Porta-voz sugere que brasileiros façam reverência semanal à bandeira nacional
Otávio Rêgo Barros deu a declaração ao ser questionado sobre um vídeo publicado nas redes sociais do presidente Jair Bolsonaro nesta sexta, em que o mandatário participa da cerimônia de hasteamento da bandeira nacional no Palácio da Alvorada
© José Dias/PR
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) -
O porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros,
conclamou nesta sexta-feira (29) a sociedade brasileira a homenagear a
bandeira nacional "ao menos uma vez por semana".
"Gostaria muito que toda a sociedade tivesse a disponibilidade
e o patriotismo de prostrar-se diante da bandeira ao menos uma vez por
semana para caracterizar, por meio desse gesto, o seu apreço à soberania
que essa bandeira representa e a importância de nós termos uma
sociedade democrática e livre", afirmou Rêgo Barros.
O porta-voz
deu a declaração ao ser questionado sobre um vídeo publicado nas redes
sociais do presidente Jair Bolsonaro nesta sexta, em que o mandatário
participa da cerimônia de hasteamento da bandeira nacional no Palácio da
Alvorada.
A
fala do porta-voz ocorre ainda na semana em que Bolsonaro determinou ao
Ministério da Defesa que seja comemorado o golpe militar de 31 de março
de 1964. Após ser dado o comando, a pasta divulgou em seu site uma
ordem do dia, a ser lida nas unidades militares, cujo conteúdo ignora o
aspecto autoritário do regime militar e as violações do período
(1964-1985), como a tortura de opositores e a censura às artes e à
imprensa.
Na quinta (28), diante da repercussão negativa do caso,
Bolsonaro mudou o tom e disse que sua ideia não era a de comemorar, mas
de rememorar o movimento golpista.
O caso, no entanto, desatou reações.
A
juíza Ivani Silva da Luz, da 6ª Vara da Justiça Federal em Brasília,
proibiu nesta sexta o governo de promover as celebrações ao golpe
militar.
Questionado sobre a decisão judicial, Rêgo Barros disse
que o governo não iria comentar. "O que nós tínhamos de falar ao longo
da semana, nós já falamos. Não temos mais nada para comentar", disse.
Ele disse ainda que na data de 31 de março Bolsonaro estará em
deslocamento, a caminho de Israel, indicando que o presidente da
República não deve participar presencialmente de alguma eventual
comemoração.
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