Brasil registra 296 novas mortes e 6.633 novos casos confirmados de coronavírus
Os novos números foram atualizados agora à noite.

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) -
Setenta dias após o primeiro caso confirmado do novo coronavírus, o
Brasil já soma 107.780 registros da doença e 7.321 mortes, segundo dados
do Ministério da Saúde. Foram 6.633 novos casos confirmados e 296 novos
óbitos desde domingo (3).
Os dados divulgados pelo governo à tarde eram
menores: 105.222 casos da doença e 7.288 mortes no total, e 4.075 novos
casos e 263 novas mortes nas últimas 24 horas.
À noite, porém, a
pasta anunciou os novos números e disse que, a partir desta segunda (4),
as informações de casos e óbitos por Covid-19 serão atualizadas em duas
ocasiões: às 15h, com dados preliminares por estado, e às 19h, com
dados finais.
Ainda assim, o número de 296 novos óbitos está
abaixo do total registrado na semana anterior, quando a média diária de
mortes confirmadas ficou acima de 400. Em geral, o Ministério da Saúde
diz que uma queda é esperada aos sábados e domingos e primeiros dias de
cada semana.
Além disso, os números reais devem ser mais altos diante da baixa oferta de testes no país e da ocorrência de subnotificação.
O
registro de mais de 7.000 mortes já é maior do que estimavam aliados do
governo do presidente Jair Bolsonaro. Em março, o empresário paranaense
Junior Durski, dono da rede de restaurantes Madero, compartilhou um
vídeo em que dizia que o número de mortes no Brasil não seria tão grande
quanto o desemprego. Em março, Durski compartilhou um vídeo em que
dizia que o número de mortes no Brasil não seria tão grande quanto o
desemprego.
"Não podemos [parar] por conta de 5 ou 7 mil pessoas
que vão morrer, eu sei que é muito grave, sei que isso é um problema,
mas muito mais grave é o que já acontece no Brasil", afirmou na ocasião.
Ele pediu desculpas após a repercussão negativa das declarações.
Procurado
pela reportagem nesta segunda (4) sobre como avalia a situação e se
esperava que o país chegasse ao número atual, Durski disse que não
voltaria a comentar o tema. "[Naquela vez] só falei aquilo que eu lia.
Não sou médico, não sou cientista, como posso saber alguma coisa?",
disse. "Os médicos, os cientistas do governo tinham uma previsão e falei
em cima da previsão do governo. Não tenho capacidade para achar
[nada]".
Também em março, o presidente Jair Bolsonaro chegou a
dizer que o número de mortes no Brasil não ultrapassaria o registrado na
pandemia do H1N1, em 2009. O número atual, porém, já é mais que o
triplo do registrado naquele ano pelo H1N1, quando houve 2.060 mortes.
Além
dos casos já confirmados, dados do Ministério da Saúde apontam 1.427
mortes ainda em investigação.Por outro lado, ao menos 45.815 pacientes
já se recuperaram da Covid. Outros 54.644 estão em acompanhamento.
Epicentro
da crise, São Paulo tem visto o índice de isolamento social cair o no
estado, o que preocupa autoridades. No sábado (2), o isolamento foi de
53%. Na quinta-feira (30), porém, essa taxa chegou a 46%, menor marca
das últimas semanas.
Depois de São Paulo, o estado com maior
número de casos é o Rio de Janeiro. Já quando analisados os dados de
incidência da Covid-19, indicador que abrange o total de casos pela
população, outros estados passam à frente.
São eles: Amapá, Amazonas, Roraima, Ceará, Pernambuco, Acre e Espírito Santo.
No
Amapá, por exemplo, a incidência já chega a 2.049 casos por 1 milhão de
habitantes. No Amazonas, onde a capital, Manaus, já apresenta colapso
em parte do sistema de saúde, esse índice é de 1.769 casos a cada 1
milhão de pessoas.
No domingo, o ministério anunciou a contratação
emergencial de 267 profissionais para dar apoio no atendimento em
Manaus e outras duas cidades do estado.
O
grupo engloba médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem,
fisioterapeutas, farmacêuticos e biomédicos. Os primeiros 11
profissionais de outros estados embarcaram de Brasília.
A
estratégia faz parte do programa "Brasil Conta Comigo", alvo de polêmica
por exigir o cadastro de profissionais de saúde. O ministério, porém,
diz que a adesão é voluntária. O grupo deve atuar entre um a seis meses.
Em visita à região nesta segunda, o ministro Nelson Teich defendeu a manutenção do distanciamento social no combate à epidemia.
"A
gente tem deixado claro que não existe uma mudança de política em
relação ao distanciamento, tem de ser mantido", disse Teich após visita
ao Comando Militar da Amazônia (CMA), em Manaus. "Neste momento, a
política de distanciamento não foi mudada."
As declarações de
Teich repetem o roteiro do seu antecessor, Luiz Henrique Mandetta,
demitido por Bolsonaro após defender enfaticamente o isolamento, medida
criticada reiteradas vezes pelo presidente.
Como tem sido a praxe, neste fim de semana, Bolsonaro voltou a
desafiar o isolamento social e a promover aglomerações. No sábado (2),
ele visitou duas cidades de Goiás, onde cumprimentou apoiadores e gerou
tumulto. No dia seguinte, cumprimentou simpatizantes reunidos em frente à
Praça dos Três Poderes.
Brasil ao Minuto
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