Reforma da Previdência será votada na Comissão de Constituição e Justiça até 17 de abril
O presidente da CCJ disse que o relator da reforma da Previdência na comissão deve sair ainda esta semana

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A reforma da Previdência
será votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara até 17
de abril, disse na noite desta terça-feira (26) o presidente da
comissão, deputado Felipe Francischini (PSL-PR). Acompanhado de
deputados e líderes do partido, ele reuniu-se por uma hora e meia com o
ministro da Economia, Paulo Guedes, e com o secretário especial de
Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, para definir o posicionamento
da legenda.
Segundo a líder do Governo no Congresso Nacional, deputada
Joice Hasselmann (PSL-SP), o presidente nacional do partido, Luciano
Bivar, participou da reunião por teleconferência e assegurou o
fechamento da legenda em torno da reforma. Ela disse que o partido fará
uma declaração oficial amanhã (27) para anunciar a decisão.
De
acordo com Joice Hasselmann, o partido fará um trabalho de
convencimento com parlamentares para evitar dissidências, explicando a
importância da reforma da Previdência para o equilíbrio das finanças do
governo. “Não queria que o partido do presidente da República perdesse o
protagonismo de ser o primeiro partido a fechar questão em relação à
nova Previdência”, disse a deputada.
A parlamentar disse que pode
haver uma margem de 5% dos deputados do PSL que votarão contra a reforma
da Previdência, mas que algum grau de não adesão é aceitável dentro de
qualquer partido. Ela admitiu que a principal dificuldade será convencer
os parlamentares da legenda a aceitarem a proposta de reforma da
Previdência dos militares.
“Por isso, trabalho com uma margem de
erro. A gente tem que trabalhar com o convencimento em relação ao texto
dos militares. A gente sabe que, no Congresso Nacional, nada se faz
goela abaixo em partido nenhum. Tudo é na conversa, no diálogo, no
convencimento”, explicou.
Para Joice Hasselmann, o fechamento de
questão do PSL em torno da reforma da Previdência é essencial para
atrair outros partidos para a base do governo. Ela considerou a palavra
do presidente da legenda um avanço. “Precisamos avançar muito e ter
conversa com líderes de partidos para a construção da nova base. Isso é
uma coisa. Agora é óbvio que os outros partidos que pretendem vir para a
base naturalmente cobrem um posicionamento do PSL, porque é justo que o
partido do presidente seja o primeiro [a fechar questão]”, disse.
O
presidente da CCJ disse que o relator da reforma da Previdência na
comissão deve sair ainda esta semana. Ele não indicou se o deputado será
do PSL, apenas disse que está trabalhando com diversos nomes. “Estamos
construindo o relator em conjunto com o ministro Paulo Guedes e sua
equipe, o ministro [da Casa Civil] Onyx [Lorenzoni] e com nossas
lideranças do Governo na Casa. Acredito que terei boa notícia ainda esta
semana. Estamos vendo o timing do relator. Estamos estudando alguns
nomes”, disse.
Francischini justificou a decisão de Paulo Guedes
de não comparecer à comissão enquanto não houver um relator escolhido
para análise do projeto na CCJ. “O que o ministro entende é que é
importante que haja um relator designado até a ida dele à comissão até
para que ele esclareça algumas dúvidas do relator. Acho que é um ponto
com bastante discernimento, e estamos avaliando essa questão”, disse.
Sobre
a reivindicação de líderes de 13 partidos para a exclusão do Benefício
de Prestação Continuada (BPC) e da aposentadoria rural do texto em troca
do apoio à reforma, Joice Hasselmann disse ter considerado a notícia
positiva.
“Muita gente viu como um fato negativo. Eu vi como um
fato extremamente positivo. Ao mesmo tempo em que houve sinalização de
retirada de pedaço do texto, também houve sinalização de líderes,
inclusive que estão independentes ou em partidos da oposição, de que é
preciso caminhar e que a nova Previdência é fundamental para o país”,
disse.
Segundo a deputada, diversos pontos podem ser retirados da proposta,
desde que a economia final em dez anos fique em R$ 1 trilhão. A proposta
foi enviada ao Congresso com economia prevista de que R$ 1,17 trilhão
em dez anos, incluindo a reforma da Previdência dos militares. “Não
podemos abrir mão do R$ 1 trilhão. Essa é a espinha dorsal. A gente não
pode ter uma Previdência corcunda. Ela tem de ser ereta”.
Notícias ao Minuto com
informações da Agência Brasil
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