Em sessão tumultuada, relator da reforma da Previdência recomenda aprovação na Comissão de Constituição e Justiça
Deputado Marcelo Freitas (PSL-MG) já havia sinalizado apoio integral à proposta do Governo.
Comissão pode votar relatório até o dia 17, mas oposição já demonstrou que pretende obstruir.
O deputado Marcelo Freitas (PSL-MG), relator da reforma da Previdência na CCJ - Michel Jesus/ Câmara dos Deputados |
O relator da reforma da Previdência
na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Marcelo
Freitas (PSL-MG), apresentou nesta terça-feira seu parecer positivo
sobre a proposta encaminhada ao Congresso apresentada pelo Governo. O
texto precisa primeiro passar pela CCJ antes de ser encaminhado a uma
comissão especial e, só em seguida, ser votado em duas etapas pelo
plenário da Casa. A expectativa do presidente da CCJ, deputado Felipe
Francischini (PSL-PR), é que o parecer seja votado até a quarta-feira da
próxima semana, 17 de abril, mas a oposição já demonstrou nesta
terça-feira que não está com pressa.
A sessão precisou ser suspensa pelo menos uma vez, por 10 minutos,
quando deputadas do PT se aproximaram da mesa da comissão para suportar a
série de questões de ordem que apresentavam. Durante o tumulto, um
deputado acusou o colega Delegado Waldir (PSL-GO) de estar armado. O
líder do PSL na Câmara esclareceria mais tarde que estava apenas com um
coldre, mas sem arma. Após vários bate-bocas, o relator Marcelo Freitas
leu todo o relatório
e recomendou a aprovação. Segundo ele, os dispositivos sobre
Previdência Social não são cláusulas pétreas e podem, portanto, ser
retirados da Constituição e regulamentados por meio de lei complementar,
como sugere a PEC.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, já tinha ido à CCJ na semana passada defender a reforma, em outra tumultuada audiência pública, na qual ele foi chamado de tchutchuca pelo petista Zeca Dirceu — ao que ele respondeu “Tchutchuca é a mãe. É a vó!”. Foram mais de sete horas de embates
entre o ministro e os parlamentares do colegiado. Na ocasião, Guedes
comparou o sistema de repartição simples — em vigor hoje e no qual os
trabalhadores pagam os benefícios dos aposentados — a um avião sem
combustível que se dirige para alto-mar, e disse que o atual sistema
previdenciário está "condenada".
Já nesta terça-feira, em discurso a um fórum de prefeitos de todo o país, o presidente Jair Bolsonaro
que a aprovação da reforma da Previdência é uma "encruzilhada" que
precisa ser atravessada, e pediu apoio para obter a aprovação no
Congresso. “Gostaríamos de não ter de fazer a reforma da Previdência,
mas somos obrigados”, disse o mandatário.
Juru em Destaque - El País com informações da Reuters
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