OPINIÃO: o incêndio de Roma, o fogo da Operação Calvário e a prudência do presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino

Por Eliabe Castor
RNoite de verão em Roma, 18 de julho de 64 d.C.: um
incêndio devastador irrompeu na área mais povoada da cidade onde havia
prédios de 3 a 5 andares feitos de madeira. Os ventos espalharam as
chamas rapidamente e o fogo se alastrou por outros bairros.
Por
três dias, o incêndio ficou fora de controle e levariam outros três para
ser vencido. Quase toda Roma foi destruída. Dos 14 distritos, apenas 4
não sofreram danos. O restante, cerca de 70% da cidade, foi devastado
pelas chamas.
Logo após o incêndio começaram a circular versões da
tragédia. As pessoas buscaram um responsável, afinal não podia haver
“acaso” na capital imperial protegida pelos deuses. Nero foi o principal
suspeito e os rumores envolvendo seu nome ainda persistem no imaginário
coletivo até os dias atuais.
E nesse “calabouço” de intrigas e
estórias fantasmagóricas, sem dúvidas a mais célebre foi a imagem de um
imperador tocando lira diante de uma cidade incendiada. Esse painel
tornou-se símbolo da insanidade e crueldade do governante e da
degradação do Império Romano.
Agora, passado séculos, tecnologias
como escutas e novos artifícios de captação de vozes. Novos caminhos do
Direito, cujo seu “berço” mais célebre foi Roma, nos dão uma certeza:
margens para dúvidas são raras, mas existem. E nesse diapasão, as
escalas de sons são difusas e complexas.
O incêndio é aqui!
E
se vivemos um novo e gigantesco incêndio, as labaredas não vêm da
Austrália. Também não das terras que foram fecundados Rômulo e Remo,
ambos alimentados por uma loba carinhosa. As chamas estão inseridas na
Paraíba, “contagiando” todo um projeto político exitoso, embora os
custos para operá-lo tenham sido, supostamente, escusos.
Falo do
fogo ocasionado pela Operação Calvário, que vem transformando a figura
do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) em carvão, tostando um bom
legado administrativo deixado por ele e seus auxiliares supostamente
implicados com pagamentos e recebimentos de propina; compra de agentes
políticos e outros expedientes que fariam Nero e sua lira encantada
“ruborizarem”.
Adriano Galdino e seu posicionamento ante a crise
O
presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino
(PSB) assumiu uma postura correta, ao revelar que é preciso aguardar
todos os expedientes jurídicos e investigativos findarem para emitir uma
opinião concreta sobre a Calvário.
Para ele, a delação da
ex-secretária de Administração da Paraíba, Livânia Farias, que denunciou
repasses de dinheiro ao deputado federal Efraim Filho (DEM) e mais seis
parlamentares estaduais não é, necessariamente, elemento final de
culpabilidade dos citados pela ex-gestora.
Disse Galdino: “A
delação por si só não é prova. Acredito na justiça paraibana e acredito
também na inocência dos deputados que foram citados pela delação.” E
nesse incêndio, o presidente da ALPB toma para si e a própria
instituição que preside a legitimidade da parcimônia, pois jogar mais
combustível em fogo “descontrolado” é ato irresponsável.
Além de
Efraim Filho, foram citados os seguintes deputados estaduais: Edmilson
Soares, Tião Gomes, Branco Mendes, Genival Matias e Lindolfo Pires, além
de Arthurzinho, suplente de deputado estadual e filho do conselheiro
Arthur Cunha Lima, este último afastado durante a 7ª fase da Operação
Calvário, a Juízo Final.
Eliabe Castor
PB Agora
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