Ex-presidenta Dilma Housseff comprava cachaça, codorna desossada e camarão rosa com cartão corporativo, diz site
Com
base na lei de acesso a informação, o jornalista Lúcio Vaz, do site
Gazeta do Povo, descobriu ‘gastos extravagantes’ da ex-presidente Dilma
com o cartão corporativo, utilizado por chefes do Poder Executivo para
proteger informações que possam ameaçar a segurança do presidente e de
seus familiares. Conforme a publicação, a privacidade imposta pela lei
esconde também despesas com mordomias e luxos que a maioria esmagadora
dos brasileiros não tem acesso, como, por exemplo, bebidas e comidas
sofisticadas.
Lúcio
Vaz analisou os relatórios do governo Dilma e descobriu gastos
extravagantes, como garrafa de cachaça por R$ 380 e compra de camarão
rosa tamanho GGG por R$ 230 o quilo. Há ainda o aluguel de uma lancha
para passear por R$ 30 mil, além de compras de outros produtos, como
cachaça e carne ‘de primeira’. Todos os valores foram atualizados pela
inflação.
Até o início da tarde deste sábado (05), a reportagem
não trazia a versão da ex-presidente Dilma. O texto também faz
referência aos gastos dos ex-presidentes Lula, Temer e aos gastos do
presidente Jair Bolsonaro.
Confira abaixo a reportagem:
O
sigilo nos gastos da Presidência da República com cartão corporativo
foi criado para proteger informações que possam ameaçar a segurança do
presidente e de seus familiares. Mas a privacidade imposta pela lei
esconde também despesas com mordomias e luxos que a maioria esmagadora
dos brasileiros não tem acesso, como, por exemplo, bebidas e comidas
sofisticadas.
É o que mostram os
gastos até hoje secretos feitos para atender a então presidente Dilma
Rousseff em 2012, no segundo ano de mandato dela. Com base na Lei de
Acesso à Informação, o blog solicitou ao Palácio do Planalto a abertura
dos arquivos que registram as despesas com cartão corporativo da petista
e também de Lula e Michel Temer. A legislação determina o sigilo de 98%
das despesas da Presidência da República e a confidencialidade dura até
o final do mandato.
Ao
longo dos últimos 15 dias, o blog analisou os relatórios do governo
Dilma e descobriu gastos extravagantes, como garrafa de cachaça por R$
380 e compra de camarão rosa tamanho GGG por R$ 230 o quilo. Há ainda o
aluguel de uma lancha para passear por R$ 30 mil. Todos os valores foram
atualizados pela inflação.
Dilma
viajou para a Base Naval de Aratu, no município de Salvador, para
passar o réveillon e alguns dias de folga, no final de dezembro de 2011.
Só com a lavagem de roupa de cama, mesa e banho foram gastos R$ 3,8
mil. Também foram gastos R$ 340 com o aluguel de filmes clássicos na
Cult Vídeo. A locação de um gerador de energia elétrica para iluminar as
instalações da base custou R$ 10 mil. Tudo pago com cartão corporativo.
Um
verdadeiro séquito de servidores acompanhou a presidente, desde
seguranças até empregados domésticos. A lancha utilizada pela presidente
Dilma e convidados durante a sua permanência na base naval foi alugada
por R$ 20,4 mil (valor da época). O relatório da viagem informa que a
despesa foi paga “em espécie” porque o fornecedor não trabalhava “com
nenhum tipo de cartão de crédito”.
Bebidas e carnes sofisticadas: passa no cartão corporativo
Em janeiro de 2012, as compras para atender as necessidades do Palácio
da Alvorada incluíram 6 garrafas da cachaça Havana, uma das mais famosas
do país, ao preço de R$ 246 a unidade. No mês seguinte, a adega foi
reforçada com 6 garrafas do espumante Freixenet Cava Premium, por R$ 91
cada; mais 6 garradas do vinho português Quinta das Tecedeiras, no valor
de R$ 136 a unidade. De Araguari (MG), vieram mais 8 garrafas da
cachaça Montanhosa Tonel, no valor de R$ 280 cada uma delas.
Os
alimentos mantinham a sofisticação das bebidas. No mesmo período, foram
comprados no Empório Kalamares 5 quilos de codorna desossada por R$ 577
e 8 quilos de carrê de cordeiro por R$ 976. Na Peixaria do Guará, a
mais tradicional de Brasília, além de 41 quilos de côngrio rosa e
pescada amarela, foram adquiridos 12 quilos de camarão rosa tamanho GGG,
no valor total de R$ 1,7 mil.
Na
Viande Boutique de Carnes, no final de janeiro daquele ano, compraram
81 quilos de filé mignon por R$ 5,7 mil. Uma semana depois, na mesma
loja, gastaram mais R$ 6,2 mil com 89 quilos de filé mignon. E ainda
levaram dois quilos e meio de picanha Uruguay por R$ 239. Houve ainda a
compra de mais 10 quilos de codorna desossada, tudo do período de um
mês.
Nas compras de supermercados com
cartão corporativo aparecem também queijos muito especiais, como o
Cablanca Holandês, por R$ 99 o quilo; e o Grano Padano, por R$ 150 o
quilo. E não poderia faltar a sobremesa. Os cartões corporativos já
foram usados para comprar tapioca em Brasília. Em fevereiro de 2012,
foram adquiridas cinco caixas de sorvete de tapioca por R$ 400.
Os
cartões são usados para tudo. Naquele período, foram compradas duas
coleiras por R$ 255. Dilma tinha um labrador que a acompanhou por 12
anos, de nome Nego. Nos registros há ainda aquisições de material para a
manutenção da piscina do Alvorada, material da copa e cozinha, bolos e
lanches variados.
Reportagem
publicada no blog em 1º de agosto mostrou que, no último ano completo da
presidente Dilma, as despesas com cartão corporativo alcançaram R$ 26
milhões (em valores atualizados) até o mês de junho – 25% a mais do que
no atual governo no mesmo período. Mas o blog mostrou também que o
presidente Jair Bolsonaro mantém em segredo mais de dois terços das
informações sobre gastos com cartões corporativos do governo federal,
num total de R$ 13,5 milhões, seguindo práticas de administrações
anteriores.
Para ler a reportagem completa, clique aqui.
Fonte: Gazeta do Povo - Créditos: Lúcio Vaz - Publicado por: Felipe Nunes
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