26/04 - Dia Nacional de Prevenção e Combate a Hipertensão Arterial
No Dia Nacional de Prevenção e Combate a Hipertensão Arterial o Dr. João Paulo Menezes, cardiologista do Hermes Pardini, traz informações importantes sobre a doença. Confira abaixo a entrevista completa.
1) O que é pressão arterial?
Pressão arterial é a pressão exercida nas artérias durante a
condução do sangue do coração aos outros órgãos. Possuímos uma pressão
mínima para fazer o sangue circular de maneira ideal e é importante
ficar atento aos limites das artérias para que não seja prejudicial a
saúde.
A grande preocupação mundial é com o valor normal da
pressão, pois a hipertensão arterial é uma doença muito prevalente.
Estatisticamente, ela atinge em média 35% da população mundial. Na faixa
etária dos 60 a 70 anos, atinge 50%. Acima de 70 anos, até 75% das
pessoas. Principalmente porque a população idosa é a maior atingida por
fatores variados, como genética, estilo de vida, alimentação e idade.
Neste
contexto, o grande risco é porque a hipertensão é uma doença silenciosa
e, muitas vezes, o paciente não sabe que tem uma pressão alta, com
valores considerados acima dos normais, pois não apresenta sintomas.
2) Por que devemos ter a pressão arterial 12 por 8?
Temos como valor normal de pressão o 120x80 mmHg (12 por 8). Porém,
não existe um valor exato que seja o ideal, pois existem tolerâncias
com valores superiores e inferiores. O primeiro valor corresponde à
pressão arterial sistólica, que é quando o coração bombeia o sangue
pelas artérias, e o segundo valor é a pressão arterial diastólica, na
fase de relaxamento do sistema.
Contudo, a partir do valor de
pressão 130x85 mmHg consideramos que esta pressão não está mais normal e
é necessário tomar mais cuidado. Acima desse valor é preciso ficar
atento, sendo que, da faixa de 130 mmHg a 140 mmHg é considerado
pré-hipertensão, e acima de 140x90 mmHg já temos a doença em seus vários
estágios:
Hipertensão leve: 140x90 mmHg a 160x100 mmHg.
Hipertensão moderada: 161x101 mmHg a 180x110 mmHg.
Hipertensão grave: acima de 180x110 mmHg.
Abaixo
do valor considerado normal (130x85 mmHg) buscamos sempre pelo 120x80
mmHg, principalmente naqueles pacientes que possuem outras comorbidades
(doenças), pois este é compreendido como valor ideal para não gerar
problemas futuros. O valor dito recentemente de 110x70 mmHg entra neste
contexto apenas porque quanto mais controlado, melhor será.
3) A hipertensão tem cura?
Não. Na hipertensão não falamos de cura. Existe apenas o controle.
Essa
doença apresenta dois grupos de fatores de risco: os modificáveis e os
não modificáveis. Os modificáveis são aqueles em que podemos atuar, como
a alimentação, ingestão de sal, obesidade, qualidade de vida, estresse e
exercícios físicos. Já os não modificáveis são aqueles que
independentemente do que fizermos, não conseguiremos mudar, como a
genética e idade, por exemplo.
Em cima desses fatores não
conseguimos atuar até uma cura definitiva. O paciente diagnosticado com
hipertensão precisa de um acompanhamento pelo resto da vida. Se não
houver o controle, e ele abandonar o tratamento, os níveis pressóricos
elevados voltam a se apresentar e é preciso retomar com a medicação.
4) O que pode ser feito para controlar a hipertensão?
É preciso trabalhar primeiramente com os fatores de risco
modificáveis. Mas o paciente precisa ter consciência de que somente a
mudança de hábitos de vida muitas vezes não é suficiente e, ainda assim,
é preciso fazer uso da medicação.
Um grande fator de risco é a
obesidade e, neste contexto, podemos atuar na alimentação e atividade
física. A alimentação é capaz de controlar a obesidade e também melhorar
alguns fatores que influenciam na pressão, como a ingestão de sal
(sódio). Costumamos dizer que a primeira atitude do hipertenso é
eliminar o saleiro da mesa! Principalmente nós brasileiros, que já
preparamos a comida com muito sal. Também é preciso eliminar ou reduzir o
consumo as comidas industrializadas com muito sódio, como batatas
fritas, enlatados e refrigerante zero.
A atividade física é
parte importante no controle porque além de ajudar no controle do peso,
ao mesmo tempo influencia diretamente no controle da pressão gerando um
melhor funcionamento do organismo como um todo. Se o hipertenso que
estiver com a pressão controlada não tem nenhuma outra doença de base
que seja contra indicação, ele pode praticar atividades físicas sem
problema algum. O ideal é que se pratique no mínimo 30 minutos de
exercícios aeróbicos 5 dias na semana, ou algo em torno de 2 horas e
meia por semana. Para quem vai começar, é preciso iniciar na intensidade
mais leve dos exercícios e ir aumentando aos poucos.
O
tabagismo também influencia no controle pressórico devido à relação
direta do efeito do tabaco em cima das artérias. Porque ele favorece
tanto a arteriosclerose (envelhecimento das artérias, tornando-as mais
rígidas e leva a tesão para cima) e a aterosclerose (depósito de placas
de gorduras nas artérias).
O estresse como outro fator de risco
torna o organismo um pouco mais hiperdinâmico, o que pode favorecer o
aumento da pressão.
E por fim utilizamos todo um arsenal
medicamentoso, que temos disponíveis nos dias de hoje, que são na
maioria das vezes essenciais nesse controle.
5) Qual a importância de se fazer o procedimento de "Risco
Cirúrgico com Cardiologista" do Hermes Pardini e para quem ele é
indicado?
O procedimento de Risco Cirúrgico é indicado para todo paciente que vai passar por algum procedimento cirúrgico-anestésico.
Não
existe cirurgia ou procedimento médico sem risco agregado ao mesmo,
sendo a função da avaliação cardiológica (popularmente chamado de risco
cirúrgico) detectar, principalmente no que tange ao sistema
cardiovascular (sistema que o organismo mais depende no momento do
estresse cirúrgico), fatores que possam influenciar no procedimento,
entre outros.
Portanto, a palavra chave é rastreamento. Para
tentar identificar patologias ou outras condições que o paciente não tem
conhecimento, e que possam influenciar no procedimento.
Ao pensar nas cirurgias (de leves, moderados ou de alto risco),
levamos em consideração a necessidade de controlar a pressão, diabetes e
outras doenças importantes, reveladas durante a avaliação e que seriam
um risco adicional ao procedimento.
E não necessariamente o
apenas a avaliação cardiológica irá ser sempre o suficiente antes de um
procedimento, pois em algumas patologias pode ser necessária a avaliação
de outro especialista para auxiliar no controle e orientação ao
paciente, podendo ser liberado para o procedimento após essas
avaliações.
Sendo assim o objetivo principal é trazer o risco
cardiovascular do paciente que tem outras doenças de base, para o mais
próximo possível do risco básico do procedimento pretendido.
6) O que você considera como o mais importante para o hipertenso saber neste dia?
Em primeiro lugar, que a pressão precisa ser cuidada e acompanhada
pelo resto da vida. Pois a hipertensão arterial é uma doença grave,
extremamente prevalente, sem cura e que se não for controlada leva a
diversos outros problemas de saúde.
O hábito de fazer a medida
da pressão arterial deve ser incorporado a vida até mesmo das pessoas
que não possuem um diagnóstico de hipertensão. Isso é importante porque
se caso houver alteração, será identificado precocemente. Portanto,
sempre que possível, todos devem fazer essa medição.
O paciente
com hipertensão tem a obrigação de medir a pressão com um controle mais
rigoroso, de uma a três vezes por semana. Já pessoas mais jovens, podem
ter um espaçamento menor nesse monitoramento, mas nunca ficar mais de 1
ano sem realizar uma medida. Sendo que esse intervalo deve ser menor, se
você tem fatores de risco importantes (obesidade, tabagismo, diabetes,
por exemplo).
É preciso ter consciência que a hipertensão é uma
doença silenciosa e que não apresenta sintomas na maioria das vezes.
Estes surgem somente em casos mais graves, ou casos de elevação abrupta
da pressão, onde o sintoma mais comum é o relato da cefaleia.
E,
se a pressão não for controlada, ela favorece os dois processos das
artérias ditos anteriormente: a arteriosclerose e aterosclerose. E em
longo prazo, se torna um importante causador de lesões em outros órgãos,
e também doenças, que podem ser irreversíveis, como insuficiência
renal, retinopatia (que causa lesão visual), diversos graus de
insuficiência cardíaca, além de doenças que quando não fatais, podem
trazer sequelas definitivas, como infarto, AVC (acidente vascular
cerebral), etc.
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