Após decisão do ministro Edson Fachin, ‘Temer está com faca no pescoço’, diz auxiliar
De acordo com depoimento de delação premiada do ex-executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho, houve um jantar no Palácio do Jaburu, em maio de 2014, para tratativas de um repasse de R$ 10 milhões como forma de ajuda de campanha para o PMDB
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Um auxiliar de Temer, ainda segundo o blog, chegou a dizer que, na avaliação dele, Dodge está sendo “mais realista que o rei”, ao se referir a Janot - (Foto: Reprodução) |
A decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo
Tribunal Federal (STF), de incluir o presidente Michel Temer no rol de
investigados no inquérito que apura o suposto favorecimento da
Odebrecht, pela antiga gestão da Secretaria de Aviação Civil da
Presidência da República, causou preocupação no Planalto.
Entre 2013 e 2015, durante o governo da ex-presidenta Dilma
Rousseff, o órgão foi dirigido pelos atuais ministros Eliseu Padilha e
Moreira Franco. Ambos já são investigados no caso.
“Agora, o presidente Temer está com a faca no pescoço
permanentemente”, disse ao blog do Gerson Camarotti, no portal G1, um
auxiliar direto de Temer.
A expectativa do governo era de que o assunto ficasse arquivado até o
fim do mandato do presidente. Agora, a decisão de Fachin, na avaliação
de aliados, tem potencial para causar um desgaste significativo à imagem
de Temer, e bem no momento em que ele tentava emplacar a agenda
positiva da segurança pública.
O pedido para incluir temer no inquérito foi feito pela
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, na última terça-feira
(27). Na manifestação, ela divergiu do entendimento do ex-procurador
Rodrigo Janot, que, no ano passado, decidiu não incluir Temer na
investigação, por entender que o presidente tem imunidade constitucional
enquanto estiver no cargo. Segundo a procuradora, a Constituição impede
somente o oferecimento da uma eventual denúncia contra os investigados.
Um auxiliar de Temer, ainda segundo o blog, chegou a dizer que, na
avaliação dele, Dodge está sendo “mais realista que o rei”, ao se
referir a Janot.
De acordo com depoimento de delação premiada do ex-executivo da
Odebrecht Claudio Melo Filho, houve um jantar no Palácio do Jaburu, em
maio de 2014, para tratativas de um repasse de R$ 10 milhões como forma
de ajuda de campanha para o PMDB.
“A investigação penal, todavia, embora traga consigo elevada carga
estigmatizante, é meio de coleta de provas que podem desaparecer, de
vestígios que podem se extinguir com a ação do tempo, de ouvir
testemunhas que podem falecer, de modo que a investigação destina-se a
fazer a devida reconstrução dos fatos e a colecionar provas. A ausência
da investigação pode dar ensejo a que as provas pereçam”, argumenta a
procuradora-geral da República.
Notícias ao Minuto
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