Hospital de Juiz de Fora que operou Bolsonaro após facada fica sem R$ 2 milhões que ele prometeu como deputado federal
A Santa Casa, no entanto, confirmou que “ainda” não recebeu nenhuma das emendas impositivas destinadas à instituição.
“Acreditamos
que até o fim de 2019 elas [o dinheiro das emendas] cheguem. Baseados
em nossas experiências anteriores, os prazos estão dentro do esperado”,
afirmou em nota a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora nesta
terça-feira (27).
À época como deputado, Bolsonaro podia
direcionar R$ 15,4 milhões em emendas ao Orçamento federal de 2019.
Essas emendas foram apresentadas em 2018 e teriam de ser empenhadas,
liquidadas e pagas pelo Executivo no ano seguinte. Isso quer dizer que o
governo federal não está pagando uma emenda parlamentar do próprio
Bolsonaro.
O presidente chegou a dizer que “nasceu de novo” no
hospital mineiro. À época, ele também quis doar para a instituição uma
parte da arrecadação de sua campanha eleitoral, o que acabou não
ocorrendo porque a legislação não permite isso.
Na justificativa
para a emenda apresentada, Bolsonaro afirmou que o déficit da Santa Casa
de Misericórdia em 2017 foi de R$ 27,1 milhões, referentes aos
atendimentos a pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), sendo a média
mensal de R$ 2,3 milhões. “Este déficit é decorrente da defasagem da
tabela do SUS, sem reajuste há mais de 12 anos”, disse.
A emenda é
impositiva, ou seja, o governo é obrigado a executá-la. Em geral, as
emendas parlamentares se destinam para demandas das bases eleitorais dos
congressistas. É uma forma de os parlamentares participarem da
elaboração do Orçamento anual encaminhado ao Congresso pelo Executivo.
Empenho na reforma da Previdência
No
início de agosto, em meio às discussões para a aprovação da reforma da
Previdência, Bolsonaro encaminhou ao Congresso Nacional projeto de lei
que libera R$ 3 bilhões em verbas extras para os ministérios conseguirem
pagar emendas parlamentares, após o contingenciamento feito em março.
De
acordo com dados do Portal da Transparência, do início do ano até hoje,
o Planalto empenhou um total de R$ 5,1 bilhões em emendas
parlamentares. Deste total, foram pagos R$ 1,4 bilhão.
Estão
incluídas ali nove emendas parlamentares de Bolsonaro, somando R$ 4,97
milhões. Do total, foram liquidadas cinco emendas, no valor de R$ 563
mil (11,3%) e, efetivamente pagas, três delas, totalizando R$ 472 mil
(9,5%).
O Palácio do Planalto não comentou o assunto e sugeriu que a reportagem do UOL procurasse o PSL. A legenda, porém, informou que não falaria sobre as emendas individuais dos parlamentares da sigla.
O ataque a faca
Candidato
à Presidência, Bolsonaro foi atingido por uma facada durante ato de
campanha em Juiz de Fora, no meio da tarde de 6 de setembro de 2018. O
capitão reformado estava no parque Halfeld, área central do município, e
era carregado no ombro por apoiadores, quando Adélio Bispo, se
aproximou e o atingiu na região abdominal.
Por
volta de 15h40, Bolsonaro deu entrada na emergência da Santa Casa de
Misericórdia, com “uma lesão por material perfurocortante na região do
abdômen”.
Os médicos constataram lesões em veia do abdômen e no
intestino delgado de Bolsonaro. Pouco depois das 17h, a equipe médica
inicia uma cirurgia que durou cerca de duas horas. Depois ele ficou
internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do hospital.
No dia seguinte, deixa a Santa Casa de Juiz de Fora e ruma para São Paulo, onde foi internado no Hospital Albert Einstein.
De
acordo com a tabela do SUS, pelo atendimento de Bolsonaro a Santa Casa
de Misericórdia de Juiz de Fora foi remunerada em R$ 1.090 pelo
atendimento. A equipe médica recebeu R$ 367.
Fonte: UOL - Publicado por: Fabricia Oliveira


Nenhum comentário:
Postar um comentário