Rússia alerta para 'anarquia e banho de sangue' na Venezuela; ONU pede diálogo
Em nota, a Chancelaria russa afirmou que os eventos na Venezuela estão atingindo um ponto perigoso.
Em nota, a Chancelaria russa afirmou que os eventos na
Venezuela estão atingindo um ponto perigoso e que Washington demonstrou
desrespeito pela lei internacional. "Isto é uma via direta para a
anarquia e o banho de sangue", afirmou a nota.
Moscou alertou
ainda os EUA a não realizarem uma intervenção militar na Venezuela,
afirmando que tal ação poderia levar uma catástrofe.
Em outra
declaração, o Kremlin afirmou que continua a respaldar Maduro e que
tentativas de usurpar o poder na Venezuela violam a lei internacional.
O
Brasil, em conjunto com 12 países da região, reconheceu nesta
quarta-feira (23) Guaidó, presidente da Assembleia Nacional venezuelana,
como líder interino do país pouco depois de o deputado se proclamar
presidente durante manifestação que reuniu milhares de pessoas em
Caracas para protestar contra Maduro.
A Venezuela cortou relações diplomáticas com os EUA e determinou que os funcionários americanos deixem o país em 72 horas.
Em
entrevista com o jornal russo International Affairs publicada nesta
quinta, Sergei Ryabkov, vice-chanceler russo, disse que Moscou se
solidariza com a Venezuela em defesa de sua soberania e em defesa do
princípio de não intervenção em seus assuntos domésticos. Não ficou
claro quando a entrevista foi feita.
Questionado sobre uma
eventual intervenção militar americana no país latino-americano, Ryabkov
disse que Washington deveria ficar de fora.
"Alertamos contra
isso. Consideramos que seria um cenário catastrófico que balançaria as
bases do modelo de desenvolvimento que vemos na América Latina."
"A
Venezuela é um país amigo e nosso parceiro estratégico", afirmou ainda,
sem citar Maduro. "Nós os apoiamos e continuaremos apoiando."
Em outras declarações, parlamentares russos disseram que o apoio dos EUA a Guaidó equivale a um golpe de estado.
Também
nesta quinta, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu um
"diálogo" na Venezuela para evitar um "desastre" no país depois que o
líder da oposição se declarou presidente interino.
"O
que esperamos é que o diálogo seja possível e evitar uma escalada que
nos levaria a um tipo de conflito que poderia ser um desastre para o
povo da Venezuela e para a região", afirmou no Fórum Econômico Mundial,
em Davos, na Suíça.
"Os governos soberanos têm a possibilidade de
decidir o que querem", disse Guterres sobre os reconhecimentos
internacionais dados a Guaidó.
"O que nos preocupa na situação da Venezuela é o sofrimento do povo da Venezuela", completou.
Mundo ao Minuto com informações da Folhapress
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