Ex-deputado Eduardo Cunha, preso há um ano, pede tratamento idêntico ao de Aécio
O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso em Curitiba por
determinação de Sérgio Moro, publicou um artigo nesta quinta-feira em
que pede tratamento semelhante ao do senador Aécio neves, seu parceiro
no golpe que destituiu Dilma Rousseff.
Confira abaixo trechos do texto:
!Assistimos no último dia 11 ao acolhimento, pelo Supremo Tribunal
Federal, da ação de inconstitucionalidade 5.526, proposta pelos partidos
PP, PSC e SD, após decisão unânime do STF em 5 de maio de 2016 pelo meu
afastamento da presidência da Câmara dos Deputados e do meu mandato.
Mandato que foi obtido da mesma forma que o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) obteve o seu, ou seja, pelo voto popular.
Como a decisão sobre o meu mandato foi do plenário do STF, não cabia
recurso. Por isso articulei com os partidos a apresentação daquela ação,
visando ao menos a garantir ao Congresso a última palavra.
Infelizmente, a ação foi engavetada e não levada ao plenário como agora foi.
É importante lembrar que nem o senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS),
preso em flagrante duvidoso, teve o mandato suspenso. E, nesse caso, o
Senado se acovardou -até o senador Aécio Neves e o seu partido votaram
para manter aquela prisão. É preciso historiar os fatos.
(...)
A pergunta que se faz é: o plenário da Câmara, naquele momento,
manteria meu afastamento? Seria eu cassado se a votação se desse comigo
no mandato, exercendo a minha defesa (fui proibido, inclusive, de
visitar os gabinetes dos deputados para me defender e pedir o voto)?
Estaria eu preso preventivamente, de forma alongada, por um ano, em uma
irregularidade comum nas decisões da república de Curitiba? Quem me
quer como troféu? Ou será que a decisão foi apenas pelo fato de o nome
da capa do processo ser Eduardo Cunha e por ele ter conduzido o
impeachment?"
Brasil 247
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