Mesmo presa, organização criminosa frauda concurso em Pernambuco
Flávio Borges, mesmo de dentro da prisão manteve contato com comparsas |
A
Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) da Paraíba informou na
manhã desta segunda-feira (23) mais alguns dados em relação a Operação
Gabarito e fraudes em concursos de Pernambuco, entre eles o realizado no
domingo (15/10) no concurso do TJPE. No sábado (22), foi informado ao Portal MaisPB
que a organização criminosa ORCRIM estava por trás de fraudes no
concurso do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Segundo a Polícia
Civil, já foram fraudados cinco concursos pela ORCRIM em Pernambuco. São
eles os da PCPE (Polícia Civil), UFRPE, UFPE, TRE-PE. O último, do
TJPE, mesmo os integrantes estando presos. A Polícia acredita que a
organização continua atuando livremente e tem fraudado outros concursos.
Fica
patente que o líder da organização, Flávio Luciano Nascimento Borges,
que é policial militar e está preso no presídio militar do 5º BPM, tem
conseguido se comunicar com outros membros da gangue de dentro do
batalhão. A Polícia Civil já comunicou a Polícia Militar e fez
recomendação para que ele seja removido para um presídio federal.
Continuam soltos o casal, também militares, Poliane de Alencar Holanda e
Sérgio Firmino da Silva. A Polícia Civil ainda identifica 100
integrantes em liberdade.
Continuam presos três líderes da ORCRIM,
os irmãos Flávio e Vicente Borges, além de Marcus Pimentel; os
professores Dárcio Carvalho, Luiz Paulo (baby 10), e mais 10 membros de
funções diversas. Detalhe, a filha de Marcus Pimentel foi aprovada em
primeiro lugar em medicina, fraudando o Enem de 2016. Ela mesma
confessou o delito.
Nas conversas de whatsapp, conseguidas pela
Polícia Civil, os membros comemoram fraudes nos concursos do TJPE, TREPE
e UFBA. Destaque para a confiança na impunidade: “dessa vez é
praticamente impossível dá (sic) errado”, diz um dos membro. Em outra
comemoração entre Marcus Pimentel e Flávio, os líderes chegam a dizer
que a ORCRIM é uma “empresa TOP 5 do Brasil”.
Em relação ao
concurso do TJPE, a Polícia conseguiu informações através de denúncias
feitas por candidatos contra um dos membros da ORCRIM, Thiago Leão. Além
do Thiago Leão, foram identificadas as inscrições no concurso de
Poliane Alencar e Jamerson Izidro, ambos presos na Operação gabarito.
Dificuldades de acessar dados do concurso do TJPE
A
DDF explicou ainda que a organizadora do concurso, o Instituto
Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC) dificultou as investigações.
O delegado Lucas Sá, afirma que tentou entrar em contato com o IBFC e
não foi permitido que a Polícia fizesse o que foi feito no concurso do
MPRN, quando em atuação conjunta conseguiu prender nove pessoas. “Não
tivemos acesso ao concurso no domingo”, desabafa o delegado. “Só sabemos
dizer que três pessoas que foram presas na GABARITO e soltas
recentemente atuaram no concurso do TJPE. Contudo, mais ninguém foi
preso ou detido no concurso do TJPE, em face da dificuldade criada pelo
IBFC”.
O delegado explicou ainda que a Polícia soube de graves
irregularidades no concurso, que facilitaram a fraude. Entre elas,
candidatos com celular dentro de locais de prova, adoção de apenas um
modelo de prova, identificação das redações. “Tudo isso contribui para
que as fraudes sejam praticadas”, ressalta Lucas Sá. “Podemos dizer
também que houve falhas na aplicação da prova e na fiscalização. Algumas
salas sem detector de metais. Ingresso de candidatos com celulares.
Tudo isso – somado com as informações obtidas na Gabarito – sugerem
fortes indícios de que foi fraudado sim”, frisa.
Confira fotos de alguns dos envolvidos quando foram presos durante a Operação Gabarito:
Flávio Borges, um dos líderes da organização |
Dárcio Carvalho – professor de português / direito |
JAMERSON – PMAL – preso na GABARITO |
Poliane de Alencar Holanda, presa na Operação Gabarito e logo depois solta. A Polícia acredita que atuou no concurso do TJPE. |
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