Presidente Jair Bolsonaro lamenta marca de 10 mil mortes por coronavírus no Brasil, em entrevista no Palácio da Alvorada
Em seguida, o presidente repetiu sua posição de que o combate à pandemia passa também pela defesa do emprego.
© Reuters
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) -
Após silenciar ao longo do fim de semana sobre o fato de o Brasil ter
atingido a marca de 10 mil mortes em decorrência do novo coronavírus, o
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta segunda-feira (11)
que lamentava a perda de vidas, mas seguiu defendendo a necessidade de
reabrir a economia.
"Eu lamento cada morte que ocorre, a cada hora. Eu
lamento", disse o presidente, ao ser questionado pela Folha no fim da
tarde, em entrevista no Palácio da Alvorada.
Bolsonaro havia
inicialmente marcado um churrasco com amigos para o sábado (9), data em
que o Brasil ultrapassou a marca de 10 mil vítimas da Covid-19. O evento
acabou cancelado, mas o presidente saiu para um passeio à tarde em uma
moto aquática por Brasília.
A primeira manifestação do governo
veio apenas no dia seguinte, através do ministro da Saúde, Nelson Teich.
O titular da pasta afirmou que era um dia de alegria, por conta do dia
das mães, mas de tristeza por conta das vidas perdidas.
Os
presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente Rodrigo Maia (DEM) e
Davi Alcolumbre (DEM), decretaram luto oficial de três dias.
Após
afirmar que lamentava as mortes, Bolsonaro disse que sua resposta deve
ser tratar com zelo o recurso público para que os recursos para combater
o coronavírus não sejam desperdiçados.
"Agora o que nós todos
podemos fazer é tratar com devido zelo o recurso público, porque está
tendo denúncia em tudo qualquer lugar, gente presa até pela Polícia
Federal, de desvio", disse o presidente.
"Em vez de fazer notinha
de pesar, que eu acho válido, tudo bem, eu sou pesaroso a essas
questões, mas tem que dar exemplo, pô, gastar menos, gastar com
qualidade recurso", completou.
Em seguida, o presidente repetiu
sua posição de que o combate à pandemia passa também pela defesa do
emprego. Bolsonaro disse que os problemas na economia vão causar outras
mortes, como por conta da violência.
"Cada percentual que se aumenta o número de desempregos no Brasil, a
violência cresce também. Morre gente por outras causas, violência. Então
é isso que a gente tem que ver".
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