Eleições de Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia devem animar mercado, dizem economistas
Economista-chefe da Nova Futura Investimentos acredita que, apesar de algumas dificuldades, "o resultado líquido é uma vitória do governo"

© reuters
Nomes do governo, as eleições de Davi Alcolumbre (DEM-AP) e de Rodrigo Maia (DEM-RJ)
para as presidências do Senado e da Câmara dos Deputados,
respectivamente, devem animar os mercados na segunda-feira, 4, apostam
economistas.
Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro
Paulo Silveira, apesar de algumas dificuldades, "o resultado líquido é
uma vitória do governo".
"Eu
acho que o primeiro nome (Maia) já foi dentro do que o governo
esperava. Eu imagino que reforça a ideia que vai ser mais fácil para o
governo negociar com a Câmara tendo ele como interlocutor", defendeu.
Já
o resultado do Senado trouxe algumas instabilidades. "(O contexto)
mostrou um Senado mais problemático. A forma como aconteceu, bem
turbulenta, pode trazer um pouco de emoção para o governo. Mas, no final
das contas, sinaliza que o governo tem a maioria lá", disse.
Na
atual etapa de debates envolvendo a Previdência, a principal reforma
aguardada pelo mercado, Silveira disse que as atenções continuarão no
Congresso, daí a relevância da vitória governista nas presidências das
duas casas. "Passada a reforma da Previdência, os olhos dos mercados
estarão mais focados nos ministérios do que no Legislativo", disse. O
economista explicou que diversas pastas do governo já sinalizaram a
elaboração de propostas importantes para destravar a economia - promessa
do governo que já estaria até embutida nos preços dos ativos, com o
Ibovespa se aproximando dos 100 mil pontos.
"Vitória do Davi pode ter deixado cicatrizes no Senado", diz economista
O
economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, diz que ainda
é cedo para avaliar os reais benefícios que tal cenário trará para o
andamento das reformas. Segundo Perfeito, o mercado deve voltar a operar
animado na segunda-feira.
"É provável que o mercado se entusiasme
(com a vitória dos aliados), mas vai demorar muito ainda para a gente
entender se eles (Maia e Alcolumbre) vão conseguir articular ou não. A
vitória do Davi pode ter deixado cicatrizes no Senado", disse.
De
acordo com Perfeito, o pleito tumultuado e o conflito com Renan
Calheiros (MDB-AL) podem ser uma conta cara no futuro. "O custo elevado é
que o Senado está conflitado. Renan (Calheiros) é um inimigo poderoso e
eles conseguiram transformar ele em um inimigo (do governo) e isso
preocupa", argumentou.
Perfeito ponderou, ainda, que a vitória de
Maia não garante sinal verde para o governo na Câmara. "Maia conseguiu
chegar de forma contundente e fazendo acordos tanto com a direita,
quanto com a esquerda. Não se sabe que tipo de aliança é essa que se
construiu", disse o especialista.
O economista-chefe da Necton
lembrou que Maia pode facilitar o trânsito do governo, mas que ele
sozinho tem poderes limitados. "As pessoas vão ter de ir atrás dos votos
na Câmara. Não depende dele (Maia)", afirmou, acrescentando que o
governo poderá ter dificuldade no andamento das propostas que dependam
das mesas diretoras.
Política ao Minuto com informações do Estadão Conteúdo
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