Prévia da inflação oficial fica em 0,71% em janeiro, aponta IBGE; trata-se do maior resultado para um mês de janeiro desde 2016
O
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma
prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,71% em janeiro, conforme
divulgado nesta quinta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE).
Trata-se
do maior resultado para um mês de janeiro desde 2016, quando o
indicador ficou em 0,92%. Em janeiro do ano passado, o índice havia sido
de 0,30%, o menor para o mês em 24 anos.
Em 12 meses, o indicador acumula alta de 4,34%, acima dos 3,91% registrados nos 12 meses anteriores.
Apesar
disso, foram as carnes que exerceram, novamente, a maior pressão
individual sobre a inflação, de 0,15 ponto percentual sobre o indicador.
Desde novembro do ano passado, a carne vem pressionando a inflação no
país.
Queda na habitação e artigos de residência
Dos
nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, apenas dois
registraram queda de preços na passagem de dezembro para janeiro:
habitação (-0,14%) e artigos de residência (-0,01%).
A
deflação no grupo de habitação, segundo o IBGE, foi influenciada pela
queda de 2,11% no custo da energia elétrica em função de mudança na
bandeira tarifária, que passou a ser Amarela.
O
IBGE enfatizou que todas as regiões pesquisadas tiveram queda nas
contas de luz – a menor foi em São Paulo (-0,61) e a maior em Fortaleza
(-4,46%), onde houve, além da mudança da bandeira, redução da alíquota
de PIS/COFINS.
Alimentação vilã da inflação
Dentre
os sete grupos que tiveram alta nos preços, o maior destaque é o de
Alimentação e Bebidas (1,83%), ainda pressionado pelo alto preço das
carnes.
Dentre
os sete grupos que tiveram alta nos preços, o maior destaque é o de
Alimentação e Bebidas (1,83%), puxada pela Alimentação no domicílio
(2,30%), ainda pressionada pelo alto preço das carnes.
Também
tiveram alta relevante para a alimentação no domicílio produtos como as
frutas (3,98%) e o frango inteiro (4,96%). Pelo lado das quedas, o
destaque ficou com a cebola (-5,43%).
A
alimentação fora do domicílio apresentou alta de 0,99%, resultado acima
do registrado em dezembro (0,79%), especialmente por conta das altas
observadas no lanche (1,30%) e na refeição (1,10%).
Veja a prévia da inflação para cada um dos grupos pesquisados pelo IBGE:
- Alimentação e bebidas: 1,83%
- Transportes: 0,92%
- Despesas pessoais: 0,47%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,35%
- Educação: 0,23%
- Vestuário: 0,10%
- Comunicação: 0,02%
- Artigos de residência: -0,01%
- Habitação: -0,14%
Depois
da alimentação, o segundo maior impacto na inflação partiu dos
Transportes (0,92%), que foi pressionado pela alta da gasolina (2,64%) –
o segundo maior impacto individual na composição do indicador. Também
contribuiu para a alta nos Transportes os reajustes nas tarias de ônibus
urbano em algumas capitais.
Alta em todas as regiões
O
IBGE destacou que a prévia da inflação teve alta em todas as 11 regiões
pesquisadas. O maior resultado foi observado na região metropolitana de
Belém (1,13%), influenciado pela alta do frango inteiro (9,12%). Já o
menor índice foi registrado em Brasília (0,29%), por conta da queda
verificada nos preços das passagens aéreas (-7,69%).
Veja o resultado por região:
- Belém: 1,13%
- São Paulo: 0,90%
- Salvador: 0,89%
- Fortaleza: 0,86%
- Recife: 0,78%
- Porto Alegre: 0,60%
- Curitiba: 0,53%
- Goiânia: 0,52%
- Belo Horizonte: 0,52%
- Rio de Janeiro: 0,47%
- Brasília: 0,29%
Perspectivas e meta de inflação
A
meta central do governo para a inflação em 2020 é de 4%, e o intervalo
de tolerância varia de 2,5% a 5,5%. Para alcançá-la, o Banco Central
eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que está
atualmente em 4,5% ao ano – mínima histórica.
Os
analistas das instituições financeiras projetam uma inflação de 3,56%
no ano, conforme aponta a última pesquisa Focus do Banco Central. Em
2019, a inflação fechou em 4,31%, acima do centro da meta, que era de
4,25% – foi a maior inflação anual desde 2016.
Para 2021, a previsão do mercado financeiro é de uma inflação de 3,75%.
Entenda o IPCA-15
O
indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários
mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto
Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e
Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma
do IPCA (inflação oficial). A diferença está no período de coleta, além
da abrangência geográfica. Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram
coletados no período de 12 de dezembro de 2019 a 14 de janeiro de 2020
(referência) e comparados com aqueles vigentes de 12 de novembro a 11 de
dezembro de 2019 (base).
Nova cesta do IPCA
Os
resultados de janeiro inflação são os últimos feitos a partir da cesta
de produtos e serviços que compõem a inflação em vigor desde 2012. Em
fevereiro, a inflação oficial começa a ser divulgada pelo IBGE com base
na nova cesta de produtos e serviços.
A
mudança é fruto dos resultados obtidos com a Pesquisa de Orçamentos
Familiares (POF), realizada entre 2017 e 2018, que apontou mudanças nos
hábitos de consumo dos brasileiros.
A
nova cesta inclui 56 novos elementos, como transportes por aplicativo,
serviços de streaming, tratamento e higiene de animais domésticos,
macarrão instantâneo, cabeleireiro e barbeiro, depilação e atividade
física, entre outros.
Fonte: G1 - Créditos: Polêmica Paraíba - Publicado por: Adriany Santos
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