Ministro Ricardo Lewandowski será relator de pedido para anular julgamento do TSE
Reclamação foi proposta pela Rede Sustentabilidade. Corte eleitoral excluiu delações premiadas entre provas e absolveu chapa Dilma-Temer
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O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal - (STF) (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Divulgação) |
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi sorteado o relator do pedido de nulidade do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que absolveu a chapa Dilma-Temer na última sexta-feira. Não há prazo para a ação ser apreciada no plenário da Corte.
A Rede Sustentabilidade
pediu nesta segunda-feira ao STF a concessão urgente de liminar e a
realização de um novo julgamento que leve em consideração as provas
apresentadas pelos delatores da Odebrecht. O partido pede também que o processo do TSE seja suspenso até que a reclamação seja julgada pelo plenário da Corte.
Na petição, a Rede critica o resultado do julgamento, por
quatro votos a três, e nega que a apreciação dos depoimentos dos
executivos da empreiteira representaria uma ampliação indevida do objeto
demandado na fase instrutória do processo, como considerou a maioria
dos ministros do TSE.
“Cumpre destacar, ainda, que a decisão reclamada teve por
efeito deixar de considerar uma série de provas que apontavam para
graves irregularidades e ilícitos eleitorais, representativos de graves
práticas de abuso de poder econômico e político, cujo imperioso
enfrentamento é dever da Justiça Eleitoral e dos partidos políticos”,
diz trecho da reclamação.
Um dos principais articuladores da oposição na Câmara, o deputado Alessandro Molon
(Rede-RJ) explicou que a ação protocolada no STF por seu partido se
baseia numa decisão da Corte na Ação Direta de Inconstitucionalidade
(ADI) 1.082, que prevê a inclusão de provas ao longo do processo.
Na Câmara, o deputado afirmou que o desprezo de provas
apresentadas por delatores da Odebrecht causou perplexidade na sociedade
e que, como TSE está subordinado ao STF, a mais alta instância do
Judiciário pode mudar o caso. “Para quem achava que o jogo no TSE
acabou, que é página virada, não acabou”, declarou
Molon também disse que a oposição não aceitará um rito
acelerado para analisar a possível denúncia que o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, deve apresentar contra Temer. Enquanto os
governistas falam em 10 dias para “barrar” a denúncia, o deputado disse
que não é possível pular ritos, que poderiam levar até dois meses para
serem concluídos. “Nem queremos que os pedidos sejam engavetados e nem
colocados em via expressa em direção ao túmulo”, afirmou.
A oposição começará a coletar nesta tarde as assinaturas
para criação da CPI da Agência Brasileira de Investigação (Abin), que
terá como objetivo apurar se o órgão investigou clandestinamente o
ministro do STF Edson Fachin, conforme VEJA revelou.
O deputado disse contar com assinaturas até de parlamentares da base
aliada e que haverá outra frente no Senado, liderada pelo senador
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), para instalação de eventual CPMI.
Veja com Estadão Conteúdo
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