Número de vítimas de clonagem de veículos dobrou na Paraíba em 2017
DETRAN-PB
e polícia civil vem tomando medidas que visam a segurança da população e
que diminuíam os transtornos de quem sofre com esse tipo de crime
A vítima passa por alguns transtornos causados quando descobre que teve seu carro foi clonado - (Foto: Walla Santos) |
A clonagem de veículos ainda faz várias vítimas no
estado da Paraíba. Muitas dessas pessoas já passaram, ou ainda passam,
pelo transtorno de receber cobranças de infração de trânsito que nunca
cometeram. Mas essa situação pode ser ainda pior, quando um veículo com a
placa idêntica ao da vítima, trafega livremente pelas ruas da cidade,
sendo usados por bandidos para cometer outros tipos de crime. Esses são
apenas alguns dos transtornos causados por quem descobre que teve seu
carro foi clonado. Uma questão de segurança pública que deve ser tratada
com atenção redobrada por parte das autoridades locais.
Os veículos com placas clonadas geralmente são da mesma marca, cor e
modelo, as quadrilhas que cometem esse tipo de crime alteram as placas
para não serem descobertos, geralmente esses veículos têm como origem um
roubo ou furto.
No estado da Paraíba, o número de processos registrados pelo
Departamento Estadual de Trânsito da Paraíba (Detran-PB) de carros
clonados neste ano dobrou em relação ao ano de 2016. De janeiro a
dezembro de 2016 foram registrados 52 processos de clonagem. Já em 2017,
esse número é bem mais alto, de janeiro até o mês de outubro foram
registrados 108 processos de clonagem de veículos.
Os depoimentos de quem sofreu com esses dois tipos de crime chegam a
todo momento por meio da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e
Cargas (DRFVC), do estado da Paraíba. O delegado Getúlio Lira, titular
da delegacia, afirma que vem trabalhando para combater a ação dessas
quadrilhas, mas elas atuam de forma organizadas e ainda conseguem fazer
muitas vítimas.
Segundo dados atualizados pela delegacia de roubo e furto de
veículos, no ano passado, durante o período de janeiro a setembro, foram
registrados na delegacia 923 carros roubados, já neste ano, no mesmo
período, esse número já ultrapassou, foram registrados até o mês de
setembro, 1040 carros roubados, deste total, a polícia mantém uma média
de 80% de carros apreendidos e boa parte deles apresentam placas
clonadas. O delegado afirma que dentro destas estatísticas é comum o
registrado de veículos que são roubados em outros estados e levados para
o estado da Paraíba.
O delegado explica ainda, que o sistema de clonagem se refere a
modificação da identificação do veículo, as quadrilhas roubam o veículo e
transferem a numeração de um carro para outro através da placa, “o
carro passa de 15 a 20 dias na perícia após a apreensão, a perfeição da
clonagem é tão grande, que dificulta o trabalho dos peritos na
identificação dos sinais originais do veículo” afirma o delegado.
Ainda de acordo com o delegado, essas quadrilhas trabalham com um
esquema organizado, uns encomendam o carro, outros roubam o veículo,
outros fazem a clonagem da placa e por fim esses carros são recolocados
em circulação. Além desse destino eles também roubam o carro e levam
para o desmanche, onde as peças são retiradas e vendidas, em muitos
casos, quando o veículo é encontrado, já está totalmente “depenado” sem
boa parte das peças.
O mais comum e ainda mais grave é que essas quadrilhas roubam os
carros para praticar outros crimes de diferentes naturezas, como
homicídios, sequestros, tráfico de drogas e contrabando. “Por mais que a
polícia trabalhe diariamente para conter a ação desses bandidos é
importante que essa ação seja feito em conjunto, instituição nenhuma faz
esse trabalho sozinha”, diz o delegado. A polícia civil da Paraíba
trabalha com parcerias, como a polícia rodoviária federal do estado e
com o DETRAN/PB.
O DETRAN/PB vem buscando medidas que mudem essa
realidade, visando na segurança da população. Sendo assim, o órgão abriu
um processo licitatório para empresas fornecedoras de placas
veiculares, exigindo critérios ainda mais rigorosos de segurança, e
também para dar transparência aos atos da Administração Pública.
O processo licitatório foi aprovado no último dia 09 de outubro, a
empresa foi UNIPLACAS distribuidora LTDA, que concorreu com mais duas
outras empresas, foi a vencedora, sendo a mesma declarada habilitada
para a prestação dos serviços. Dentro dos novos termos de segurança
exigidos estão as seguintes soluções:
- Equipamento inteligente de
estampagem (prensas com integração sistêmica direta com a base de dados
do DETRAN/PB) capazes de validar o material e o usuário autorizado, além
de bloquear automaticamente operações não autorizadas, impedindo a
prensagem da combinação alfanumérica diferente da correta.
- Sistema de rastreabilidade assegurando a atualização do conteúdo e a
segurança relacionada a todo o processo. O controle de estoque, da
produção possibilitando a realização de auditorias e rastreamento de
todas etapas do emplacamento, assim como a integração sistematizada com a
base oficial do DETRAN. Todo esse processo deve funcionar de forma
organizada, desde o controle das placas semiacabadas, logística de
distribuição, estocagem, estampagem, instalação (fixação) até lacração
final.
- Verificação e validação do número do chassi do veículo de forma a impedir o emplacamento de veículos clonados.
- Uso de um aplicativo, que faz o registro das operações de lacrações
por meio de disponível móvel. Esse aplicativo registra a localização,
data, hora, agente responsável pela realização desses serviços, incluído
imagens do veículo e das placas.
- Códigos bidimensionais,
individuais para cada placa. Contendo a relação dos processos de
produção, logística e utilização, possibilitando a completa
rastreabilidade.
Desta forma e com regras mais exigentes, o Detran/ PB pretende coibir
a facilidade que as quadrilhas encontram de roubar e clonar placas de
veículos no Estado e na sua consequente utilização na pratica de outros
crimes.
ClickPB
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