Ministério da Saúde estima que 1.900 médicos cubanos que atuaram no Mais Médicos ficaram no Brasil
Destes, afirma, cerca de 1.100 são casados com brasileiros ou têm filhos nascidos no país, o que os coloca em situação regular
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A discussão sobre a situação dos cubanos após o fim da participação de Cuba no Mais Médicos não se restringe apenas aos pedidos de refúgio e se estende a outras áreas do governo federal.
À Folha, a atual secretária de gestão de trabalho do
Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, diz estimar que ao menos 1.900
médicos que atuaram no Mais Médicos nos últimos anos tenham ficado no
país.
O cálculo foi feito com base em formulários de cadastro
encaminhados por ela a cubanos via Whatsapp e preenchidos pelos
profissionais.
Destes, afirma, cerca de 1.100 são casados com
brasileiros ou têm filhos nascidos no país, o que os coloca em situação
regular - a reunião familiar é uma das possibilidades previstas na Lei de
Migração para concessão de autorização de residência.
Segundo a
Polícia Federal, desde novembro, ao menos 36 médicos cubanos
regularizaram sua situação devido a casamento ou filhos brasileiros.
Já
os demais estariam sob risco de, em breve, terem seu visto temporário
cancelado. A Polícia Federal diz que os registros estão válidos até que haja
comunicado expresso do Ministério da Saúde para cancelamento, o que
ainda não ocorreu.
A situação levou a pasta a fazer uma reunião
com o Ministério da Justiça para discutir alternativas. Segundo
Pinheiro, que já foi crítica à vinda dos profissionais, a ideia é buscar
meios de legalizar sua permanência no Brasil e ajudá-los a obter
documentos para que possam tentar fazer a prova de revalidação do
diploma.
Ela nega planos de inclusão desses profissionais em versão reformulada do programa Mais Médicos.
"Nossa tentativa de ajudar os médicos desertores é humanitária.
Alguns recebiam auxílio-moradia e alimentação e estão com dificuldades.
Outros estão sem documentos, e sem isso, não conseguem se inscrever para
o Revalida", diz. "O Estado precisa reconhecer que trouxe esses
profissionais para cá e que estão sem documentação."
Brasil ao Minuto com informações da
Folhapress
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