Menina de 1 ano com coração artificial realiza transplante após quase 5 meses de espera
Depois
de quase 5 meses de espera na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
infantil do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, a menina Lorena
Torres, de 1 ano, passou por um transplante de coração, informou a
assessoria do centro médico. Ao G1, a tia da menina, Vanessa Carla
Farias da Silva, disse neste domingo (8) que ela passa bem.
A
criança sofria de miocardiopatia dilatada, doença que limitou o
funcionamento de seu coração a apenas 11% da capacidade total. O órgão
estava tão frágil que foi necessário o implante de dois corações
artificiais (leia mais abaixo).
A mãe da menina, Larissa Farias,
recebeu o telefonema da equipe médica informando de um possível doador
compatível às 5h de sábado (7). Depois de exames, constatou-se que o
órgão poderia ser transplantado e a cirurgia foi marcada.
Segundo
Vanessa, a operação durou cerca de seis horas. “Minha irmã contou que
demorou mais para retirar os corações artificiais. Mas quando colocaram o
coração doado, já começou a bater. Foi lindo”, disse, por telefone.
A
menina retornou para a UTI do Incor, onde deve permanecer mais alguns
meses. No período, a equipe médica irá avaliar a aceitação do organismo
ao novo órgão.
A constatação de que Lorena sofria de alguma doença
cardíaca ocorreu quando ela tinha apenas seis dias de vida, em Maceió,
onde nasceu. Depois de ficar quase um mês internada na UTI de um centro
médico da capital alagoana, os médicos não conseguiram fechar um
diagnóstico.
Os pais foram aconselhados a ir ao Incor, um dos
centros de referência em tratamentos cardíacos no país e o responsável
por mais de 40% dos transplantes de coração do estado de São Paulo. “Ela
estava com disfunção nos dois ventrículos, tanto o direito quanto o
esquerdo”, disse o médico Luiz Fernando Caneo, cirurgião da Unidade
Cirúrgica de Cardiopatias Congênitas do Incor.
A grosso modo, os
ventrículos são câmaras responsáveis por movimentar o sangue no coração.
O direito leva o sangue venoso, pobre em oxigênio, para as artérias
pulmonares. O esquerdo leva o sangue já oxigenado para o resto do corpo.
Com
o diagnóstico fechado, os médicos viram que o transplante era a única
saída. Segundo Larissa, remédios foram ministrados para facilitar a
circulação sanguínea, mas a situação era tão crítica que sua filha
sofreu um infarto. “Foi quando o cirurgião disse que ela não ia aguentar
esperar até o transplante se não ficasse em uma máquina, que é o Berlin
Heart”, disse.
O Berlin Heart Excor é considerado o melhor
coração artificial para crianças com menos de 20 kg. Ele consiste em uma
bomba localizada no lado de fora do corpo que faz o trabalho do
ventrículo. O caso de Lorena foi mais grave e demandou a instalação de
dois aparelhos, um para cada ventrículo (confira acima como eles
funcionam).
Essas bombas fizeram muito bem o trabalho e conseguiram bombear sangue para o corpo da menina até a realização do transplante.
G1
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