todas as mensagens de conforto recebidas até agora. Elas só mostram o
quanto era querido por todos, com sua bondade, profissionalismo,
inteligência, amizade e caráter. Devemos sempre lembrá-lo com alegria,
respeito, gratidão e muita saudade.
Aos
que desejarem prestar as últimas homenagens, comunicamos que o velório
terá início hoje (08/08), a partir das 16:00 horas, no Parque das
Acácias, com sepultamento a ocorrer às 10 horas no mesmo local amanhã
(09/08).
De suas esposa, filhas, netos, genro e demais familiares.
Sobre Antônio Sobrinho
Antônio
José de Souza ou Antônio de Souza, como era conhecido, nasceu no dia 19
de outubro de 1939, no sítio Cotó, hoje sitio Fátima, deste Município,
filho legítimo de José Raimundo de Souza e de Leopoldina Maria de Jesus.
Estado civil, solteiro.
Seus pais
eram camponeses pobres, descendentes da linhagem dos Gomes Albuquerque.
Possuíam uma pequena gleba de terra, da qual tiravam o sustento para
manutenção dos seus onze filhos.
Como
filho mais velho do casal, Antonio do Souza passou a infância e a
adolescência ajudando o seu pai na luta quotidiana, no trabalho árduo da
agricultura, nos serviço de roça, cuidando também da pequena criação de
gado vacum, caprino, ovino e suíno.
As
primeiras letras, ler e escrever e a tabuada, aprendeu com o seu pai.
Em outubro de 1912, com 11 anos de idade frequentou, nela primeira vez,
uma escola particular do Mestre (Professor) Samuel Albuquerque, que
funcionava no sítio Cotó, em casa de um padrinho seu. Frequentou a
escola durante um mês. Destacou-se entre os demais alunos pelo
comportamento e pelo adiantamento das lições do Mestre, que o considerou
como um dos mais inteligentes dos seus discípulos.
Desejava
estudar no Colégio. Sentia o chamamento para a vida sacerdotal. Queria
ser padre. Seus pais não dispunham de condições financeiras para custear
as despesas dos estudos para sua formação sacerdotal. Mas não
esmoreceu. Com ingentes sacrifícios conseguiu amealhar pequenas
economias, que lhe garantiam o pagamento das despesas de um ano de
estudos no Colégio.
Resolveu
abandonar a vivência grosseira da roça, deixar a casa paterna, trocando o
ambiente matuto saturado de monotonia pelo convívio aberto, agradável e
comunicativo da gente da cidade, cujo contato transmitia alegria e um
pouco de educação social. E isso já era alguma coisa.
Em
fevereiro de 1922 ingressou no Colégio Padre Rolim como aluno externo,
matriculando-se no Curso Primário, que era feito em três séries,
concluindo em 1923. Em 1924 iniciou o Curso Ginasial, que, naquele
tempo, por deficiência pedagógica, o Colégio mantinha apenas as duas
primeiras séries, ou seja, a metade do Curso. Em 1925 concluiu a série
ginasial. Os alunos filhos de pais abastados que tinham condições para
concluir o Curso, deslocavam-se para Recife, Paraíba, capital do Estado
ou Fortaleza.
Não dispondo de
recursos para continuar seus estudos, Antonio do Souza resolveu ensinar o
que aprendera. Abriu uma escola e iniciou o exercício do magistério.
Fez-se professor.
Além
das aulas de sua escola durante o dia, à noite, dava aulas também à
meninada pobre da cidade, na Escola São Vicente de Paulo, e aos
empregados no comércio, na sede da Associação dos Empregados no Comércio
de Cajazeiras (AECC).
Sob os
auspícios da mocidade cajazeirense, em 1926 fundou um jornal esportivo
sob a denominação “0 SPORT”, o qual, sob sua direção, se tornou em órgão
político, independente e noticioso, circulando aos domingos. Esse
jornal se manteve circulado durante 4 anos.
Cargos
que ocupou o desempenhou a partir de 1927 até o presente ano de 1976.
De 1927 a 1928, balconista das Lojas “A Pernambucana”, nesta cidade. De
1928 a 1929 foi Sacristão, Tesoureiro e Secretário da Paróquia de São
João do Rio do Peixe (hoje Antenor Navarro). De 1929 a 1931, professor
do Instituto São Luiz, dirigido pelo Professor Hildebrando Leal.
Em
1932, durante 8 meses, auxiliar de escritório na Residência de Campo da
Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas, na rodovia Cajazeiras –
Pombal. De novembro de 1932 a fevereiro de 1934, Tesoureiro da
Prefeitura de Itabaiana e Diretor do Jornal Oficial do Município – “A
FOLHA”. De fevereiro a julho de 1934, durante 6 meses, Professor Público
dos presos da Cadela Pública de João Pessoa e Censor do Governo junto à
imprensa da Oposição, na Capital do Estado.
De
julho de 1934 a dezembro de 1937, auxiliar de escrita no Escritório da
Estação Experimental de Fruticultura Tropical, do Ministério da
Agricultura, sediada no município de Espírito Santo, Paraíba. Em 1938 a
1939, Fiscal do Governo do Estado junto à Academia de Comércio de
Itabaiana. De 1940 a 1942, Redator-Secretário do jornal semanário “0
ESTADO NOVO”, de Cajazeiras. De 1942 a 1944, Fiscal do DNOCS, na
construção da Rodovia “TRANSNORDESTINA”, trecho – Ipaumirim -Barro –
Milagres – Brejo Santo – Macapá, no Ceará. Em 1945, durante 6 meses,
contabilista da Prefeitura de Cajazeiras.
De
1945 a 1947, Secretário da Prefeitura de Cajazeiras. Nomeado
interinamente Prefeito de Cajazeiras, pelo Interventor Federal do Estado
Dr. José Gomes da Silva, ocupou esse cargo durante um mês, de fevereiro
a março de 1947. De fevereiro de 1948 a março de 1949, auxiliar de
escrita no Escritório da Residência do DNOCS, em Catingueira, Piancó. De
1949 a 1951, Administrador da Conserva da Rodovia Central da Paraíba,
trecho São Bento – Pombal – Aparecida- Sousa- São Gonçalo – Cajazeiras –
Itaumirim, Ceará. Igualmente administrou, na mesma época, os serviços
de conserva da rodagem do triângulo de Pombal – Jericó – Catolé do
Rocha.
De 1951 a 1963, Inspetor
Municipal do Ensino, em Cajazeiras, cargo em cujas funções se aposentou.
Desde Janeiro de 1961, Secretário do Colégio Municipal Monsenhor
Constantino Vieira, cargo ainda ocupa, exercendo ainda, desde julho de
1974 as funções do Secretario da Biblioteca Pública Municipal.
Fonte: Polêmica Paraíba - Publicado por: Érika Soares
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