sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Revelações sobra a morte do prefeito de Santo André

Marcos Valério confirma a Moro participação de Lula em morte de Celso Daniel e teme ser morto


Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 38 anos de prisão por ser o operador financeiro do mensalão, o empresário Marcos Valério narrou ao juiz federal Sergio Moro o que sabe sobre a operação petista para comprar o silêncio do empresário Ronan Maria Pinto, que ameaçava envolver o ex-presidente Lula no assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel. Ao ser perguntado sobre o dinheiro pago a Ronan mediante a chantagem, Valério se virou para Moro, confirmou que tomou conhecimento do suborno, mas não quis entrar em detalhes: disse apenas que era algo “muito grave” e que temia pela sua vida no presídio.
“O que eu descobri é muito sério e eu não queria me envolver. E vou pedir para não responder essa pergunta porque é um assunto muito grave. Eu não quero correr riscos e eu estou preso em uma penitenciária”, afirmou ele.
Resultado de imagem para morte celso daniel
Na esteira de sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal em 2012, por envolvimento no esquema do mensalão, o publicitário Marcos Valério prestou um depoimento ao Ministério Público Federal naquele ano em que citava o caso do assassinato de Celso Daniel. Como revelou VEJA, diante da condenação a mais de 40 anos de cadeia, Valério indicou ao STF seu desejo de prestar novas declarações ao tribunal sobre o esquema. Um acordo de delação, contudo, nunca chegou a ser firmado. Na ocasião, o publicitário disse que um empréstimo concedido pelo Banco Schahin ao empresário José Carlos Bumlai em 2004 tinha como finalidade pagar uma extorsão a que eram submetidos Lula e o ex-ministro Gilberto Carvalho.
No depoimento de hoje, Valério explicou que foi Silvio Pereira, o Silvinho, ex-secretário-geral do PT, quem lhe contou sobre a extorsão e o procurou para transferir 6 milhões de reais a Ronan.“O termo certo é chantagem. Ouvi de Silvio Pereira na primeira conversa dentro do hotel Sofitel. Foi explícito isso, o ministro José Dirceu, o presidente Lula e Gilberto Carvalho estavam sendo chantageados”, afirmou Valério a Moro. Por fim, o publicitário contou que, ao descobrir quem era o empresário do ABC paulista, desistiu do negócio.
Com isso, o empréstimo foi assumido por Bumlai que conseguiu o dinheiro com o Banco Schahin em troca do contrato de operação do navio-sonda Vitória 10.000 da Petrobras. Ao juiz da Lava Jato, Valério disse que soube dessa história pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.
Resultado de imagem para marcos valerio moro
“Vou revelar para o senhor como é que eu fiquei sabendo desse assunto. O PT tem a mania de montar comitê de crise e, durante o processo do mensalão, montaram o comitê de crise, que era toda segunda-feira dentro do Palácio. Nesse comitê, no meu primeiro depoimento na CPI do mensalão, apareceu uma pessoa que eu nunca vi na minha vida. Chama-se Paulo Okamotto. Eu nunca o tinha visto. Ele se apresentou, conversamos sobre o escândalo e foi se passando o tempo. Esse Paulo Okamotto é que ficou me pajeando o tempo todo. Encontrei com ele ‘n’ vezes e, numa dessas, eu fiquei sabendo que o senhor José Carlos Bumlai tinha feito o empréstimo e eles tinham pago o empréstimo com o financiamento da sonda”, completou.
Ao ser questionado pelo juíz Sérgio Moro sobre a acusação,Marcos Valério disse:
O senhor garante a minha vida?
Fonte: Jornal do País

Nenhum comentário:

Postar um comentário