Venezuelano Juan Guaidó articula, com prioridade, nomeação de embaixador no Brasil
Ele se proclamou presidente interino da Venezuela, nesta quarta-feira (23)
© Carlos Garcia Rawlins / Reuters
Um dia depois de jurar o
cargo de presidente interino na Venezuela, Juan Guaidó colocou como uma
de suas prioridades a nomeação de embaixadores nos principais países
que, na quarta-feira (23), o reconheceram como chefe do Executivo na
Venezuela.
A posição mais importante que deve ser preenchida em breve, de
acordo com aliados de Guaidó, é a de um representante da administração
interina em Washington, nos Estados Unidos. O Brasil também é
considerado um posto estratégico, uma vez que o presidente Jair
Bolsonaro se integrou prontamente à coalizão internacional que pressiona
pela queda do ditador Nicolás Maduro.
O grupo político de Guaidó
quer ainda designar com rapidez embaixadores na Colômbia e na Guiana,
países que fazem fronteira com a Venezuela.
"Para nós é
prioritário ter embaixadores nos países vizinhos. Também queremos a
designação de um embaixador dos Estados Unidos", disse à reportagem o
deputado Armando Armas, um dos fundadores do Voluntad Popular, partido
de Guaidó.
"A Venezuela tem cidadãos ilustres, capacidades e com
valores democráticos que podem assumir os mais altos cargos de
representação diplomática no exterior", acrescentou.
Armando Armas não precisou sobre quando esses representantes poderiam ser indicados, mas disse que o tema é "prioritário".
A
indicação de diplomatas que representem o governo de transição é uma
das partes mais importantes da estratégia coordenada por opositores do
chavismo. Além de ser mais um gesto contra Maduro, o objetivo é
fortalecer os canais diretos de comunicação com as autoridades dos
países que reconheceram a legitimidade do ato protagonizado por Guaidó
na quarta-feira.
Guaidó, inclusive, já colocou o plano em ação. Na
terça-feira (22), a Assembleia Nacional, órgão legislativo de maioria
opositora que funciona em desacato ao chavismo, indicou Gustavo Tarre
Briceño para ser o representante especial do governo de transição junto à
Organização dos Estados Americanos (OEA).
A indicação foi saudada
pelo secretário-geral da entidade, Luis Almagro. Tarre Briceño afirma
que uma das metas do governo de transição na Venezuela é atuar junto aos
organismos internacionais para que o país receba ajuda humanitária.
Nesta
quinta-feira (24), o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike
Pompeo, disse que os Estados Unidos destinarão US$ 20 milhões em ajuda
humanitária à Venezuela "assim que seja logisticamente possível."
Em
meio a manifestações massivas contra Maduro em todo o país na
quarta-feira, Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, jurou
desempenhar as funções de presidente da República interino da Venezuela.
O
gesto ocorreu a partir da interpretação da Constituição da Venezuela, a
de que a chefia do Executivo estava desocupada uma vez que as eleições
que deram a Maduro um segundo mandato foram consideradas injustas e
fraudulentas.
A ação de Guaidó foi reconhecida pelos Estados Unidos e seguida por mais de uma dezena de países, entre eles o Brasil.
Ante o respaldo internacional dado pelos governos dos EUA, Brasil e
demais integrantes do Grupo de Lima, os aliados de Guaidó consideram que
esses países não colocarão obstáculos à nomeação de representantes
diplomáticos.
Mundo ao Minuto com informações da Folhapress
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