Procuradoria Geral da República denuncia deputado paraibano e outros por fraudes no Ministério do Trabalho
A
procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dodge, denunciou hoje (27)
ao Supremo Tribunal Federal (STF) 26 investigados por suspeita de
fraudes no Ministério do Trabalho envolvendo a concessão de falsos
registros sindicais.
Entre os denunciados pelo crime de
organização criminosa estão o ex-ministro do Trabalho Helton Yomura, o
ex-deputado Roberto Jefferson e a filha dele, deputada Cristiane Brasil
(PTB-RJ).
Os deputados Nelson Marquezelli (PTB-SP), Jovair Arantes
(PTB-PB), Paulinho da Força (SD-SP) e Wilson Filho (PTB-PB) também
foram denunciados.
Em nota, o parlamentar paraibano negou qualquer
tipo de participação no suposto esquema para concessão de registros
sindicais no Ministério do Trabalho e disse que se encontra à disposição
da justiça. Ele afirmou que todas as ações que realizou como líder do
seu partido foram dentro da legalidade.
Os fatos foram
investigados na Operação Registro Espúrio, da Polícia
Federal, deflagrada há um ano, a partir de denúncia sobre concessão de
falsos registros sindicais.
Ao pedir que os acusados se tornem
réus, Raquel Dodge afirmou que eles participaram do esquema de corrupção
que consistia na cobrança de vantagens indevidas em troca da concessão
do registro de entidades sindicais.
“Os elementos probatórios
reunidos no inquérito indicaram que representantes das entidades
sindicais ingressam no esquema criminoso em razão da burocracia
existente na Secretaria de Relações do Trabalho, que dificulta – e
muitas vezes impede – a obtenção de registro àqueles que se recusam a
ofertar a contrapartida ilícita que lhes era exigidas”, argumentou
Raquel Dodge.
Na denúncia, a procuradora também pediu ao STF que
os acusados percam os cargos públicos e sejam condenados ao pagamento de
R$ 8 milhões em danos morais e matériais pelos delitos.
A denúncia será analisada pelo ministro Edson Fachin, relator da investigação, e será julgada pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal. A data do julgamento ainda não foi marcada.
Defesa de Cristiane
Em
nota, a defesa de Cristiane Brasil afirmou que as acusações à deputada
foram feitas sem provas e com objetivo de “criar um fato contra
políticos”.
“A Polícia Federal e o Ministério Público insistem em
tratar pedidos políticos comuns a todos os parlamentares, de todos os
partidos, em todos os ministérios como crime. Crime é acusar sem provas,
como fazem a PF e o Ministério Público, com objetivos puramente
político-partidários. A deputada provará sua inocência mais uma vez,
como já o fez em outras ocasiões, com a consciência tranquila de que
nada fez de errado.”, diz a defesa de Cristine.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário