Brasil tem cinco mortes e mais de mil casos de sarampo confirmados
O
Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (8) que há 1.100 casos
de sarampo confirmados no país, sendo 1.069 somente em Roraima e no
Amazonas, Estados que passam por surto da doença.
O número de
mortes permanece o mesmo da semana passada – cinco no total, sendo
quatro em Roraima e uma no Amazonas. Tratam-se de três venezuelanos e
dois brasileiros (um bebê indígena yanomami de 9 meses e um bebê de 7
meses).
Amazonas é o Estado com mais casos da doença. São 788
confirmados e 5.058 em investigação. Já Roraima confirmou 281 casos e
111 estão em investigação.
A campanha nacional de vacinação contra
o sarampo, e também contra a poliomielite, começou na última
segunda-feira (6) em todo o país; em Roraima e no Amazonas, a campanha
já havia iniciado em março com redução da recomendação da vacina de
sarampo para 6 meses de idade – nos demais Estados é a partir de 1 ano.
Segundo
o Ministério, os surtos de sarampo, doença que estava erradicada no
Brasil desde 2016, estão relacionados à importação do vírus da
Venezuela. O vírus de genótipo D8 que está circulando no país é o mesmo
que circula na Venezuela.
Outros Estados registram casos da
doença, mas, como se tratam de casos isolados, importados de Roraima ou
do Amazonas, segundo o Ministério, não são considerados surtos. A pasta
afirma que há 1 caso em São Paulo, 13 no Rio Grande do Sul, 14 no Rio de
Janeiro, 1 em Rondônia e 1 no Pará.
O órgão ressalta que as informações divulgadas foram repassadas pelas secretarias estaduais de saúde.
A
meta do governo é vacinar até o final da campanha, em 31 de agosto, 95%
do público-alvo, o que representa 11, 2 milhões de crianças entre 1 e 4
anos. No dia 18 de agosto está prevista a realização do “Dia D”, quando
mais de 36 mil postos de vacinação estarão abertos em todo o país.
Vacina contra o sarampo tem duas doses
A
vacina contra o sarampo engloba duas doses. A primeira dose é da
tríplice viral, que protege também contra caxumba e rubéola e deve ser
dada logo após a criança completar 1 ano. A segunda dose é a tetraviral,
que inclui a proteção à varicela (a catapora), aos 15 meses (1 ano e
três meses de vida).
Caso haja atraso na vacinação, crianças de
até 4 anos ainda poderão receber as vacinas. Quem não foi vacinado e não
teve a doença entre 5 e 29 anos de idade deve tomar duas doses da
vacina tríplice viral. Pessoas não vacinadas e que também não tiveram a
doença entre 30 e 49 anos devem receber apenas uma dose, segundo a
Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
O sarampo é uma doença altamente
contagiosa, que pode ser transmitida de maneira direta, em contato com
as secreções da pessoa contaminada ao tossir, espirrar e falar e,
indireta, por meio do ar. Basta estar no mesmo ambiente para ser
infectado.
Os principais sintomas são febre alta, tosse, coriza,
conjuntivite e manchas vermelhas no corpo. Entre as complicações estão a
pneumonia e a encefalite.
A infecção por sarampo fornece imunidade permanente, portanto, quem já teve a doença não terá pela segunda vez.
Vacina da pólio é composta por cinco doses
Já
a imunização contra a poliomielite é composta por cinco doses de
vacina. As duas primeiras doses, aos 2 e 4 meses de idade, são
injetáveis. As outras duas, aos 6 meses, 15 meses e 4 anos, são por via
oral, as famosas gotinhas.
A poliomielite, também chamada de
paralisia infantil, é transmitida pelas secreções ou fezes da pessoa
infectada. O vírus é eliminado pelas fezes e pode contaminar a água e
alimentos.
Crianças pequenas, que ainda não adquiriram
completamente hábitos de higiene, correm maior risco de contrair a
doença, segundo a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Entre os
sintomas estão febre, mal-estar e rigidez na nuca. A infecção pode
afetar o sistema nervoso, levando à flacidez muscular e paralisando
braços e pernas de maneira irreversível.
A cobertura vacinal
contra a poliomielite caiu 20 pontos percentuais nos últimos anos. De
100% em 2011 foi para 78% em 2017, ano do último balanço do Ministério
da Saúde.
Em relação ao sarampo, que, com a pólio, integra a
campanha nacional de vacinação que começa nesta segunda-feira (6),
também houve queda, que chega a 30 pontos percentuais – em 2017, a
cobertura da primeira dose foi de 85% e da segunda, de apenas 70%.
R7
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