Ministros do Superior Tribunal de Justiça justificam votos que mantiveram liberdade de Ricardo Coutinho e mais quatro
Nessa
terça (18) os cinco integrantes da Sexta Turma do Superior Tribunal de
Justiça (STJ) votaram a revogação do habeas corpus do ex-governador da
Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), investigado pela operação Calvário. A
ministra Laurita Vaz proferiu despacho de mero expediente determinando
‘cientificar’ as partes quanto à atualização do processo.
O governador teve seu habeas corpus mantido. Veja como os ministros votaram e suas justificativas:
Laurita Vaz
A
ministra Laurita Vaz, do STJ, votou pela manutenção da decisão de
Napoleão Nunes Maia, de dezembro, que revogou a prisão preventiva do
ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho.
Laurita Vaz iniciou o
voto defendendo o combate à corrupção, mas afirmou que, no caso de Ricardo Coutinho, não há fundamento para a “medida extrema” da prisão
preventiva. “O decreto prisional não demonstra de forma categórica de
que forma o paciente age de forma delituosa atualmente, pois não exerce
mais o cargo de governador. Não há no decreto nenhuma referência
concreta de quem seriam os agentes que ainda atuariam na ORCRIM e quais
papéis ainda desempenham no grupo”, afirmou a ministra.
Em
substituição à prisão, propôs o comparecimento periódico à Justiça,
proibição de manter contato com outros investigados (exceto o irmão,
Coriolano Coutinho), proibição de ausentar-se do local de residência e
afastamento de atividades econômicas dos empresários investigados.
Sebastião Reis Júnior
O ministro Sebastião Reis acompanhou Laurita Vaz no STJ para negar o pedido da PGR de decretar nova prisão de Ricardo Coutinho.
Argumentou
que, como denúncia contra o ex-governador já foi apresentada,
encerrou-se a fase das investigações. E que como ele já deixou o
governo, já não teria capacidade de influenciar os atuais contratos de
saúde e educação, focos dos desvios apurados na Operação Calvário.
Antônio Saldanha Palheiro
O
ministro Antônio Saldanha Palheiro disse não considerar que não havia
fatos contemporâneos para justificar a prisão preventiva.
Rogerio Schietti
O
ministro Rogerio Schietti Cruz divergiu da relatora, Laurita Vaz, e do
ministro Sebastião Reis, e votou a favor do recurso da PGR para prender
novamente Ricardo Coutinho.
Ele questionou o argumento de que não
haveria mais contemporaneidade dos fatos para justificar a prisão
preventiva. “Segundo o Ministério Público, crimes que foram cometidos durante todo o
período da governança do sr. Ricardo Coutinho e portanto denotando
estabilidade permanente da ORCRIM, integrada não só por ele, mas por
secretários, servidores públicos, procurador-geral do estado, membros do
Tribunal de Contas do estado e também sobre o atual governador”, disse.
Nefi Cordeiro
O ministro Nefi Cordeiro formou maioria na Sexta Turma do STJ para manter o ex-governador em liberdade.
“A
ministra relatora afirmou não há elementos concretos que apontem
continuidade de atividade criminosa. Não vejo riscos justificáveis para a
prisão cautelar. Já tivemos buscas e apreensões e não há qualquer
tentativa de atrapalhar colheita de provas e fuga”, afirmou.
Os beneficiados
Também
ficarão soltos Cláudia Veras, ex-secretária de Saúde; Francisco das
Chagas Ferreira, Márcia Lucena, prefeita de Conde e ex-secretária de
Educação; e David Clemente Monteiro Correia, fornecedor suspeito de
pagar propina.
Todos deverão comparecer periodicamente à Justiça e
ficarão proibidos de manter contato com investigados, além de se
afastarem das empresas que teriam participado do esquema.
Fonte: Polêmica Paraíba - Publicado por: Amara Alcântara

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