Segunda "lista de Rodrigo Janot" eleva tensão entre entre políticos em Brasília
A segunda
edição da "lista de Janot" é baseada em cerca de 950 depoimentos de 78
ex-executivos e funcionários da empreiteira
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As novas delações da Odebrecht foram homologadas em 30 de janeiro pela presidente do STF, Carmen Lúcia, depois da morte do ex-ministro Teori Zavascki - (Foto: Reprodução) |
O Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pode
apresentar já nesta segunda-feira (13), ao Supremo Tribunal Federal
(STF), cerca de 80 pedidos de abertura de inquérito para investigar
parlamentares e ministros citados nas delações da Odebrecht.
A segunda edição da "lista de Janot" é baseada em cerca de 950
depoimentos de 78 ex-executivos e funcionários da empreiteira e elevou a
tensão entre políticos em Brasília. A força-tarefa responsável pela
avaliação dos casos da Operação Lava Jato fez na semana passada os
últimos ajustes nos processos, que estão prontos para serem entregues à
corte suprema.
A lista inclui ministros do governo de Michel Temer, senadores e
deputados federais. Processos envolvendo governadores serão enviados ao
Superior Tribunal de Justiça (STJ), e os envolvendo ex-governadores e
outros políticos sem foro privilegiado serão remetidos a instâncias
inferiores, inclusive ao juiz Sérgio Moro, responsável pelas
investigações da Lava Jato envolvendo a Petrobras, na Justiça Federal em
Curitiba.
A Procuradoria Geral da República (PGR) pode solicitar a quebra de
parte do sigilo das informações. A decisão final caberá ao relator da
Lava Jato no STF, o ministro Edson Fachin. Depoimentos envolvendo crimes
da Odebrecht no exterior não devem ser divulgados até junho devido a um
acordo com investigadores de outros países.
Janot também deve requerer mandados de busca e apreensão e tomada de novos depoimentos, além de apresentar novas denúncias.
Delações
As novas delações da Odebrecht foram homologadas em 30 de janeiro
pela presidente do STF, Carmen Lúcia, depois da morte do ex-ministro
Teori Zavascki.
Os acordos assinados no início de dezembro do ano passado incluem
depoimentos do ex-presidente do grupo Marcelo Odebrecht e atingem
centenas de políticos. O empresário está preso em Curitiba desde junho
de 2015, condenado por Moro a 19 anos e quatro meses de prisão pelos
crimes de corrupção passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A primeira lista com nomes de políticos acusados de corrupção foi
apresentada por Janot em 6 de março de 2015, com base nos depoimentos do
ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto
Youssef.
A PGR solicitou a abertura de 28 inquéritos no STF, de dois no
Superior Tribunal de Justiça e repassou casos de políticos sem foro
privilegiado a outras instâncias. Cinco políticos viraram réus no
processo, incluindo o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas nenhum
foi condenado até o momento.
ClickPB com Terra
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