TRISTEZA: homem de 60 anos infarta e morre após esposa e filho morrerem com coronavírus
O
despachante municipal Silvio Dias Novaes, de 60 anos, teve um infarto e
veio a óbito três meses após a esposa e o filho morrerem com o novo
coronavírus. A família é de Praia Grande, no litoral paulista, e a
informação foi confirmada ao G1, neste sábado (18), pela filha de
Silvio, a técnica de enfermagem Maria Carolina da Silva Novaes, de 39
anos.
Maria Carolina, assim como sua mãe, a dona de casa Alzira da
Silva Novaes, de 59 anos, e o irmão, o vigilante Luiz Fagner Dias
Novaes, de 31 – esposa e filho de Silvio – contraíram o vírus após se
revezarem para acompanhar o despachante em um hospital de Cubatão (SP),
depois dele ter tido um AVC.
Alzira faleceu dia 27 de abril e o
filho havia vindo a óbito 15 dias antes dela. Na tarde desta sexta-feira
(17), Silvio teve um infarto em casa também faleceu. Segundo Maria
Carolina, a vida da família desandou desde a morte da mãe e do irmão.
Como o pai perdeu todos os movimentos e também lidava com o luto pelos
familiares, entrou em depressão e precisou tomar remédios.
“Por
fora ele parecia estar bem, mas chorava todas as noites pela situação e
pela ausência da minha mãe e irmão. Nesta sexta, por volta de 11h05,
ele mandou para todos um vídeo da minha mãe cantando na igreja, e uns 15
minutos depois passou mal e morreu. Estamos arrasadas. Não sei como a
vida pode ter sido tão injusta com a gente”, desabafa.
Um dia antes
da morte de Silvio, a técnica de enfermagem chegou a divulgar uma
campanha virtual para arrecadar dinheiro para o tratamento dele, que
devido ao AVC, tinha perdido os movimentos. “Ele precisava de mais
suporte e não tínhamos mais condições de bancar. Coloquei meu carro a
venda e já tinha vendido várias coisas, como TV e geladeira. Minha chefe
me promoveu para melhorar meu salário e poder me ajudar, mas não deu
tempo”, explica.
De acordo com ela, no horário livre dos trabalhos,
ela e a irmã se dedicavam totalmente aos cuidados com o pai, inclusive
ela dormia todas as noite na casa dele. “Ele parecia estar melhorando,
com a fisioterapia já estava mexendo os braços e ficando em pé com
auxílio. Recentemente descobrimos que meu pai também já havia tido o
vírus, por meio de um teste rápido que ele fez. Então o médico nos
informou que na época do AVC, a Covid-19 pode ter contribuído também
para que meu tenha tido tantas sequelas”, diz a filha.
O velório e
sepultamento de Silvio ocorrerão neste sábado, com limitação de pessoas
devido à pandemia. “Temos que prosseguir, mas minha vida nunca mais foi a
mesma. Eu era uma pessoa alegre e descolada, e depois de tudo isso vivo
no automático, não tenho gosto para nada. Não consigo ver luz no fim do
túnel. Agora minha vida vai ser antes do coronavírus e depois. A doença
mudou todos os nossos planos. Nunca imaginamos que atingiria dessa
forma nossa família”, finaliza Maria Carolina.
G1 - Publicado por: Suedna Lima
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