Fator financeiro influenciou no descontrole alimentar das famílias durante a pandemia, alerta especialista
Publicado por: Adriany Santos
O
período do isolamento social durante a pandemia da Covid-19 trouxe
algumas consequências não tão boas para a saúde das pessoas, dentre elas
a mudança na alimentação e também a inatividade física, melhor dizendo o
sedentarismo.
De
acordo com a nutricionista, Stefany Oliveira, o sedentarismo em si, já é
um dos fatores de predisposição para patologias, e com as academias
fechadas a prática de atividade física ficou ainda menos frequente. O
sedentarismo associado a uma alimentação não balanceada tem ocasionado o
aumento de peso para muitas pessoas.
Um
levantamento feito por um grupo de pesquisadores das áreas de
endocrinologia, psicologia e patologia apontou que seis em cada dez
brasileiros conseguiram manter o peso, mesmo com o aumento, de um modo
geral, do consumo de pães e massas no período.
O levantamento foi feito por meio de um questionário online,
que foi respondido por 1.470 pessoas e levou em consideração o Índice
de Massa Corporal (IMC), tempo de isolamento e alimentação durante a
quarentena. Ele também apontou que hábitos como prática de atividades
físicas e consumo de álcool tiveram impacto na variação de peso da
população.
O aumento de peso involuntário, quando não orientado e
acompanhado, torna o indivíduo mais suscetível ao desenvolvimento de
doenças crônicas não transmissíveis, tais como Hipertensão Arterial,
Obesidade, Diabetes Melittus, doenças cardiovasculares, Câncer, fatores
de risco para as complicações do coronavírus. As pessoas tendem a
compensar ainda mais com comida, gerando um ciclo vicioso que é difícil
de quebrar.
Um dos fatores que também tem influenciado no
descontrole alimentar, é a saúde financeira das famílias. ” Outra
consequência da pandemia foi o impacto nas finanças de muitas famílias,
aspecto que também tem influenciado nas escolhas e compras dos
alimentos. Muitas pessoas reduziram seus ganhos durante a pandemia, e
consequentemente, a compra de itens como frutas verduras e legumes que
são essenciais para uma alimentação equilibrada, porém, tem um custo
elevado.”, disse Stefany.
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Stfany Kelly Martins de Oliveira, Nutricionista, Pós-Graduada em Nutrição Clínica e Funcional - (Foto: Arquivo Pessoal) |
Segundo
Stefany, foi constatado um aumento no valor de alimentos básicos,
tornando menor o poder de compra dos brasileiros. Em contrapartida, o
valor dos embutidos (salsichas, mortadela, linguiças, empanados, etc),
se manteve estável, tornando-se opções mais baratas e atrativas. Vale
ressaltar que tanto os alimentos industrializados embutidos quanto os
embalados (a exemplo: biscoitos, salgadinhos, pipocas, chocolates) são
cheios de corantes, conservantes e outros ingredientes prejudiciais à
saúde, portanto, não são boas opções.
“Entre os jovens, por
exemplo, a falta de opção para sair, de incentivo à outras atividades
como leitura, desenho, elaboração de receitas, como também a permanência
por muio tempo sentado, assistindo TV, tem propiciado situações para a
ingestão de alimentos industrializados. Se não têm o hábito de comer
algo saudável, irão preferir este tipo de alimento. Se não há controle
na frequência e quantidade a ser consumida, observaremos com o passar do
tempo, ganho de peso, aparecimento de sinais e sintomas negativos como
estrias, acnes, celulites e possivelmente doenças associadas ao excesso
de peso.”, afirmou, a nutricionista.
Stefany acrescenta que as
defesas do organismo são influenciadas por diversos fatores, dentre eles
a alimentação e que a ingestão de boas fontes alimentares como frutas,
legumes, verduras, alimentos ricos em fibras, oleaginosas e fontes
lácteas, estarão auxiliando e reforçando a imunidade do nosso corpo.
Salientando que o tipo de alimento varia de acordo com a individualidade
e tolerância de cada pessoa. Sem esquecer a importância da hidratação
diária.
“É importante controlar o peso para evitar consequências,
contudo, é essencial buscar profissionais da saúde que possam te
orientar e acompanhar durante este processo.”, concluiu.
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