Executivo André Brandão, do HSBC, é escolhido para presidir o Banco do Brasil no lugar de Rubem Novaes
O nome foi informalmente comunicado a dirigentes do banco pelo Palácio do Planalto. A confirmação de Brandão à frente da instituição, porém, ainda depende de um rito que deve levar em torno de uma semana

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BRASÍLIA, DF, E SÃO PAULO,
SP (FOLHAPRESS) - O executivo André Brandão, do HSBC, foi escolhido pelo
governo para presidir o Banco do Brasil no lugar de Rubem Novaes, que
anunciou a saída do comando da instituição no dia 24 de julho.
O nome foi informalmente comunicado a dirigentes do
banco pelo Palácio do Planalto. A confirmação de Brandão à frente da
instituição, porém, ainda depende de um rito que deve levar em torno de
uma semana.
O
estatuto social estabelece que o chefe do Banco do Brasil é nomeado
pelo presidente da República -portanto, cabe a Jair Bolsonaro
oficializar a escolha.
O Palácio do Planalto precisa comunicar
oficialmente ao BB a escolha do nome. Na sequência o banco submete o
nome ao comitê de exigibilidade.
Caso seja aprovado, o nome volta
ao Planalto, que publica a escolha no Diário Oficial da União. Por
último, o Banco do Brasil deve informar, em fato relevante (comunicado
ao mercado) o nome de seu novo presidente.
Novaes
defendia a escolha de um dos vice-presidentes do próprio banco para o
seu lugar, e indicou os nomes de Fábio Barbosa e Mauro Ribeiro Neto em
sua carta de demissão apresentada ao ministro Paulo Guedes (Economia).
O
ministro, no entanto, queria alguém de mercado, com perfil parecido ao
do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto -e o nome de André
Brandão se encaixaria neste perfil.
Novaes deixou o banco
afirmando que a "a companhia precisa de renovação para enfrentar os
momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário".
Auxiliares
de Guedes afirmam que Novaes, que tem 74 anos, demonstrava cansaço e
teria feito o pedido para ficar perto da família no Rio de Janeiro.
Muito
próximo a Novaes, o ministro da Economia ficou sabendo da decisão há
cerca de um mês. Guedes havia comentado recentemente que Novaes estava
"cansado", mas assessores não esperavam que a saída se concretizasse tão
rápido.
A interlocutores Novaes também havia manifestado
contrariedade com a recente decisão do TCU (Tribunal de Contas da União)
que colocou proibições sobre parte da publicidade do banco, sob a
justificativa de que a verba estava irrigando um site que propaga fake
news.
Novaes deve seguir com ligação ao governo, não mais no Banco
do Brasil. Provavelmente ele ocupará função de assessor especial do
Ministério da Economia. Novaes desempanharia a função no Rio de Janeiro.
POLÊMICASA gestão de Novaes se envolveu em uma polêmica em abril de 2019.
Na
ocasião, acatando a um pedido de Bolsonaro, ele demitiu um diretor do
banco e mandou retirar do ar uma campanha publicitária dirigida ao
público jovem com atores que representavam a diversidade racial e
sexual.
A peça publicitária, voltada para o público jovem, trazia
entre seus personagens uma transexual. Bolsonaro assistiu ao comercial,
desaprovou a proposta e determinou sua suspensão.
Em outro
episódio que gerou controvérsia, o filho do vice-presidente, Hamilton
Mourão, foi nomeado assessor de Novaes em janeiro do ano passado.
Antônio Hamilton Rossell Mourão foi para a assessoria especial do
presidente do Banco do Brasil.
Com a ascensão no banco público, o
filho do vice passou a ganhar R$ 36,3 mil, o triplo do salário que
recebia antes. A função equivale a um cargo de executivo.
A decisão gerou desconforto na cúpula do governo, segundo relatos.
Para integrantes da equipe ministerial, a escolha divergia da conduta
defendida por Bolsonaro, durante a campanha presidencial, de acabar com
privilégios.
Notícias ao Minuto
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