Novo ministro da Educação diz que provas do ENEM podem passar por Bolsonaro e haver “veto” presidencial
Ricardo Vélez Rodríguez afirmou em Londrina (PR) que permitirá que o futuro presidente conheça as provas do Enem previamente
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Na imagem, novo Ministro Ricardo Vélez |
O futuro ministro da Educação,
Ricardo Vélez Rodríguez, afirmou nesta segunda (26), em Londrina (PR),
que permitirá ao futuro presidente, Jair Bolsonaro (PSL), conheça as
provas do Enem previamente e que as mesmas passem por um “veto
presidencial”.
“Se o presidente se interessar,
ninguém vai impedir. Ótimo que o presidente se interesse pela qualidade
das nossas provas”, disse.
Se a decisão for efetivada, além de submeter a prova à veto, o futuro ministro, na prática, irá acabar com o sigilo do Enem.
Vélez falou aos jornalistas em
referência ao ataque de Bolsonaro ao Enem, em 10 de novembro, quando o
presidente eleito disse que “vai tomar conhecimento da prova antes” da
realização do Enem pelos estudantes, o que confronta critérios técnicos e
de segurança do exame. A polêmica surgiu com uma questão da prova que
tratava do “dialeto secreto” utilizado por gays e travestis.
A declaração de Vélez, ocorreu em um
encontro oferecido pela direção da Faculdade Positivo, onde leciona, em
que foi homenageado por colegas professores.
O futuro ministro Vélez também afirmou
que a reforma do ensino médio iniciada depois do golpe de 2016 ficou
incompleta e que o nome do Ministério da Educação deve sofrer mudanças —
embora a reformulação completa da pasta, que deve abrigar outras como a
da Cultura, ainda não esteja clara.
Ele sinalizou que o Ensino Médio será
voltado para adestramento de mão de obra: “Em princípio [reforma do
ensino médio], foi bem encaminhada mas ficou incompleta. O aluno tem que
sair do segundo grau pronto para o mercado de trabalho. Nem todo mundo
quer fazer uma universidade. É bobagem pensar na democratização da
universidade, nem todo mundo gosta”.
“O segundo grau teria como finalidade
mostrar ao aluno que ele pode colocar em prática os conhecimentos e
ganhar dinheiro com isso. Como os youtubers, ganham dinheiro sem
enfrentar uma universidade”, disse Vélez.
Vélez fez eco a Bolsonaro e ao futuro chanceler, Ernesto Araújo, em seus seguidos ataques ao “marxismo”.
“Não podemos ficar reféns de uma
doutrinação de cunho marxista que terminou prevalecendo em muitas
universidades. Precisamos abrir a mente e o espírito para a compreensão
de outras formas de ensino e educação”, concluiu.
WSCOM com informações Brasil 247
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