O aiatolá Ali Khamenei lidera multidão em homenagem a general iraniano em Teerã, no Irã
O
líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, lidera nesta
segunda-feira (6) uma homenagem ao general iraniano Qassem
Soleimani, morto em um ataque americano em Bagdá (Iraque), no funeral
que reúne uma multidão, em Teerã.
Carregando
cartazes com o retrato de Soleimani, pessoas se reuniram nos arredores
da Universidade da capital iraniana, onde Khamenei faz orações pelo
general que comandava a Força Quds, uma unidade de elite da Guarda
Revolucionária Iraniana com atuação no exterior.
‘Plano de Trump falhou’
A
filha do general, Zeinab Soleimani, declarou que o “plano maligno” do
presidente americano, Donald Trump, de causar separação entre o Iraque e
o Irã, falhou.
“Trump, seu jogador compulsivo, seu plano maligno
de causar separação entre o Iraque e o Irã com seu erro estratégico de
assassinar Qasem Soleimani e Abu Mahdi Al-Muhandis [líder da milícia
iraquiana] falhou e só causou unidade histórica entre as duas nações e
provocou seu ódio eterno por Estados Unidos”, disse Zeinab Soleimani.
Ela afirmou ainda que a morte de seu pai trará dias mais escuros para Estados Unidos e Israel.
“Hei, louco do Trump, você é o símbolo da estupidez e um brinquedo nas mãos dos sionistas internacionais”, afirmou.
Cartaz
com a foto do líder espiritual do Irã, aiatolá Ali Khamenei, concedendo
a maior honra militar do país ao general Qasem Soleimani, morto em
ataque americano, é visto durante funeral em Teerã, nesta segunda-feira
(6).
Homenagens
As homenagens ao general começaram no sábado
(4) ainda no Iraque. Depois de sair de Bagdá, o corpo passou pelas
cidades de Karbala e Najaf, consideradas sagradas pelos muçulmanos
xiitas.
No
domingo (5), o corpo seguiu para o Irã e milhares de pessoas
participaram do funeral, que começou na cidade de Ahvaz, no sudoeste do
Irã. De lá, o corpo de Suleimani seguiu para Mashhad, no nordeste do
país. Na terça (7), o cortejo chegará a Kerman, cidade natal do general,
onde será realizado o sepultamento.
Ataque e a escalada da tensão
O
general Qasem Soleimani e sua comitiva foram alvos de um ataque com
drones perto do aeroporto de Bagdá, no Iraque, na quinta-feira (2).
Soleimani,
de 62 anos, comandava a Força Quds, uma unidade de elite da Guarda
Revolucionária Iraniana com atuação no exterior e era considerado o
segundo homem mais poderoso do Irã, abaixo apenas do líder supremo, o
aiatolá Ali Khamenei.
Os Estados Unidos, que classificam a Quds
uma força terrorista, acusaram Soleimani de estar “ativamente
desenvolvendo planos para atacar diplomatas americanos e membros do
serviço no Iraque e em toda a região”.
Soleimani era apontado como o cérebro por trás da estratégia militar e geopolítica do país.
O
Irã prometeu se vingar da morte de Souleimani e, em resposta, Trump
disse que atacará 52 alvos iranianos caso os norte-americanos sejam alvo
de alguma ação iraniana.
Neste domingo (5), o chefe do Exército
iraniano disse que os EUA não teriam “coragem” para o “conflito”, e o
ex-ministro da Defesa iraniano e atualmente conselheiro militar do
aiatolá Hossein Dehghan afirmou à CNN que “a resposta [ao ataque que
matou Soleimani] será com certeza militar e contra alvos militares”.
O
Irã anunciou que seu trabalho de enriquecimento de urânio não
respeitará mais o acordo nuclear de 2015, que limitava o nível de
enriquecimento a 3,6%, e que sua produção não terá mais restrições.
No
fim da noite de sábado, no horário local, foguetes atingiram a Zona
Verde, área de Bagdá onde ficam a embaixada dos EUA e outras
representações diplomáticas, e uma base que abriga militares
norte-americanos em Balad, a 80 km da capital iraquiana. Ninguém ficou
ferido e não se sabe a autoria dos ataques.
Líderes mundiais têm
pedido para que Irã e EUA evitem a escalada de violência. Neste domingo,
o Papa Francisco pediu “diálogo e comedimento” em meio às tensões no
Oriente Médio.
Fonte: G1 - Publicado por: Fabricia Oliveira
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