Saques do Fundo de Garantia sobre Tempo de Serviço poderão ser feitos a partir de setembro deste ano
No total, a Medida Provisória permitirá no total saques de R$ 63,2 bilhões, sendo R$ 23,2 bi de PIS/Pasep e R$ 40 bi de contas do FGTS
© Reuters
BRASÍLIA, DF
(FOLHAPRESS) - Foi assinada nesta quarta-feira a Medida Provisória que
permite os saques de contas do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço), que deverão ter início em setembro.
O governo elaborou um cronograma de liberação de saques que
durará seis meses: entre setembro de 2019 e março de 2020. No total, a MP
permitirá no total saques de R$ 63,2 bilhões, sendo R$ 23,2 bi de
PIS/Pasep e R$ 40 bi de contas do FGTS, valor que ficou R$ 2 bi abaixo
da previsão dada pelo ministro Paulo Guedes (Economia).
O limite
máximo de saque deverá ser de R$ 500 para cada conta do trabalhador
neste ano. A partir de 2020, será liberado um percentual sobre o saldo
da conta no mês de aniversário do trabalhador. Quanto menor for o saldo,
maior percentual do saque, que poderá variar de 5% a 50% do total.
"Estamos
devolvendo aos trabalhadores o direito de consumir. Todos serão
contemplados com a medida", disse Bolsonaro após assinar o texto.Segundo
o presidente, a adesão ao novo FGTS será opcional e uma "renda extra
anual" a partir de 2020.
Bolsonaro disse ainda que hoje no Brasil
há 63 milhões de pessoas com dívidas atrasadas e registradas no Serasa.
Ele ressaltou que a medida tem como objetivo também aumentar a
produtividade da economia e o nível de emprego.
O anúncio ocorre
com uma semana de atraso em relação à previsão inicial dada pelo
governo. O governo decidiu que a medida de flexibilização de saques do
FGTS vai dar ao trabalhador a possibilidade de sacar recursos
anualmente, e não apenas uma vez, como foi feito em gestões anteriores.
A
mudança de planos ocorreu depois de pressão do setor de construção
civil. Como o FGTS financia o programa Minha Casa Minha Vida,
empresários manifestaram ao Palácio do Planalto receios sobre um
eventual corte de recursos.
Antes da MP, os saques eram limitados a
algumas situações como demissão sem justa causa, doenças graves, compra
do primeiro imóvel ou morte.
Com as mudanças, as demais regras
ficam válidas, mas o trabalhador que aderir ao saque anual não poderá
mais retirar o saldo em caso de demissão sem justa causa.
Mesmo que o trabalhador opte pelo saque anual, ele não será impedido de receber multa de 40% caso seja demitido sem justa causa.
Também
será possível ao titular da conta usar o saldo em conta como garantia
para operações de crédito contratadas com instituições financeiras. Com
essa medida, diz o governo, os trabalhadores terão acesso a crédito com
taxas de juros mais atraentes.
O governo também vai liberar com a
medida provisória assinada hoje o saque integral das contas do
PIS/Pasep. As retiradas poderão acontecer a partir do dia 1º de
setembro.
No caso de falecimento do titular, o valor poderá ser
sacado pelos dependentes ou pelos sucessores, sem necessidade de
inventário.
A medida afeta quem trabalhou e efetuou recolhimentos ao fundo até outubro de 1988. O saque pode ser feito sem data limite.
O
PIS/Pasep é resultado de uma unificação dos fundos do Programa de
Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do
Servidor Público (Pasep).
Hoje, segundo o governo, há no fundo R$ 23,2 bilhões. Potencialmente,
o saque do PIS/Pasep poderá beneficiar um grupo de 11,7 milhões de
trabalhadores que ainda têm valores em conta.
Notícias ao Minuto
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