Famílias tradicionais perdem espaço e poder na política paraibana; quem ganha?
Por Heron Cid
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Cena de Velho Chico, novela da TV Globo que trouxe temática do poder das famílias na política do Nordeste |
Uma
olhada rápida pelo mapa eleitoral de 2018 e uma constatação: o
histórico poder familiar na política ainda representa muito na realidade
paraibana, mas aos poucos grupos tradicionais vão perdendo espaço.
O
clã Maranhão, originário de Araruna e cujo auge do poder se deu com o
hoje senador José Maranhão no Palácio da Redenção, perdeu força quando
as urnas de outubro se fecharam logo no primeiro turno na Paraíba.
Se
já havia perdido o controle da terra natal pela derrota contra Vital
Costa, a família saiu do pleito sem representante na Assembleia e
Câmara. Só Maranhão, com sua liderança pessoal, preserva o mandato.
A
família Cunha Lima também perdeu vitamina. O senador Cássio, uma força
política com trinta anos de carreira, vai passar, pela primeira vez, na
sua longa trajetória, por um período sem mandato. Coube ao jovem Pedro
Cunha Lima, de muitos méritos pessoais, manter um sobrenome com broche
na lapela.
O agrupamento Gadelha, de Sousa, experimentará, depois
de muito tempo, um hiato político. Nenhum dos integrantes do longevo
grupo terá um mandato para chamar de seus nos próximos anos. Renato
Gadelha e Leonardo Gadelha sobraram na curva, dois anos depois de o
primo, André Gadelha, não se reeleger prefeito na base principal.
Só pra ficar em alguns exemplos.
Queira
ou não, esse quadro é reflexo da ascensão e consolidação da força
política e influência estadual do atual governador da Paraíba, Ricardo
Coutinho, um quadro formado na militância social e, portanto, ponto fora
da curva.
Paradoxalmente, Coutinho não veio de família
tradicional e nem se fez pelo parentesco, ele chegou ao triunfo estadual
pelas mãos e e apoio de muitas delas. Mas no exercício do poder, ao seu
modo, trabalhou, implícita e explicitamente, para desidratá-las. E
conseguiu.
MaisPB - Por Heron Cid
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