A estratégia do ex-governador Ricardo Coutinho que pode torná-lo prefeito de João Pessoa – Por Júnior Gurgel
Já
não existe mais o que se delatar sobre os desvios milionários da gestão
Girassol. Para se condenar um ladrão, não precisa provas que roubou
milhões ou irrisórios centavos, a pena é a mesma. O que o GAECO- PB
ainda não alcançou foi à estratégia dos advogados de Ricardo Coutinho, e
onde pretendem chegar, quando exibirem troféu de uma vitória, debaixo
do nariz do Poder Judiciário da Paraíba.
Decorreram-se
quatorze meses de investigações, prisões; delações com revelações tão
estapafúrdias, que se não fossem amparadas em materialidades, o conjunto
das provas seria difícil de merecer credibilidade, em função da ousada
selvajaria da quadrilha e seu chefe – ex-governador Ricardo Coutinho –
que ainda chegou a ser detido provisoriamente. Entretanto, como um
prolixo discurso de bêbado, tudo já foi dito, mas, ainda não sabemos
quando irão finalizar esta “peça” de retórica.
O
processo se arrasta… Aguardam mais delações? As que já existem são
suficientes para um século de cadeia. Uma queda de braço entre o
GAECO-PB, MP e PGR, quer a volta de Ricardo Coutinho ao cárcere. Para
que? Virá Gilmar Mendes ou Dias Toffoli e põe ele na rua, usando o mesmo
“entendimento” e até decisão da Suprema Corte sobre prisão em segunda
Instância. Neste caso, estão fazendo o “jogo” do ex-governador, ou
morderam a “isca” de seus advogados?
Chegamos
ao mês de fevereiro (2020). Em Junho, se inicia o período eleitoral. É
exatamente esta oportunidade que Ricardo Coutinho aguarda para sair pela
porta da frente, sem fugir da Justiça. Carnaval, Páscoa e São João, e
pelo visto, o chefe da OCRIM Girassol não será condenado. Se isto não
ocorrer – o que achamos pouco provável – será candidato a Prefeito de
João Pessoa.
A
partir do registro de sua candidatura, não pode mais ser preso, a não
ser em “flagrante delito”. Quanto à possibilidade de uma condenação em
pleno período eleitoral, mesmo que ocorra, uma “liminar” de plantão o
deixará disputar o pleito. Se porventura vencer, será diplomado e
empossado. Os processos da Operação Calvário iniciarão sua longa jornada
procrastinatória, com vistas alcançarem a prescrição.
O
Desembargador continua “notificando” mais suspeitos, o GAECO-PB mantém
sua “volante” procurando encontrar mais comparsas do bando, quando o
líder já está cercado? Redundância absurda! A grande noticia seria:
“processo concluso para julgamento”. Aí, a expectativa seria – não pelos
anos de cadeia de seus prováveis condenados – mas, pela inelegibilidade
de Ricardo Coutinho no pleito que começa em 130 dias. O Chefão da Máfia
Girassol continua “ficha limpa” para a Justiça Eleitoral.
Dispondo
de milhões de reais, indiscutivelmente Ricardo Coutinho disputa com
chances de vitória as eleições da Capital. Seu discurso deixará o
eleitor “tonto” e inseguro: “sou ficha limpa… Não tenho nenhuma
condenação na Justiça… Investigam-me por delações de ladrões que
roubaram no meu governo, traíram minha confiança… Se eu fosse culpado,
não estaria aqui pedindo seu voto”. Alguém duvida? Aguardem!
Em
tempo: Ricardo Coutinho nunca sofreu uma derrota no TRE-PB, não tem
contas rejeitadas pela Assembleia Legislativa; nenhum outro tipo de
condenação, sequer pelo PROCON. Para o eleitor e opinião pública, já
saturada com tanta ação do GAECO-PB sem reação imediata do TJ-PB, se ele
esteve durante todo este tempo no bordel, vestido de Freira, fica uma
incógnita: talvez estivesse apenas em meio às prostitutas.
Fonte: Polêmica Paraíba - Créditos: Júnior Gurgel
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