Eduardo Paes, Pezão e Sérgio Cabral negociavam pessoalmente caixa 2, diz delator
Marqueteiro afirma que recebia malas e sacos de dinheiro enviados por representantes dos políticos ou de empresas fornecedoras de serviços aos governos estadual e municipal
© Pawel Kopczynski/Reuters
Em
depoimento de delação premiada prestado no início de outubro, o
marqueteiro Renato Pereira afirmou que alguns dos principais nomes do
PMDB no Rio de Janeiro participaram diretamente de negociações para
pagamento de caixa 2 às eleições de 2010 e 2016. Ele mencionou o
ex-prefeito Eduardo Paes, o governador Luiz Fernando Pezão, o
ex-governador Sérgio Cabral e o ex-candidato a prefeito e deputado Pedro
Paulo.
As
informações sobre o depoimento foram obtidas pelo jornal O Globo e
detalham, ainda, o modo como se dava o processo de pagamento do dinheiro
não contabilizado. Segundo o marqueteiro, ele próprio e seus sócios na
empresa Prole Serviços de Propaganda recebiam malas e sacos de dinheiro
enviados por representantes dos políticos ou de empresas fornecedoras de
serviços aos governos estadual e municipal, tais quais Andrade
Gutierrez, Odebrecht e as companhias do "Rei do Ônibus" Jacob Barata.
Pereira
revelou ainda que parte dos lucros obtidos por sua empresa nos
contratos com os governos precisavam ser compartilhados - um dos
beneficiados teria sido o irmão de Sérgio Cabral, o publicitário
Maurício Cabral.
Pezão, Paes e Pedro Paulo foram procurados e
negaram qualquer tipo de atividade ilícita. A defesa de Cabral, por sua
vez, ressaltou que ele está impedido de dar entrevistas.
Notícias ao Minuto
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