Maria Schneider sobre a famosa cena da manteiga: “Fui violada em Último Tango em Paris”
Cena de sexo em tela de cinema é imã de público. Sempre foi
assim, e assim será enquanto houver um homem e uma mulher na face da
Terra.
Essa é a principal razão, por exemplo, do estrondoso sucesso
mundial do filme Último Tango em Paris, dirigido em 1972 por Bernardo
Bertolucci e nele estrelando Marlon Brando e Maria Schneider.
Entre as
acrobacias sexuais que compõem o enredo, o auge é aquela em que Paul
(Brando) sodomiza Jeanne (Schneider). Trata-se da famosa “cena da
manteiga” da qual até hoje tanto se fala.
Filme é filme, e o ato sexual,
é claro, foi uma simulação. Mas o uso da manteiga aconteceu mesmo, sem a
anuência de Maria Schneider, e somente isso já basta para mostrar que a
coisa foi longe demais.
Bertolucci e Brando combinaram entre si e,
assim, ela acabou sendo pega de surpresa. Tinha 19 anos de idade (Marlon
Brando, 48), e até morrer, em 2011 (alcoolista e psicologicamente
perturbada), passou a vida falando que se sentira “violentada e abusada”
naquele momento.
Ninguém nunca lhe deu ouvidos. Na semana passada, no
entanto, provou-se que ela não mentia. A mídia americana revelou uma
entrevista de Bertolucci, de 2013, na qual o diretor admitiu (pela
primeira e única vez) que a atriz teve de ser surpreendida porque ele
queria filmar “a reação da mulher verdadeiramente humilhada, não a
expressão de uma atriz”.
Último Tango em Paris é um filme radicalmente
existencialista a retratar a ausência de valores idealistas,
metafísicos, sociais, éticos, morais, familiares e religiosos. É a vida
como nau à deriva e, não tivesse sexo e mais sexo, é de se duvidar que
alguém se interessasse por ele atualmente.
Não faltará quem diga que a
combinação de Bertolucci com Brando se enquadrou bem nesse cenário de
vidas profundamente vazias como requer a filosofia do existencialismo.
Bobagem. O que Bertolucci e Brando armaram tem outros nomes nada
artísticos: comportamento sexualmente predatório e brutalidade.
Yahoo
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